O protesto contra a construção do oleoduto do Dakota do Norte, nos Estados Unidos, está para continuar apesar das baixas temperaturas. O governador do estado deu ordem de expulsão aos contestatários, sob o pretexto de os proteger de um frio glaciar, mas as cerca de cinco mil pessoas abrigadas em típís mantém a determinação.
Na próxima semana esperam-se temperaturas de 14 graus negativos, mas o frio não parece intimidar ninguém, como explica Loretta Reding, que veio da Califórnia para participar neste protesto:“Assim tudo é mais complicado e toda a gente está em permanência preocupada com toda a gente, mas ninguém vai sair daqui e é isso que eu acho lindo”.
Este oleoduto é uma conduta de 1.885 km, prevista para transportar 470.000 barris de petróleo por dia do Dakota do Norte para o Illinois, onde fará a ligação à rede dos oleodutos.
A obra está quase concluída à exceção do segmento que será instalado no fundo do rio Missouri, nas proximidades da reserva da tribo índia dos Sioux de Standing Rock.
No princípio de novembro, o governo federal proíbiu a companhia responsável pelo projeto de avançar com a travessia do rio e decidiu rever a licença que tinha sido atribuída ao Corpo dos Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, proprietário do terreno.
A Energy Transfer, a empresa proprietária do oleoduto, defende a segurança ambiental do projeto.
“Nós somos apenas uma companhia que constrói infraestruturas, em toda a legalidade e estamos a fazer tudo o que é suposto fazer para construirmos um oleoduto seguro que vai atravessar o rio neste local”, diz o presidente Kelcy Warren.
Mas para os sioux de Standing Rock o risco de um acidente não pode ser exluído, uma fuga que possa poluir o rio Missouri que é a fonte de água potável da reserva que se encontra nas proximidades. Mas, para além dessa, têm outra razão importante:
“Isto é um espaço sagrado para nós porque é a nossa terra e era a terra dos nossos antepassados e eles estão sepultados nesta terra. O sítio onde eles querem fazer passar o oleoduto é o sítio onde estavam as sepulturas. E o sítio é sagrado para nós. Não se mexe na terra das sepulturas”, defende Winona Kasto
Os sioux de Standing Rock estão em protesto desde abril e a ser apoiados por mais 200 outras tribus de índios da América. Esta é o maior concentraçãod e nativos americanos desde há um século. Para eles, é uma espécie de despertar espiritual.
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