Charles Lindbergh e a travessia do Atlântico
Charles Augustus Lindbergh nasceu em 1902 e desde muito jovem se interessou pela tecnologia em geral. Começou a estudar engenharia, mas não se apaixonou suficientemente e em 1922 decidiu mudar-se para Nebraska e aprender a voar. Em 1923 adquiriu um Curtiss Jenny e começou a praticar acrobacias aéreas. Um ano mais tarde se inscreveu na escola de vôo do Exército do Ar Estadunidense em San Antonio (Texas), onde se graduou com o número 1 da turma de 1925. Ainda como membro do Exército do Ar, Lindbergh começou a trabalhar como piloto em vôos postais de Chicago a St. Louis.
Pouco depois, Lindbergh se sentiu atraído pelos recordes aéreos. Em 1919 o hoteleiro Raymond Orteig havia oferecido 25.000 dólares ao primeiro piloto capaz de voar de New York a Paris sem realizar escalas. A obsessão de toda a nação acabou sendo também a de Lindbergh. René Fonck, piloto de caça francês durante a Primeira Grande Guerra já havia efetuado algumas tentativas sem sucesso em 1926. Lindbergh se lançou então em busca de recursos financeiros.
Com o respaldo financeiro de um grupo de empresários de St. Louis, Lindbergh tentou chegar a um acordo com Charles Levine pelo uso do seu Wright Bellanca. No entanto, o trato nunca se efetuou por causa da disputa sobre quem deveria pilotar o avião.
Antes que Lindbergh realizasse seu vôo, os demais rivais haviam testado suas aeronaves. O Columbia de Levine e Chamberlain rompeu o trem de pouso; o America de Byrd sofreu uma falha estrutural e três membros da sua tripulação acabaram feridos; Davis e Wooster morreram nas provas. Dois franceses, Charles Nungesser e François Coli, decolaram de Paris em maio de 1927 a bordo do L’Oiseau Blanc com o intuito de realizar a travessia, mas nunca chegaram a Nova Iorque.
Em 20 de maio de 1927, com 2.050 litros de combustível e cinco sanduiches, um cansado Charles Lindbergh decolou de Roosevelt Field (New York). Depois de superar todos os obstáculos e inconvenientes, 33 horas e 30 minutos mais tarde, seu avião pousa em Le Bourget (Paris) e Lindbergh se convertia em herói de toda uma nação. Pouco depois de sua façanha, realizou um giro pela Europa.
Em seu regresso a New York, a bordo do USS Memphis, Lindbergh foi recebido com o maior desfile de todos os tempos, recebeu a medalha de Honra do Congresso, foi promovido a coronel do Exército do Ar e recebeu a distinta Cruz de Vôo. Também recebeu diversas ofertas para figurar em comerciais, porém ele sempre as recusou alegando que era um piloto, não um anunciante. Escreveu suas memórias que se converteram em um grande êxito de vendas. Mais tarde empreendeu com seu Spirit of St. Louis um Giro da Boa Vontade pelas Américas. Em uma das etapas, no México, conheceu sua futura esposa, Anne Morrow.
Seus vôos no comando do Spirit of. St. Louis demonstraram que o avião era um meio de transporte seguro e confiável. As ações das empresas aeronáuticas subiram rapidamente e o interesse do público por voar foi aumentando. Em 1927, Lindbergh foi consultor técnico da Pan American World Airways e contribuiu com a fundação da Trans-continental and Western Airlines (TWA).
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