Christine Lagarde, directora do FMI, foi condenada pelo Tribunal de Justiça da República por ter agido com negligência e permitido o desvio de dinheiros públicos, enquanto ministra da economia francesa. Em causa estão mais de 400 milhões de euros que o Estado francês foi obrigado a pagar ao mal-afamado empresário Bernard Tapie (amigo de Sarkozy), isto em 2008. A senhora Lagarde, que na altura era ministra da economia decidiu não recorrer da decisão altamente penalizadora para o erário público. Em 2015, a justiça francesa decidiu que Tapie teria que devolver todo o dinheiro que indevidamente recebeu. Agora, porque estas coisas demoram, ficou provado que a senhora Lagarde actuou de forma negligente, contudo não lhe foi aplicada qualquer sanção pelos actos praticados.
Que a justiça francesa não queira penalizar a senhora ex-ministra por ter gerido à Lagardère os dinheiros públicos eu até entendo, apesar de achar que ficaria bem uma sentença que a impedisse de voltar a desempenhar cargos públicos naquele país, no mínimo. Mas isso é lá com eles.
Agora, espanta-me que o FMI – essa instituição de renome – ainda mantenha esta senhora em funções. Se calhar é porque este tipo de actuação no exercício de cargos públicos confere currículo (e dos bons) para servir o FMI.
A senhora Lagarde aprecia pavonear-se pelos corredores do poder, com o cajado da austeridade numa mão, enquanto a outra carrega sempre uma mala de dinheiro muito caro, proveniente dos santificados mercados. Gostaria de destacar uma frase proferida pela senhora Lagarde, enquanto directora do FMI, que dizia algo do tipo “eu ajudo os governos a tomar melhores decisões, a prosperar e criar emprego”. Sendo que a receita é sempre a mesma: austeridade e uma mala de dinheiro muito caro que, invariavelmente resulta no escandaloso aumento de impostos que os povos têm que suportar, sendo que o dinheiro costuma servir para "salvar" bancos. Prosperidade e emprego são artifícios para entreter. Todos se lembram também do dia em que esta mesma senhora afirmou que “o povo grego tem que pagar os seus impostos” e, no entanto, é a mesma pessoa que recebe um salário milionário e livre de impostos.
Inflexível com os frágeis enquanto representante dos mercados, conivente com os magnatas trafulhas enquanto governante. Esta senhora é uma fraude, uma mentira, tal como a instituição que dirige e representa.
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