AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

The Doors







"I'm the lizzard king, I can do anything..."

Famosas palavras proferidas pelo homem que graças a elas ficou conhecido pelo Rei Lagarto. Falo, claro está, de Jim Morrison, uma das personagens mais carismáticas do século passado, uma voz que marcou "A Geração". A história dos Doors confunde-se um pouco com a do seu vocalista. Aliás isto acontece sempre que uma banda tem um lider com uma personalidade bastante vincada e forte. O lider da banda deixa de ter vida a partir de um determinado momento, passando a ser uma verdadeira lenda. Vamos então contar a história desta banda, recheada de poesia, sexo, drogas, rock n' roll, mitos, e até teorias da conspiração...
Jim Morrison era um estudante de cinema na Universidade da Califórnia. Um jovem impressionado com histórias místicas, psicadelismo, e poesia (essencialmente William Blake). Certo dia num encontro com o seu amigo Ray Mazarek, decide mostrar-lhe os seus poemas. A qualidade da sua escrita impressiona o seu amigo e ambos decidem então formar um banda. A estes juntaram-se John Densmore e Robby Kruger amigos de Ray.
Decidem chamar à sua banda The Doors, vão buscar referência a um livro de poesia de Aldous Huxley "The Doors of Perception", que por sua vez tinha retirado o título a um verso da poesia de Blake que dizia:
"Se as portas da percepção estevessem abertas, tudo parecia ao homem assim como é: infinito."
A banda adoptou uma forma de trabalhar com base no colectivo, Mazarek e Densmore tratavam da parte musical e ritmica, e Kruger e Morrison escrivam as letras, se bem que a maior parte das letras eram escritas por Morrison.
A banda começa a actuar em pequenos bares de LA, mas depressa se destaca muito graças ao animal de placo que Jim Morrison se começa a demonstrar. E em 1967 sai o primeiro com o título The Doors.
Provavelmete este foi um dos melhores disco de estreia da história da música. Nunca nada tinha soado tão fresco, tão diferente, tão inteligente, tão sexual e claro tão polémico. À primeira audição deste disco logo duas coisas se destacam: a impressionante voz e líricismo de Morrison, e os teclados sonhadores, psicadélicos e com uma pitada de flamenco de Mazarek.
Muito se pode dizer da música, pois ela tem de tudo um pouco. Tem rock, tem psicadelismo, tem flamenco, tem morte, tem sexo. Tudo misturado dá origem a um som que mais ninguém tem, teve ou terá. Dá origem ao som caracteristico dos Doors, dos sons mais inconfundiveis da história. Este disco tem músicas rock tão simples como Break on Trough, tem músicas ácidas como Light My Fire, e outras inclassificaveis recheadas de morte, psicologia e drogas como The End. Depressa estas canções se tornaram hinos para uma juventude com sangue na guelra, disposta a contrariar a sociedade e revolucinar o mundo. Foi uma época que mudou a América e o mundo para sempre. Depois deste disco os Doors colocaram-se no epicentro de todo este movimento contra-cultura.
Com o sucesso adquirido com o primeiro disco, os Doors tornaram-se o centro das atenções. Jim Morrison era convidado para todas as festas e discotecas, mas apenas comparecia se todos os elementos da banda fossem convidados. Aliás a amizade que Jim tinha pelos seus colegas de banda sempre foi grande, apesar de algumas quezílias no início (principalmente com Kruger), Jim sempre lhes disse:"o que seria eu sem vocês?"
Os seguintes discos embora bons não conseguem atingir o nível do primeiro, extraem-se bons singles mas pouco mais. Albuns como Strange DaysWaiting for The Sun e The Soft Parade perdem-se um bocado na história ficando apenas na memória alguns excelentes singles.
Até que em 1970 sai Morrison Hotel, para recolocar a banda no foco. Retirado de algum experimentalismo dos LP's anteriores e acrescentado um pouco de blues o album foi um verdadeiro sucesso.
Um depois sai L.A. Woman o último albúm, onde os blues dominam por completo. Nota-se uma espécie de redenção em Morrison que muda o visual. Deixa crescer a barba e engorda alguns quilos. Nota-se nas letras verdadeiros apelos e orações para exorcisar demónios, mais própriamente as drogas que o consumiram por completo entre o primeiro disco e este último. Afasta de si os títulos de Xamã Sexual de outros tempos. Enche-se da fama de tudo que ela transporta. Durante muitos anos Morrison levou um estilo de vida destrutivo e alienado, e finalmente fartou-se disso tudo. Especial atenção para a música Riders on the Storm que encerra o albúm, muitas destas coisas aparecem lá explicadas.
Depois de lançado o disco Morrison parte para Paris com a mulher e com o intuito de escrever poesia. Lá recupera o vício da bebida, a morte não tardaria.
A 3 de Julho de 1971 o corpo de Jim Morrison foi encontrado na banheira, tinha apenas 27 anos. A "causa oficial" da morte foi ataque cardíaco, embora isto tenha gerado uma série de teorias de conspiração. Nunca foi feita nenhuma autópsia. Suspeitava-se de overdose de heroina embora Morrison nunca tenha sido consumidor dessa droga, ao contrário da sua namorada. Chegou-se a especular de conspiração governamental, sendo que o próprio Morrison referiu que seria o terceiro a morrer sobre "circunstâncias" suspeitas, após Jimmi Hendrix e Janis Joplin.
O seu corpo foi enterrado num cemitério de Paris.

Ainda hoje os Doors tocam com restantes menbros da banda ainda activos, mas a aura da banda desapareceu com Morrison. Recordam-se poemas, músicas e histórias, e este é o seu legado para toda a gente incomformada e inconformista. Deixo aqui uma das letras mais belas e famosas do Sr. Morrison, que embora ele tenha dito que não tem um significado específico, aquela última estrofe explicará muito.

The Doors - Moonlight Drive

Let's swim to the moon, uh huh
Let's climb through the tide
Penetrate the evening
That the city sleeps to hide
Let's swim out tonight, love
It's our turn to try
Parked beside the ocean
On our moonlight drive

Let's swim to the moon, uh huh
Let's climb through the tide
Surrender to the waiting worlds
That lap against our side
Nothin' left open
And no time to decide
We've stepped into a river
On our moonlight drive

Let's swim to the moon
Let's climb through the tide
You reach your hand to hold me
But I can't be your guide
Easy, I love you
As I watch you glide
Falling through wet forests
On our moonlight drive, baby
Moonlight drive

Come on, baby, gonna take a little ride
Down, down by the ocean side
Gonna get real close
Get real tight
Baby gonna drown tonight
Goin' down, down, down

Valete Frates
dareparamorrer.blogspot.pt

Sem comentários: