«Deixe-me lá ver se aprendo como é que isto se deve fazer. É que as minhas sardinhas assadas nunca ficam como estas», comentou a ministra do Mar, segurando uma grelha cheia de fumegantes e bem cheirosos peixes, a ser preparados nos grelhadores do clube Boa Esperança, ontem ao início da noite, no Festival da Sardinha, na zona ribeirinha de Portimão.
A ministra Ana Paula Vitorino, acompanhada pelo ministro Adjunto Eduardo Cabrita (que é seu marido e até é algarvio, logo ali do outro lado do rio, de Lagoa) e ainda pelo secretário de Estado das Pescas, o também algarvio José Apolinário, inauguraram ontem o certame dedicado a um peixe que, embora hoje seja escasso, já esteve na origem da riqueza e da fama de Portimão.
A comitiva guiada pela Dona Sardinha e o pescador, um par de jovens que desfilou na marcha que Portimão, em Junho passado, levou ao desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, era ainda liderada pela presidente da Câmara Isilda Gomes, acompanhada de vereadores, deputados, outros autarcas, responsáveis regionais, empresários.
Isilda Gomes aproveitou para dizer que esta foi a primeira vez que o Festival da Sardinha foi «inaugurado por dois ministros e um secretário de Estado».
Ao longo da zona ribeirinha, entre o coreto junto à Casa Inglesa e os restaurantes entre pontes, foi-se sucedendo a animação, como, aliás, irá acontecer em todos os dias do Festival da Sardinha. Primeiro a fanfarra dos bombeiros, depois uma acordeonista, a seguir a banda da Sociedade Filarmónica Portimonense, a terminar o Rancho Folclórico da Figueira. À noite haveria ainda o concerto dos Deolinda, com entrada livre e casa cheia.
Junto aos restaurantes da sardinha, uma turista francesa até reclamou que o rancho não tinha tocado junto à sua mesa…é que ela estava sentada precisamente num dos restaurantes que não aderiu ao programa «Aqui há sardinha» e que, por isso, não pagou a animação…e não teve direito a ela.
A ministra do Mar, sempre de sorriso aberto na cara, ia registando tudo em fotografia e vídeo com o seu smartphone. E, quando o rancho dançou, ela bateu palmas e acompanhou o ritmo com o pé.
Mas a maior surpresa estava reservada para o edifício da Antiga Lota. Aí, a porta foi aberta à comitiva por duas crianças, um menino e uma menina, ela vestida de operária conserveira, ele de pescador, com bigode e tudo. Lá dentro, no local onde há-de funcionar o espaço das oficinas para famílias do Museu de Portimão, estavam mais crianças, vestidas do mesmo modo, a recriar a descarga das traineiras, com o vai vem das canastras, e o trabalho das conserveiras na fábrica.
O casal de ministros, bem como a presidente da Câmara, logo quiseram ir cumprimentar e falar com os jovens figurantes, miúdos que não tinham mais de 5 anos, todos do Lar da Criança, que explicaram com um ar muito compenetrado o que estavam ali a fazer.
Depois de muitas fotos e beijinhos, foi a vez de assistir à demonstração do uso de um desfibrilhador, no âmbito do projeto de formação e instalação desses aparelhos que a Câmara de Portimão, em conjunto com os bombeiros e a proteção civil, tem estado a promover.
Depois, a comitiva foi jantar, sardinhas, claro está. A mesma tarefa a que se dedicavam largas centenas de pessoas, nos restaurantes e nas mesas dos clubes. Para quem não queria a sardinha assada, a carripana da Maria do Mar vendia o já famoso hamburguer de cavala, enquanto nas barraquinhas da doçaria se podia provar sardinhas…doces.
O Festival da Sardinha funciona na zona ribeirinha de Portimão, com entrada livre e animação musical garantida, até domingo, 7 de Agosto, entre as 19h00 e a 1h00. Clique aqui para saber toda a informação.
www.sulinformacao.pt
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