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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Historia e Cultura da Jamaica - A ESCRAVIDÃO - OS RASTAS - O REGGAE - O COLONIALISMO - A MÚSICA - AS RELIGIÕES












1) História (The stone that the builder refuse).

a) os Arawaks

· Habitantes originais da Jamaica, de índole pacífica.
· Plantavam milho, batata doce, tabaco (fumavam no ‘Y’).
· Faziam bebida fermentada de cassava(?)
· Antes da chegada dos europeus, começaram a sofrer invasão de guerreiros Caribes que tinham o hábito de comer os derrotados.
· Deram o nome à ilha (orig. Xaymaca – Terra das fontes [de água]), que permaneceu mesmo após a presença européia.
· Foram feitos escravos pelos espanhóis e muitos morreram nas minas e em trabalhos agrícolas. Foram relatados suicídios e mortes por doenças contagiosas devido ao contato com os europeus e com os animais introduzidos por eles.
· Quando os ingleses iniciaram a tomada da Ilha aos espanhóis em 1655, quase não havia Arawaks na Jamaica.

b) A colônia espanhola
· Fracasso total como colônia no modelo espanhol de “busca do ouro”, serviu, no entanto como entreposto agrícola para os viajantes para outras partes da América.
· Introduziram na ilha a banana, a cana de açúcar, outras variedades de tabaco e frutas cítricas. Cultivaram algodão e coco.
· Serviu de refúgio para muitas famílias de judeus sefaraditas portugueses que escaparam da Inquisição quando da anexação de Portugal em 1580 pela Coroa Espanhola.
· Até por volta de 1600, a Espanha era a única nação européia colonizadora das Índias Ocidentais, as outras somente pirateavam e atacavam as posições conquistadas. Franceses e ingleses apenas contrabandeavam o que apuravam nos ataques aos navios e colônias espanholas.

c) A conquista inglesa


· Em 1642 Spanish Town foi atacada pelo “lobo do mar” William Jackson. A curiosidade é que muitos de seus homens gostaram da ilha e desertaram, ficando por lá.
· Em 1655, Oliver Cromwell atacou a Ilha com uma frota de 38 navios e 8000 homens comandados pelo Alm. William Penn, encontrando uma população espanhola em torno de 1500 almas.
· A resistência foi pequena, mas os espanhóis libertaram seus escravos para que estes ajudassem na defesa contra os ingleses e eles, na iminência da derrota, liderados por um chefe conhecido como Juan de Bolas, fugiram para as montanhas e não se entregaram aos ingleses.
· Estes escravos estabeleceram-se na região de St. Catherine junto com os poucos remanescentes dos Arawaks e este núcleo de libertos foi uma das origens na nação Maroon (do espanhol marrano, selvagem) que guerreou contra os ingleses por oitenta anos.
· Com o Tratado de Madrid firmado pelas duas coroas em 1670, a Jamaica passou oficialmente para o domínio inglês.

d) “A Irmandade da Costa”
· No final do século XVII, a Jamaica era capital mundial dos piratas. Os bucaneiros (bucaneers, em inglês) originais eram a escória da Europa, criminosos, refugiados políticos e religiosos, desterrados e exilados ingleses, holandeses e franceses que só tinham em comum o ódio pela coroa espanhola.
· Eles funcionavam como fornecedores de carne, couro e sebo para navios que eventualmente ancoravam ao longo da costa. Trabalhavam em duplas e caçavam com auxílio de cães, tratando a carne em “bocas negras” (em francês, boucan), defumadores que aprenderam a fazer com os índios.
· Quando foram obrigados pelos espanhóis a retirar-se para Tortuga em 1630, muitos se juntaram para formar a “Confederação da Irmandade da Costa”. No início, utilizavam canoas de guerra indígenas e barcos leves para atacar comboios espanhóis de surpresa. Com sua ousadia e sucesso nestes ataques, passaram a recrutar mais gente e a utilizar barcos maiores.
· Com a presença britânica na Jamaica, os bucaneiros encontraram em Port Royal um mercado pronto para absorver o produto dos saques aos navios da coroa espanhola.
· Foram colocados na ilegalidade devido a tratados entre as coroas, mas logo depois, em 1664, com os britânicos em guerra contra a Holanda, foram admitidos como aliados da Coroa.
· O maior de todos foi sir Henry Morgan (1635-1688), que comandou a Irmandade e viu PR se tornar a “Las Vegas do séc. XVII”, interferindo até em negócios de estado da Coroa, como na invasão ao Panamá em 1671.
· Em 1692, Port Royal contava mais de 8.000 habitantes e tinha casas do mesmo nível de Londres ou Paris, mas com a ascensão dos grandes plantadores de cana na Ilha, a Jamaica foi tornando-se uma grande fazenda movida a trabalho escravo.
· Em Junho do mesmo ano, um grande terremoto afundou metade da cidade no mar, matando a maioria de seus habitantes. Do outro lado da baía foi fundada então a cidade de Kingston, para recolher os remanescentes de PR e que se tornou a capital administrativa da colônia.


e) Açúcar e Escravidão
· A Jamaica nunca foi extensivamente ocupada pelos britânicos, apenas servia como uma grande fazenda de produção de cana baseada no tráfico de escravos africanos trazidos pelo “Caminho do Meio”, ou seja, a rota Costa do Ouro – Caribe. Detalhe: navios negreiros que perdiam as correntes marítimas desta rota desviando-se para Sul, desembarcavam a “mercadoria” em São Luís do Maranhão via de regra.
· Em 1673 havia 57 grandes plantações na Jamaica. Em 1740, havia mais de 400.
· O regime de servidão dos escravos e as condições em que eram tratados e transportados eram, naturalmente, as mesmas que conhecemos aqui no Brasil. E como aqui, lá também muitos se tornaram fugitivos, jamais deixando morrer o desejo por liberdade.
· Em se tratando de uma ilha montanhosa e coberta por florestas tropicais, os fugitivos evadiam-se para as montanhas.
· Em 1690 na localidade de Clarendon eclodiu uma grande revolta de escravos que culminou com a fuga de muitos deles para as florestas da Jamaica Central. Um destes fugitivos, um Coromanti chamado Cujo, veio a liderar uma das maiores guerras de guerrilha de que se tem notícia na história.
· Durante 80 anos os Maroons desafiaram o poderio dos “Casacas Vermelhas”, o Exército Colonial Britânico, talvez o mais eficiente e poderoso da época. Um tratado de paz foi finalmente assinado, mas infelizmente, transformou os Maroons em caçadores de recompensa (capitães do mato, no caso brasileiro).
· Os Maroons aceitaram estes termos por uma centena de anos, inclusive ajudando a esmagar a rebelião de 1760 em St. Mary.
· Os senhores das terras e os Maroons viveram em paz até 1796, quando eclodiu uma segunda guerra na qual estes foram derrotados e muitos deportados para Nova Escócia ou para a atual Serra Leoa, onde há registros de seus descendentes até os dias de hoje.
· Durante todo o séc. XVIII o açúcar continuou sendo o motor da economia jamaicana. Num censo feito em 1795, foram contabilizados 200 mil escravos e 13 mil europeus morando na ilha.
· A última grande revolta de escravos ocorreu em 1831 no oeste da ilha liderada por Samuel Sharpe, mas foi rapidamente esmagada. Em 1838 a escravidão foi formalmente abolida e 300 mil pessoas se viram na condição de “libertos”.

f) Pobreza


A abolição acabou com a legendária riqueza dos grandes plantadores, apesar do razoável fluxo de chineses e indianos que passaram a chegar para trabalhar nas plantações, porque os ex-escravos em sua maioria preferiram se deslocar para tentar a vida nas cidades.
A maioria dos estudiosos admite a hipótese de que a cannabis foi introduzida na Jamaica pelos imigrantes das “Índias Orientais”, tanto que o termo usado oficialmente é a palavra hindi ganja.
Por volta de 1865, a situação estava difícil para o povo pobre da ilha, especialmente devido aos problemas de abastecimento causados pela Guerra Civil nos EUA. Isto fez eclodir uma revolta popular de alcance limitado em Morant Bay, insuflada pelo líder George William Gordon e capitaneada pelo diácono batista Paul Bogle, que foram presos e executados.
Com o declínio do açúcar no início do séc. XX, a economia começou a derivar para a monocultura da banana, que se tornou o mais atrativo produto agrícola durante a primeira metade do século.
E a sociedade jamaicana se tornou, no mínimo, poliglota: europeus, afro descentes, chineses, indianos e sírios convivendo e se comunicando, ou pelo menos tentando.

2) Música Na Jamaica – 1494 a 1957 (Garth White) – Voices crying in the wilderness.

A “Grande Tradição”: heranças culturais africana, européias e do resto do Caribe, o que inclui as tradições musicais religiosas e mágicas afro-jamaicanas, a música das igrejas e das populações de origem européia na era colonial e as influências vindas da América Central e EUA. A “Pequena Tradição” se refere aos novos elementos oriundos do Rastafari e do Reggae way of life, além de, mais recentemente, da cultura hip hop.

O que se sabe da tradição musical Arawak é muito pouco. Conforme descrito por cronistas espanhóis, havia música de caráter ritual com instrumentos de percussão feitos de madeira, de sopro feitos de ossos de animais e de caules de plantas nativas. Como nas culturas ditas aborígenes da Amazônia, os Arawaks tinham caciques e anciões que organizavam e predominavam nestes rituais ligados à religião de mitos vegetais e portanto faziam uso da música dentro deste sistema.
O primeiro aspecto importante a se ressaltar sobre a música de origem africana é a questão da tradição vocal presente em todas as culturas africanas. Independente dos diversos acompanhamentos e influências trocadas com as outras culturas na América e até das circunstâncias conhecidas relativas às condições de vida impostas aos africanos, fica evidente a premência das manifestações vocais. Mais ainda, ressalte-se que a vocalização de origem africana não busca exatamente a nota “pura”, sendo mais comum o uso de artifícios como os falsetes e vibratos, ou seja, uma manifestação mais seminal, mais do corpo todo.
Outro aspecto fundamental é o fato de que a música de origem africana ser sempre uma expressão de caráter comunal, para todos, sempre parte da vida cotidiana, intersectada com as manifestações religiosas, de trabalho, etc.
Especificamente em relação à tradição percussiva ligada ao reggae através dos rastas, note-se que a estrutura de trio tem ligação direta com a tradição Ashanti da África Ocidental.
Similarmente ao ocorrido no Brasil, as manifestações musicais dos escravos no início ficavam estritas aos funerais e a festas de colheita, sendo reprimidas quaisquer tentativas de auto-afirmação cultural.
Com o tempo, os colonizadores começaram a permitir a sincretização e o uso de manifestações de música e dança folclórica de origem européia para “uso” dos escravos como forma de manter o controle sobre a condição destes.
Na Jamaica, a forma encontrada para apaziguar e unificar as “tribos” de escravos foi tolerar as manifestações, especialmente o culto Myal, no qual o sacerdote era ao mesmo tempo curandeiro, psicólogo, chefe guerreiro, rezador, conselheiro espiritual. Portanto exercia autoridade dentro da comunidade de modo que ajudava a trazer esperança ao mesmo tempo em que confortava a comunidade, mantendo tudo sob certo controle.
Outras manifestações como o Junkanoo, Kumina, Pukkumina and Zion Revival, produtos do sincretismo religioso e da cristianização da sociedade jamaicana vieram crescendo após a abolição, nos mesmos moldes dos cultos afro-brasileiros, com a diferença de que aqui a forma religiosa e cultural é em geral católica e na Jamaica protestante.
Outras influências, especialmente com o desenvolvimento da sociedade no século XX foram resultado da intensa troca de informações com as outras ilhas caribenhas como Cuba, Trinidad & Tobago, etc. As diversas populações influenciaram-se culturalmente através das constantes migrações de trabalhadores.
Rumba, Calypso, Merengue, Beguine, todos os ritmos do século que foram desenvolvidos passaram a fazer parte do cenário formador da musicalidade dos músicos e do povo das ilhas. Na Jamaica, desde o fim do século XIX o Mento talvez possa ser identificado como o ritmo local diretamente ligado à influência, principalmente do Calypso, que, apesar da origem estritamente trinidenha, acabou virando a denominação mais comum para todos os ritmos das ilhas caribenhas de língua inglesa.
O Mento desenvolveu-se originalmente nas áreas rurais e foi perdendo força com a urbanização e a imigração dos jovens para as cidades e para o exterior, que acabou expondo-os a outros estilos de música. Acabou restringido como folclore, tendo muitos de seus músicos e intérpretes absorvidos pelo advento do Ska nos anos 50.

Sound Systems, R&B e o nascimento do SKA.














A pedra fundamental para entender o desenvolvimento do reggae como estilo musical e fenômeno social é, certamente, os sound systems. Com os seus Djs, MCs e principalmente, espaço para manifestação de idéias, mesmo que controlados por uns e outros, acabou por se tornar o centro das atenções e retrato fiel da música e cultura jamaicana. Presente desde a década de 1940 ganhou importância especialmente a partir de 1962, quando após a independência, a música jamaicana ganhou novas feições. É importante frisar o caráter extremamente popular no sentido de quem fazia os bailes e as intervenções.
· A Jamaica do pós-guerra, ainda colônia britânica, era um país de população extremamente pobre. As pessoas, especialmente a população imigrada para a capital, onde o desemprego atingia pelo menos cinqüenta por cento da força de trabalho mal tinham recursos para as necessidades básicas. Em resumo, apenas a elite e a pequena classe média ligada ao governo tinha poder de consumo. Esta situação fez com que os sound systems fossem praticamente a única fonte de informação musical e lazer para o povo, já que a única estação de rádio da ilha (RJR – Radio Jamaica Rediffusion) tocava basicamente música européia.
· Com o advento dos aparelhos de rádio transistorizados no final da década de 1950, surgiu outra estação, chamada Jamaican Broadcast Corporation, inaugurada em setembro de 1959, mas em nada contribuiu para mudar este panorama. Só que utilizando as freqüências de Ondas Curtas, muitas pessoas captavam estações norte americanas, especialmente a WINZ de Miami, que veiculava muitas atrações gospel, R&B e Soul Music.
· A grande popularidade de artistas como Fats Domino e Louis Jordan entre os jamaicanos denota a preferência maciça destes pelo R&B mais agressivo, que falava sobre as vicissitudes da vida do homem negro na América, além dos problemas de relacionamento afetivo ou baladas puramente românticas. Em termos de “pegada”, as bandas da região de Nova Orleans e sua “locomotiva” rítmica eram as mais apreciadas e que mais influenciaram os músicos jamaicanos no amálgama com os ritmos locais que veio a ser denominado SKA.
· Musicalmente, o ska não tinha a proeminência de nenhum instrumento em especial. A bateria provia um 4/4 acompanhada pelo baixo “andante” típico do R&B ou mesmo do blues, com o piano dando o contraponto “boogie” e a metaleira marcando o ritmo junto com a guitarra. Grandes solistas dos instrumentos de sopro se destacaram na época, como os trombonistas Don Drummond (especialmente) e Rico Rodriguez( que foi seu aluno), e os saxofonistas Tommy McCook e Roland Alphonso. O formato de big band predominava e os primeiros anos ficaram marcados pelo grande sucesso dos SKATALITES (liderados por Drummond) acompanhando os cantores e conjuntos vocais que fizeram do ska fenômeno de massa e “trilha sonora da independência (em 1962)”.
· Desde esta época, entretanto, já ecoava a partir dos guetos da capital a influência rítmica dos Rastas, cujos rituais eram acompanhados pelos “burru drums” (família de tambores rituais da prática religiosa “burru” adotados pelos rastas) em seus cânticos “Nyahbinghi” e modo de vida anti establishment evocativo da identidade africana. O primeiro sucesso que trouxe este componente às claras foi “Oh, Carolina”, de 1955{?} (Falken Brothers) e que teve o acompanhamento do grande Count Ossie e seus Mystic Revealers na percussão e harmonia vocal.
· Os Skatalites gravavam muito para Clement Dodd, aka Sir Coxsonne, produtor pioneiro e proprietário do legendário selo Studio One, tendo acompanhado os mais importantes artistas da época como Derrick Morgan, Clancy Eccles, Monty Morris e Teophilus Beckford, entre muitos outros.
Assim como em 1964, gravaram com o conjunto The Wailing Wailers (foto ao lado), depois simplesmente The Wailers o single “Simmer Down” (Bob Marley) que colocou-os pela primeira vez no topo das paradas e foi um marco na história da música e da indústria jamaicana por tratar-se de um grupo vocal oriundo de Trenchtown que falava a linguagem dos guetos e para o povo dos guetos.
· Foi a época do aparecimento dos rude boys, a juventude alienada e desencantada das áreas pobres de Kingston, vivendo em meio a um sistema policial extremamente repressivo, refém dos goons (mercenários armados ligados aos partidos políticos), sem emprego e assistência social. Parte dela, porém, como os Wailers, era culturalmente influenciada pelos Rastas e rejeitava tanto a violência como buscava identificação com os movimentos sociais dos EUA na luta por direitos civis.
· Pois foi neste cenário de enfrentamento e de graves problemas sociais que, em 1966, HIM Haile Selassie I, imperador da Etiópia visitou a Jamaica, causando grande comoção social e então ficou claro como os Rastas já vinham influenciando fortemente muitos setores da sociedade.
· Essa influência já estava bastante presente entre os músicos. Com a internação de Don Drummond e a conseqüente dissolução dos Skatalites em 1965, começaram a surgir novos talentos que passaram a ditar a cena musical com novas informações e buscando outros caminhos, resultando então no advento do rock steady, forma musical intermediária entre o SKA e o REGGAE.

A CULTURA RASTAFARI






Paz e união são princípios básicos de uma cultura muito antiga e popular na Jamaica e que muitas vezes é confundida com religião: a cultura Rastafari.





Rastafari é uma palavra do idioma Aramaico(AMHÁRICO)Língua eclesiástica da Ethiopia, usada pela real dinastia do povo de Davi .A palavra "Ras" significa Rei, e "tafari" paz. Portanto, rastafari quer dizer "Rei da paz". Alguns ainda classificam a palavra "Ras" como sendo cabeça, simbolizando o indivíduo que tem sabedoria.




O movimento RastafarI começou nos anos 30, na Jamaica. As suas raízes são as professias de Marcus Garvey e as palavras de Haile Selassie I. Segundo consta, num domingo em 26, Garvey, durante a missa teria dito: "Olhem para Leste, para África, onde um negro será coroado Rei." E assim foi, a 2 de Novembro de 1930, Ras Tafari Makonnen, foi coroado Rei, alegando descendência do Rei Salomão de Jerusalém e da Rainha Makeda de Sheba. Adotou o nome de Haile Selassie I ("o poder da divina trindade") e foi designado 225º Imperador da dinastia Salomonica, Eleito de Deus, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judah. Na Jamaica, os escravos negros assistiam à realização da profecia bíblica e o regresso de Deus à Terra, como homem vivo. Era o início da redenção e da libertação. (Selassie em cima/ garvey em baixo)
















Os Rastafaris levantam a voz contra a opressão, pobreza e desigualdade não apenas idéias religiosas mas problemas globais. O movimento, já espalhado pelo mundo, é considerado um movimento apocalíptico, que acredita que o Novo Reino está prestes a chegar. Este Reino trará a redenção da humanidade e de África, Sião (a terra sagrada). O redentor e pai é Haile Selassie I.
Os Rastas libertaram a Bíblia, tornando-a numa realidade viva para os povos do mundo, com a sua interpretação dela,visto que a Biblia foi modificada e a maioria das igrejas fazem a interpretação errada das escrituras. O caminho e a missão Rasta não pode parar nem ser sabotado pela Babilonia. Como diz na Bíblia, eles foram e serão odiados pelos homens, acusados falsamente, objetos de escândalos e perseguidos por serem Rastafari, mas o seu destino é ser a pedra angular, as fundações. Em tempos de julgamentos RastafarI virá como o 7° anjo do apocalipse, Haile Selassie é o desatador dos 7 selos.
Haile dedicou sua vida com muito estudo e conhecimento para reescrever, compilar a Biblia para o G'eez, lingua semitica anciã Etiópica, usando suas citações nos rodapés e incluindo todos os livros da Mät'shäf Qdus, 81 livros. Isso para os Rastas é a mais clara prova que Haile Selassie I veio para dar o livro desatado, a verdade que era escondida pelas fundaçoes mentirosas.



A cultura rastafari tem uma ligação muito forte com a natureza, princípio básico da criação. os rastas são naturalistas e vegetarianos. As cores têm importância fundamental e marcante, pois traduzem significados que representam a própria cultura rastafari, com seus princípios básicos de união e defesa de suas raízes.



VERDE = Africa, Mae da criação.


Ouro= Riqueza que foi roubada dos povos nativos por opressores


Vermelho= Sangue que foi derramado durante a escravidao


Preto= Os guerreiros da raça NEGRA





Os Rastas costumam seguir nove principios:



1.Temos fortes objeções em relação a alterações agudas da figura do ser humano, corte e escovamento [do cabelo], tatuagem da pele, cortes da carne.
2.Somos basicamente vegetarianos, dando uso escasso a certas peles animais, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis, etc.
3.Não adoramos nem aceitamos mais nenhum Deus além de Rastafari, proibindo todas as outras formas de adoração pagã, apesar de as respeitarmos.
4.Amamos e respeitamos a irmandade da humanidade.
5.Desaprovamos e abolimos completamente o ódio, ciúmes, inveja, engano, fraude e traição, etc..
6.Não aprovamos os prazeres da sociedade moderna e os seus males correntes.
7.Temos a obrigação de criar uma nova ordem mundial de uma irmandade.
8.O nosso dever é expandir a mão da caridade a qualquer irmão/irmã que esteja em dificuldade, primeiramente aos que sejam Rastafarianos e só depois a qualquer humano, animal, planta, etc..
9.Somos aderentes das antigas leis da Etiópia.




Nem todos os rastas seguem fielmente tais principios , o que não quer dizer que não sao rastas , pois o rasta preza muito o livre arbitrio assim cada um sabe o que é bom e melhor para si mesmo,nenhum rasta precisa provar por meio de habitos que é rasta . Os custumes e a visão de cada rasta varia de acordo com a ''CASA'' a qual ele pertence.





Alguns detalhes dos costumes rastafaris:



GANJAGanja, marijuana, cannabis (maconha) é uma erva medicinal milenar usada por inumeras culturas alem dos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29: "E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento." Os rastas não veem a Cannabis Sativa como droga, pois antes de qualquer interpretação hipocrita cientifica ela é apenas uma planta, os rastas traduzem seus efeitos psicoativos como a THIRD I VISION (terceira visao) pois sob o efeito da ganja eles abrem uma "porta" da percepção, ativam o lado do pensamento mais "enterrado", pra ficar mais atento e protegido da Babilonia que confunde .
obs:Aos que não conhecem a historia da cannabis sativa é legal procurar e aprender que é uma erva milenar , que tem varias propriedades e pode ser explorada comercialmente, pois ela produz o canhamo ( a fibra natural mais resistente que existe), ela ja foi usada para produzir papel , cordas, oleos, roupas , ate as velas das grandes embarcaçoes dos europeus eram feitas de canhamo. Bom tambem, é voce saber porque a proibiram, saber que por traz das manchetes hipocritas de revistas e jornais, existe uma historia que querem que ninguem saiba, não querem que saibam que a cannabis foi proibida por brigas comerciais e racistas nos EUA, e uma campanha mentirosa a acompanhou para "justificar sua proibição". bom a historia da cannabis da um livro a parte, portanto para quem quer saber mais visite esse link que mostra uma materia da revista super interessante:





DREADLOCKS
O aspecto mais saliente de um/a Rasta são os cabelos dreadlock, tranças fortes, que não são escovados ou penteados, mas cuidadosamente mantidos e lavados por quem os usa. São o símbolo da união com Jah e do empenho numa vida justa e natural sem quimicas preservando a real identidade do homem. Para quem não conhece a cultura rastafari, geralmente os dreadlocks sao tachados de sujo , coisa que não é verdade, na jamaica os rastas lavam diariamente seus dreads para limpar a sujeira na qual a cidade (babilonia) suja eles. Assim eles se limpam da sujeira material e espiritual.

Muitos tambem relacionam a imagem dos dreadlocks com a imagem do leão conquistador da tribo de judah, simbolo de força e coragem, diante de uma sociedade infectada pela competição de egos e vaidade o RastafarI não vem para se curvar, vem para conquistar.





ITAL
Comida Ital (comida vital e total) é o alimento Rastafariano e é o que Jah ordenou que fosse. "Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação." , "Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio." É comida que nunca tocou em químicos e é natural e não vem em latas. Quanto menos cozinhados, melhor, sem sais, preservativos ou condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. Os Rastas são, portanto, vegetarianos. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. O licor, leite ou café são vistos como pouco saudáveis. Porem por a jamaica ser uma ilha alguns grupos de Rastafaris se alimentam basicamente de frutos do mar, outros somente não comem carne de porco, existe uma variação , relembrando o livre arbitrio que cada rasta tem para si mesmo.






PATOIS - LINGUAGUEM RASTAFARI



Os rastafaris, assim como tantos outros nichos culturais de todos os lugares do mundo, possuem uma maneira própria de se expressar, de usar a língua. O mais comum é a adoção de um vocabulário básico, constituído de gírias, que são derivações fonéticas de palavras ou neologismos, palavras criadas, cujo sentido escapa a terceiros, não pertencentes ou não familiarizados com determinado grupo (ou tribo cultural). O fenômeno da criação e utilização de gírias é parte de um processo natural de constituição de uma identidade, de um SER ALGUÉM.



aqui vai alguns significados comum a palavras usadas por rastas:


Babilon - sistema opressor , cativeiro espiritual, Europa.

Irie - O melhor absoluto, maneiro.

Zion- Africa , ethiopia , paraiso, sião, terra prometida.

Shity- city + shit reunião afirmativa de opinião significando que “cidade” implica “merda”, má situação, ou, em resumo, cidade-de-merda.

Poulitricks - políticos “dos truques”, trapaceiros, corruptos.

SHITSTEM - sistema-porcaria , termo criado por Peter Tosh.


A utilização do pronome “EU’’ é a segunda característica da linguagem rastafari. Este pronome é usado como prefixo e sufixo ou como parte de termos compostos. Em várias expressões substitui os pronomes você-tu e nós na comunicação interpessoal. Esta gramática estranha, que privilegia a primeira pessoa do singular, se explica como prática mística, exotérica (de domínio público). Suas raízes, entretanto, são “esotéricas” (com S e não com X), ou seja, não são de conhecimento do povo mas, antes, pertencem ao conhecimento da Tradição das Ciências Ocultas, do Hermetismo, ou seja, a razão da utilização peculiar do EU na língua rastafari somente pode ser explicada por Iniciados Ocultistas.

Ex :


I-Tal = Eu-comida, Eu-alimento, ou Eu-Vital, Eu-coisa-vitalizante
I-shence = incenso, Eu-Incenso
I-praises/I-ses = Eu-oração
I-reation/I-creation= Eu-Criação
I-wer= I-power= Eu-poder




PERÍODO CLÁSSICO

Em 1930 o movimento começou sendo um movimento de invasao de terras e ate mesmo armado com varias batalhas entre rastas e o "sistema"( ver a postagem do blog MOVIMENTO RASTAFARI) com o passar do tempo os rastas foram conquistando espaço e adeptos e em 1960, o rastafarianismo era um movimento religioso local com pouca influência fora da Jamaica. Muitos líderes Garveistas insistiram na reverência a Haile Selassie e continuaram considerando o rei etíope como o personagem messianico da profecia de Marcus Garvey. No começo do movimento existia uma profecia desesperada onde os rastas não se cansavam de anunciar o dia da "libertação" onde regressariam para sua terra natal a Africa. Portanto quando o proprio Selassie foi a jamaica ele deixou bem claro: CENTRALIZAR E ORGANIZAR, ele tambem passou aos elders: "Libertem primeiro a jamaica para depois se libertarem materialmente e espiritualmente".O movimento se manteve sob a liderança dos "Elders", instituídos por consenso comunitário e que pregavam, cada qual, sua livre interpretação de texto sagrados; e não somente na Jamaica, porque o movimento se difundiu mundialmente em uma "Igreja ou Religião Rastafari" embora sem uma unificação doutrinária. Os livros mais utilizados eram, de fato, o Kebra Negast e a Bíblia do Rei James, que os "Elders" não hesitavam em "emendar" ou "corrigir".





"RELIGIÃO" DA REVELAÇÃO

Esta Exegética (interpretação) anárquica dos textos era considerada uma virtude pelos Rastas clássicos. Rastafari não era uma religião, nem uma organização sociopolítica ou ainda uma filosofia; antes, era uma uma atividade dirigida à busca da compreensão e aceitação-realização da "Vontade de Deus" (Jah). Os Rastas clássicos, em geral camponeses e artesãos de pouca erudição, apreenderam com facilidade o espírito Talmudico das Escrituras e promoveram encontros onde eram realizados debates teológicos e orações comunitárias, atividades em prol da busca da Verdade. Os rastafaris não se identificavam com os protestantes. Acreditavam que o movimento tinha surgido por desígnio divino, inspirado por Revelações. Também não se aproximavam do Catolicismo representado pelo Vaticano do "Papa infalível", porque um só homem não pode conter a Verdade; antes, Jah se manifesta em todos porque é o Um que está em toda parte.





MISTICISMO
Desde o início, a experiência mística é uma característica forte do rastafarianismo que enfatiza o "Temor a Deus" ou respeito à majestade de Deus Onipresente e o Poder de Deus, o Onipotente. Através da união com Jah o temor volta a ser o que deve ser, "Poder" que advém do autoconhecimento somente possível por meio depersistente disciplina e repetição ritual das idéias. Por essa razão, os Rastas não fazem adeptos mas confiam que a inspiração de Jah alcança as pessoas que deve alcançar. A união mística foi expressada pelo uso de um neologismo gramatical, um pronome composto "I and I" - o qual pode significar Eu, Nós, Você (s) sempre sendo um meso ser unidos na onipresença de Jah).





COMUNIDADE
Muitos Rastas viveram e vivem, ainda hoje, em zonas rurais, próximos a bosques e florestas, habitando aldeias governadas por "Elders". Em muitos destes grupos, há segregação entre homens e mulheres em um sistema semelhante ao dos monastérios. Em outros casos, frequentemente, organizam-se em aldeias que reconstituem as vilas africanas. Os "Dreads" ou Rastafaris observam cuidados alimentares. Em geral, os homens usam barba que aliada aos longos cabelos resultam em um aspecto que, no período clássico do rastafarianismo jamaicano, era causa de discriminação social, obrigando muitos Rastas a usar a "baldface", cara barbeada a fim de obter colocação no mercado de trabalho e ocultar sua filiação ao movimento rastafari. Durante o período clássico, os famosos "dreadlocks" (as tranças e mechas) foram usados apenas por uma minoria, especialmente por aqueles que haviam se comprometido com o "Voto do Nazareno". Mais recentemente, pesquisas históricas sugerem que os dreadlocks se populazizaram através de um reação monástica contra a liberalidade e corrupção de alguns "Elders". Esta espécie de "clero rastafari", praticante de celibato e muitos seguidores da ética puritana dos "guerreiros nyabinghi", remanescentes da cultura pagã, herdaram os dreads como símbolo emprestado de mais de uma tradição cultural, inclusive do vodoo, religião folclórica da Jamaica colonial.




HINDUISMO


Outra fonte de pensamento pagão no Rastafarianismo foi a religião praticada por milhares de trabalhadores hindus que chegaram à Jamaica depois da abolição da escravatura. O Hinduísmo Clássico é a maior força religiosa das Índias Orientais, especialmente em Trinidad, mas sua influência no rastafarianismo tem sido, frequentemente, desconsiderada. Os dreadlocks, o uso da Ganja, o eremita e o asceta são figuras bem conhecidas na Índia e muitos "homens santos" há muito adotaram o modo de viver "rasta", habitando cabanas modestas praticamente ao ar livre e fumando marijuana em rituais religiosos comunitários, quando utilizam o cachimbo comunal. A doutrina hindu da reencarnação foi adotada por numerosos Dreads que acreditam, inclusive, que Jamacainos de hoje são a reencarnação de Judeus do passado ou então dizem "Sinto em mim o chicote do Senhor de Escravos", para significar, não que vieram, de fato em época de escravidão, mas para se referir um profundo sentimento de solidariedade para com os ancestrais com os quais se identificam pela crença de que o Todo é sempre o Mesmo Um.







REPATRIAÇÃO
Entre os poucos pontos de concordância teológica sobre o qual todos os "Elders" (líderes reliogiosos rastafari) concordam está a "divindade" ou anatureza divina de Haile Selassie (embora seja um tema polêmico). Concordam ainda que Selassie pretendeu a restauração do "Mundo Negro" sugerindo o retorno dos afro-descendentes ao continente africano. A partir desta idéia, desenvolveu-se a teoria da Repatriação. Muitos dos primeiros Elders e também entre os atuais permanece a expectativa do momento histórico do Retorno à pátria-mãe, especificamente, as terras da antiga Abissínia, que hoje compreendem Etiópia e parte do Sudão. A Teoria da Reapatriação introduziu no rastafarianismo uma dimensão política de objetivo definido: grande parte dos Rastafaris, em todo o mundo, e sobretudo na Jamaica, passaram a desejar um retorno imediato à Etiópia.Uma situação sem semelhante histórico, com exceção para o Sionismo, e que exigiu das autoridades jamaicanas severas medidas de controle. Revolucionários convencionais atuam com objetivos locais mas o slogan Rasta nunca foi 'Poder para o Povo", mas "Deixe o meu povo ir". Com o passar do tempo a frustração rastafari em relação ao Retorno atingiu o limiar de um quadro social explosivo. As tensões aumentaram a partir de 1954, quando o governo empreendeu uma ação repressiva contra um "pequeno-Estado" chamado Pinnacle, governado pelo Elder Leonard Howell que adotava a postura de um tradicional chefe africano ocidental. Os seguidores de Howeels migraram para os arredores de Kingston e o movimento, deixando de ser uma iniciativa separatista rural, tornou-se uma associação presente nos guetos da capital. Entre o fim dos anos de 1950 e início dos anos de 1960, uns poucos Rastas, em desespero, violaram o ensinamento de Não-violência dos autênticos Elders e promoveram uma série de atentados que resultaram em muitas mortes em troca de tiros entre Rastafaris e policiais. Este episódio colocou o movimento nos jornais do mundo sob uma ótica extremamente negativa; esta imagem somente começou a ser restaurada com o advento da música reggae, poucos anos mais tarde. O período clássico de isolamento chegava ao fim.





outras visoes rastafaris , as "CASAS'.








DOZE TRIBOS DE ISRAEL

As Doze Tribos Rastafari em nada se relacionam com as várias Igrejas Judaicas Negras que usam o mesmo nome. Entre os Rastafari, Este é o grupo rastafari com maior projecção a nível mundial, estão distribuídos por vários países, contendo milhares de membros activos. Bob Marley pertencia a este grupo.Não existe uma doutrina injectada nos membros do grupo, cada um tem a liberdade e é encorajado a encontrar as verdades e pensar por si próprio, mas há um principio que deve ser tido em conta, a leitura da bíblia "através de um capitulo por dia", mas como o Profeta Gad afirma, cada um pode ler a quantidade que quiser . Criada em 1968 por Vernon Carrington, o Profeta Gad(foto ao lado) ,a doutrina central da Tribos era a crença inabalável em Haile Selassie como sendo Jesus, o Cristo, que havia retornado à Terra com a majestade de um Rei.Para eles, a "Segunda Vinda", o Retorno do Messias, havia acontecido. Sua teologia exotericamente coerente, discurso firme e eficiente sistema de organização converteu muitos jamaicanos.











BOBO ASHANTI E PRÍNCIPE EMMANUEL


"Príncipe" Edward Emmanuel, foi o fundador de outra destacada congregação. Ele era um Elder famoso no período clássico, organizador do primeiro "Nyabinghi" ou O Grande Encontro Rastafari, em1958. Príncipe Emmanuel foi uma figura polêmica que postulava para si mesmo o status de ser uma das pessoas daSantísima Trindade ressurecta no século XX. Identificando a si mesmo como Jesus, Emmanuel reconhecia as duas outras "Personas Divinas" em Heile Selassie e Marcus Garvey .Ele esperava que o Congresso nayabhingi reconhecesse tal essa condição, de Pesoa da Santíssima Trindade. Mas a idéia não encontrou apoio da maioria. Mesmo sem reconhecimento unânime da comunidade rastafari, Emmanuel começou a organizar seus numerosos seguidores em uma Igreja instituída com fundamentos dogmáticos, hierarquia e um tipo de monasticismo (vida monástica, celibatária). Os sacerdotes da Igreja de Emannuel, muitos dos quais estiveram na Etiópia, vestem indumentárias semelhantes as da Igreja Ortodoxa da África e do Egito.



YAMMIS


Talvez o mais polemico grupo rastafari,em suma não é considerado congregação, e sim um apelido aos rastas mais urbanos. Seus idealizadores foram alvos de outros rastas mas com o passar do tempo e o apoio de artistas famosos do reggae o grupo foi aceito e ganho o respeito. Tudo começou nos anos 70 quando hippies norte americanos e outros aventureiros"descobriram" a jamaica, mesmo sendo um pais pobre e miseravel para muitos, esses hippies viram um paraiso caribenho banhado de imagens paradisiacas e de uma "vibe" muito boa. Foi a partir dessa fama de paraiso que muitos hippies largavam tudo e iam pra jamaica se encher de bebida e maconha, nisso os hippies conheceram a cultura rastafari, e numa mistura de crenças , visoes foi formado uma congregação de hippies e rastafaris, cada um influencio o outro em seu comportamento , os rastas que eram mais ligados a doutrinas e a leis, deixaram se influenciar pelo livre arbitrio, e de ter como LEI não ter lei, os hippies que em geral não queriam nada com nada , começaram a cultivar os "locks" e dar valor a principios rastafaris , como a sabedoria e ver que tudo tem um significado , assim passaram a buscar sua identidade.Outro fator em comum dos yammis é a ideia que elevar algum humano a divindade é exagero e fanatismo, portanto os "Yams" veem Selassie apenas como um lider assim como qualquer outro humano digno de tal, e acreditam que Jah é o meio "sempre presente" ou as forças naturais do meio, portanto os Yams não aceitam que jah é representado por um homem, todos são dignos de serem vistos como divindades todos sobre o mesmo olho (I&I). Alguns rastas defendem ainda que o começo do grupo foi formado por Rastas que não acreditavam na biblia dizendo que foi um livro adulterado e foi feito para enganar, portanto devem viver o presente o natural que sempre esteve e sempre estará(viver o presente para cultivar o futuro).Os yammis tambem são conhecidos como o grupo mais "violento" e rebelde. O nome Yammi vem de um seguidor de Howeel , que no periodo classico era famoso por matar muitos policiais. Hoje em dia os yammis sao bem populares ,Geralmente esse grupo é formado por aqueles rastas que não seguem alguns votos defendendo a tese que o Rastafari vem do coração e não da forma como usa o cabelo, ou da alimentação e etc... sua maior caracteristica é a vivencia nos centros urbanos(geralmente em favelas) , esse grupo é o grupo mais urbano dos rastas , segue o pensamento de que para vencer a babilonia voce pode se infiltrar nela, derrubar o sistema usandos as armas do proprio sistema . Hoje toda a raiva e "violencia"do grupo se transformo no lema hippie a qual ajudou em sua formação: PAZ E AMOR.

Historia do Reggae


O reggae é a música produzida no Terceiro Mundo de maior sucesso e prestígio em todo o planeta. Nasceu na Jamaica - uma ex-colônia inglesa do Caribe, que teve a população indígena original praticamente dizimada depois da chegada dos europeus, capitaneados por Cristóvão Colombo.

Em 1509, sem força de trabalho para explorar, os espanhóis iniciaram um dos processos mais traumáticos da história humana, levando para a ilha grandes levas de escravos africanos com o objetivo de executar trabalhos que, eles mesmos, os brancos, desprezavam. De alguma maneira, foi aí que o reggae nasceu.

Primeiro, surgiram os cânticos dos escravos, trazidos da África. Depois, numa tentativa de dominar o ambiente hostil (que os proibia de cultivar as tradições africanas), os escravos começaram a se adaptar à cultura do dominador, criando o primeiro produto deste entrecruzamento: o mento. Do mento para o reggae, o pulo é enorme e um ouvinte que queira estabelecer conexões e coincidências entre os dois estilos pode ficar sem qualquer pista.

Mas o reggae nasceu daí. Antes de produzir o reggae - como ficou conhecido no mundo através das músicas de Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh e Gregory Issacs - os jamaicanos se ligavam mesmo era nos ritmos centro e norte-americanos.

Das ilhas vizinhas, curtiam o calipso, a rumba e o cha cha cha. Dos Estados Unidos, ouviam as big bands, o jazz tradicional e o rhythm'n'blues. Como a Jamaica é um país pobre, os novos autores não tinham como mostrar ou gravar as próprias criações.

Mas estes estilos foram fundamentais para a música que seria produzida nas décadas seguintes. A primeira manifestação mais próxima do reggae atual foi o ska. Com uma batida constante e nervosa, o gênero fez grande sucesso na ilha, atraindo a atenção dos jovens para o seu ritmo frenético, através de grupos como os Skatalites, Ethiopians e Wailling Wailers.

A partir da desaceleração do tempo original do ska, surgiu o rock steady, música que falava sobre a realidade dos guetos, de amor e tocava, pela primeira vez, no culto ao rastafarianismo. Se o ska é o avô, o rock steady é o pai do reggae. Mais lento ainda que o rock steady, o reggae surgiu como a síntese de tudo o que vinha sendo feito anteriormente (rastafarianismo, letras que falavam do cotidiano e de amor), adicionando um elemento fundamental para a sua propagação: a preocupação política.

O nome "reggae" surgiu ao acaso. Não tem significado próprio. É quase uma onomatopéia do próprio ritmo da música. Foi usado pela primeira vez numa canção em "Do The Reggay", gravada pelo grupo Toots & The Maytals, em 1968. Musicalmente, foi definido como estilo quando o baixo oscilante do bruxo Lee Perry (líder da banda The Upsetters) se libertou do comportamento habitual, passando a marcar o ritmo em vez de manter-se acomodadamente como harmonizador das canções.

Para o mundo, o reggae apareceu no começo dos anos 70, em Londres, cantado por Eric Clapton. O hoje clássico "I Shot the Sherif" foi o primeiro reggae a freqüentar as paradas de sucesso da Europa e Estados Unidos e foi através dela que o Brasil também conheceu o novo estilo. Robert Nesta Marley, o Bob Marley, era o autor da canção e também o nome mais promissor do estilo de então. O tempo confirmou o prognóstico: com Jimmy Cliff e Peter Tosh, Marley e o grupo The Wailers fizeram os discos básicos do reggae - referência permanente para quem faz o reggae.

A morte do ídolo, em 1981 e posteriormente de Peter Tosh em 1987, preconizou o fim de uma era e ameaçou o prestígio e popularidade do estilo em todo o mundo. Mas a enorme capacidade de regeneração e transmutação fez com que o reggae expandisse o território de atuação influenciando movimentos importantes como o two tone inglês (punk + ska), o dancehall (reggae + tecnologia), o african reggae (reggae + música tradicional africana), o raggamuffin'(toast + dancehall), o samba-reggae (música afro-brasileira + reggae) e disseminando-se no hip hop, jungle, trip hop e atualmente bhangra reggae - estilos que passaram a adotar a música jamaicana como semente inspiradora.


fonte: http://www.fyadub.com/ texto por : Ivan Lion

O Rastafari e o Reggae


"O movimento Rastafari está sofrendo muita divisão de classes e com a desunião entre suas várias vertentes. Ele cresceu de um pequeno e unido grupo de pioneiros e através do reggae, tem membros em todo o mundo. Algumas pessoas no movimento cresceram materialmente e isto é uma verdade principalmente para os Rastas da cena internacional e para aqueles que trabalham na indústria do reggae. Mas, no entanto, a maioria dos Rastas que vivem na Jamaica ainda vivem em opressora pobreza. Muitos dos anciãos da cultura Rastafari estão morrendo por causa da pobreza e da conseqüente falta de cuidados médicos. Estes sãos os anciãos que foram responsáveis pela resistência à perseguição e opressão da sociedade jamaicana durante os anos 40 até os anos 60. Suas contribuições não foram reconhecidas pelos governantes da Jamaica que exploraram a imagem Rastafari para vender o turismo e trazer negócios internacionais em muitas outras áreas. Estas mesmas pessoas se recusaram a garantir aos membros da fé Rastafari da ilha o direito de desfrutar dos direitos civis garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU - os quais o governo da Jamaica deveria assegurar. Muitos Rastas, incluindo eu mesma, tiveram que sair da Jamaica para serem livres para praticar sua fé sem perseguição e para poder usufruir de seu direito de usar seu talento para ganhar o sustento. Mas não só os líderes jamaicanos que estão tirando proveito do movimento Rastafari sem dar nada em troca - muitos músicos de reggae estão fazendo isso. Estes muitos consideram os Rastas pobres como mendigos e passam por eles em suas limusines de vidros escuros. Eles acham que não devem nada ao movimento. As imagens e os símbolos sagrados de um povo estão sendo explorados. A desunião do movimento Rastafari tem tornado isto possível”.


“O movimento tem perdido muito de sua vibração africana em troca de uma “jamaicanização” para ajudar na indústria de discos e líderes jamaicanos. Muitos de nós tem uma visão turva do Rastafari. Nós precisamos começar a enxergar claramente. Quando o Imperador Haile Selassie I veio à Jamaica ele disse: “organizar e centralizar”. Se os Rastas votarem à visão original de um movimento baseado na fé para a restauração da divindade do homem, através do encontro da divindade do povo africano, será mais fácil seguir às instruções do Imperador. Nós devemos nos concentrar nas palavras e ensinamentos de Sua Majestade e buscar por espiritualidade, mas também por ganho material. Nós precisamos nos lançar ao trabalho e começar a viver a crença Rastafari. Aqueles que aprendem a cultura através das “estrelas” do reggae precisam saber que Rasta é um movimento que vai a procura e descoberta do que há de bom no homem interior e assim chegarmos perto de nos tornarmos o homem Deus. O foco na redenção africana e a repatriação espiritual e física dos Africanos dispersos precisa ser melhor vistos, para que os irmãos e irmãs que vivem nas mais diversas partes da Babilônia não se envolvam com os problemas locais em detrimento do movimento mais amplo. Se nós realmente buscamos o Reino de Jah, tudo se mostrará claro. Os Rastas de hoje precisam fazer isso, então eles saberão o que Rastafari realmente é. Os músicos cantam apenas pedaços e fragmentos. Rastafari é um modo de vida e o reggae é o seu eco, não o seu autor. Os músicos de reggae também precisam saber mais sobre a filosofia Rasta e a sua vivência”.


“A missão da geração mais jovem é equilibrar o espiritual com o material, assim como Sua Majestade nos ensinou. Os anciãos não tinham as palavras de Sua Majestade para serem guiados e por isso se concentravam totalmente na Bíblia. Os jovens são bem-aventurados por terem acesso às palavras de Sua Majestade. Eles devem aprender a obedecê-las e parar de fazer o que têm vontade. Nós temos que usar a tradição dos anciãos como uma base para nossa obra. Os anciãos sobreviventes e o seu conhecimento são como biblioteca. A cada vez que um deles faz a passagem é como uma biblioteca queimando. Esta geração também tem a missão de construir a África e trazer à realidade a tarefa da redenção racial, reparação e repatriação que foi começada por seus antepassados. O continente está sendo devastado por doenças enquanto os Rastas perdem seu tempo brigando por causas de suas diferenças. Nós precisamos construir escolas, fábricas, cooperativas de alimentos naturais, lojas de ervas, clínicas de medicina alternativa, etc.. e trazer estabilidade ao movimento. Não podemos mais deixar que os preguiçosos e os que estão à passeio nos atrasem ainda mais enquanto milhões morrem na África. Não podemos mais permitir que seja perpetuado o mito que ser “Rasta” é “simplesmente” ir a shows de reggae, fumar a erva e se vestir com os símbolos Rasta. As pessoas jovens têm que parar de se lamentar pelo que os anciãos não fizeram e começar a realizar a sua tarefa de trazer estabilidade econômica ao movimento. Os jovens têm que se apoiar nos anciãos e começar a traçar o futuro do movimento neste novo milênio”.



TextoPor Mama Farika Birhan.

O movimento Rastafari

Em 4 de junho, alguns porta-vozes da UNIA foram citados como tendo dito que a organização de Marcus Garvey não tinha absolutamente nada a ver com a piby Sagrada.Porem com a volta de garvey a jamaica marcada para dali a poucas semanas , o GLEANER, firmamente comprometido com as classes media e alta, não se desviaria do seu objeitvo maior : desacreditar garvey no seio da comunidade religiosa da ilha.O GLEANER publicou um editorial em 6 de junho cujo titulo era "UMA NOVA RELIGIAO":
recebemos duas publicaçoes da nova religiao etíope a qual fizemos alusao mais de uma vez nestes ultimos dias. Esses livros ou panfletos sao complementares a PIBY SAGRADA, biblia dos garveytas , que substituiu a biblia sagrada e que proclama Elias como sendo o Messias, afirmação que teria horrorizado o velho hebreu , correto e imparcial. É justo dizer que esta religiao parece ter conseguido fazer alguns preciosos adpetos em varios pontos. Algumas pessoas tolas e credulas podem ter sido induzidas a investir dinheiro numa tal de BLACK STAR LINE, cujos navios mal chegavam a tres e nunca conseguiam cruzar de porto a portosem solicitar contribuiçoes dos amigos para o pagamento das despesas. Mas essas mesmas pessoas hesitaram no momento de assumir uma religiao a partir do malfadado empreendimento comercial. Quanto a jamaica, é certo que esse tipo de coisa caira no esquecimento e sera motivo de galhofa. Isso tudo é um grande atrevimento. Há um tipo de vulgaridade nisso que ira enojar mesmo os mais vulgares.
E assim foi retratado o Garvey qye retornava a terra natal , como um mascate trapaceiro que virou herege, um lider negro irresponsavel, desonesto e blasfemo, merecedor do mais vil desprezo. Ele tentou recolher os pedaços do seu movimento atraves de visitas resolutas a antiga sede da UNIA nas indias ocidentais e america central, mas deparou-se com a indiferença. Em 1928 , Garvey apresentou-se um cavernoso Royal Albert Hall praticamente vazio.

Com seus seguidores espalhados e amada jamaica estremamente hostil , Garvey voltou a estabelecer-se na inglaterra em 1935. " A liderança significa tudo- dor,sangue,morte", essa era a sua crença pessoal. Em 1940, nada mais lhe restava , e ele acabou sendo enterrado em solo britanico.Mas a fé rastafari se firmara em sua terra natal , primeiramente ganhando terreno como um movimento de invasoes de terra por parte de camponeses com bases religiosas. Conforme Howell costumava dizer a seu rebanho, "aquele homem na inglaterra [primeiramente jorge V , em seguida eduardo VIII] não é nosso rei ! fiquem com a terra , não paguemimposto algum , pois o nosso rei, o rei de todos os reis, foi coroado na Etiopia e todos os atributos sao devidos a ele!".Howell e um grupo de outros lideres rastas ou semi-rastas esforçaram-se para consolidar os principios desta nova ousada religiao. dentre esses teoricos encontravam-se Archibald Dunkley e Joseph Nathaniel Hibbert, ambos membros da ordem maçonica egipcia ultra-secreta , grande e veneravel irmandade no silencio; Robert Hinds , discipulo de Bedward; Davide e Annie M. Harvey, fundadores em 1931, da seita dos "israelitas"; e o autoproclamado principe Edward Emanuel, que afirmava ter descido fisicamente do ceu para a freguesia de St. Elizabeth em 1915 e por isso, da mesma forma queo Melquiades biblico,não tinha pais mortais. Outros pioneiros lideres rastas foram Claudius Henry , Altamont Reed, Paul Ervington e Vernal Davis.Esses autoproclamados profetas formularam um conjunto de leis de alimentação e higiene para acompanhar a doutrina religiosa( muito desses leis tiveram influencia de imigrantes indianos, como os "sadhus"). Instigavam oseu rebanho a evitar a ingestao de alcool, o tabaco, todas as carnes (especialmente a de porco) , assim como moluscos, peixes sem escamas, especies marinhas predatorias ou necrofagas, e muitos temperos comuns como, por exemplo o sal. Em suma, tudo que não fosse "ITAL'', termo rasta que significa puro, natural ou limpo, era proibido.

Tambem proibiram pentear ou cortar o cabelo, e citavam a diretiva biblica no levitico 21:5 "eles não devem raspar a cabeça, nem devem aparar o canto da barba, nem cortar sua propria pele". Deveriam deixar que suas tranças emaranhadas se enredassem e entrelaçassem em cordoes de dreadlocks( MADEIXA ABOMINAVEL), e assim chamadas para ironizar a aversao dos não iniciados a sua aparencia. ( o termo dread a partir de entao acabou se transformando num elogio). A "ganja" era tida como "erva da sabedoria" e os lideres rastas icentivavam o seu consumo como parte do rito religioso, alegando que elafora encontrada crescendo no tumulo do rei salomao e citava passagens bilbicas como o salmo 104:14 para atestar suas propriedades sagradas: " ele fez a grama crescer para o gado e a erva para o uso do homem, para que ele possa retirar a comidada terra"O culto tachava de decadentes a pucumina, religiao jamaicana oriunda da africa, bem como as igrejas catolicas. Eles tambem afirmavam que a raça negra era superior e que depois do apocalipse os negros iriam controlar toda a criação, conforme fizeram no começo.Os rastas negavam as alegaçoes de outros grupos religiosos de que eram contra os brancos e os mulatos, e convidaram todos a se arrepender e aceitar jah ( abreviação de JEOVÁ). Eles afirmavam que a uma hora secreta conhecida apenas por uns poucos devotos os convertidos regressariam a etiopia por um meio não especificado, deixando para tras o calor escaldante da jamaica que consideravam ser, literalmente, o inferno sobre a terra. Até esse momento, os rastas deveriam recuar-se a participar dos conluios cotidianos e do comercio da "babilonia" , a esfera de cativeiro temporal do espirito. Os pobres logo reponderam ao chamado rasta, visto que a doutrina conferia uma certa nobreza ao seu estado de alienação. Como rastas eles agora poderiam aguardar com dignidade o dia do juizo final. ja em 1934 o movimento atraiu muitos adeptos as classes mais baixas em particular nos guetos de kingston.

Um ramo da confederação mundial etiope, uma confederação afim de angariar simpatia contra o dominio facista na etiopia, estabelecreu-se na jamaica em 1938. A reação dos rastas e não rastas entusiastica, e em 1955 selassie que estivera no exilio durante a ocupação de mussolini( 1936-1941), anunciou que 200 hectares de solo fertil de suas terras estavam sendo oferecido aos negros ocidentais colonizadores que apoiavam a luta etiope para a preservação da liberdade. Os rastas jamaicanos vibraram com o convite e começaram a incitar o seu povo a ir para la em vez de migrar para a inglaterra em busca de trabalho conforme faziam em grande numero: "etiopia sim !!! inglaterra , não !!!, liberadade para o meu povo !"neste meio tempo, Leonard Howell ( considerados por muitos o primeiro rasta) levara um grupo de seguidores da sua missao rasta nas montanhas de ST. catherine ate uma localidade remota em Spanish Town chamada Pinnacle, um terreno abandonado perto de Sligoville comprado em 1940, onde eles cultivavam ganja enquanto se ocupava de suas trezes esposas. Certa manha, Howell anunciou que ERA ELE, e não Selassié, o Deus vivo, e mandou que os fieis passasem a referir-se a ele a partir de entao como GANGUNGURU MARAGH ( uma concatenação dos vocabulos hindus, que significa "mestre de conhecida sabedoria, Rei dos reis").Se por um lado os seus fieis ficaram um tanto confusos, por outro lado as autoridades policiais ficaram completamente exasperadas e tomaram de assalto a sua caverna nas montanhas em 1954. O magistrado local declarou era mentalmente desequilibrado e o internou num manicomio fudicial, alem de criar o regime do HEAD TOP, onde todo rasta era preso. Nisso os seus seguidores dispersos invadiam as ruas de kingston e andavam a esmo em grandes grupos, em geral, escandalizando a população com seus penteados unisitados e com o consumo ilegal de ganja.Nadecada de 1950 outras congregaçoes rastas avidas por justiça social alem de salvação espiritual, começaram a tornar-se mais militantes .

Um grupo tentou tomar o parque victoria em kingston, outro tomou o antigo paço imperial em spanish town em nome de selassie. estes atos agressivos estravagantes foram denunciados pelas autoridades como consequencia logica da convenção rasta organizada pelo principe Emanuel em 1958 e que atraiu centenas de adptos ate um terreno no bairo de back-o-wall. La eles fizeram fogueras , batuques e cerimonias religiosas, segundo alguns policiais ameaças de decapitar seguidores da corporação como oferenda a jah.Para muitos esse foi o evento mais desagradavel que aconteceu na grande kingston desde o terremoto em port royal em 1692. Porem os rastas estavam simplesmente tentando estabelecer a igreja unida de Rastafari. Os seus esforços ofram em vão, pois nenhum dos adeptos de diferentes linhas conseguira chegar a um concenso sobre qual a posição de selassie no contexto geral. Seria ele realmente Deus? um parente proximo ? um profeta na sucessao de Abraao, moises e jesus ?Dentreos convidados do principe Emanuel estava Claudius Henry que em 1959 preveu a data da "emancipação" e estabeleceu a igreja reformada da africa. atraves de folhetos que custavam 1 xelim ele convidou a população a regressae a africa, porem no dia indicado,as ruas em volta da igreja de henry estavam interditadas por rastas e suas familias ansiosos, muitos dos quais tinham vendido todo os seus pertences pra conseguir embarcar. Ate o fim do dia entretando nenhuma forma de partida despontou do horizonte e Henry acabou sendo preso. ele culpou o governo e prometeu se vingar, um enorme esconderijo de armas em sua igreja foi encontrado e seu filho deu continuidade a luta, foi decretado estado de emergencia em 1960 como consequencia dos tiroteios entre rastas e o regimento real de Hampshire.As hostilidades aumentaram durante os dois anos seguintes enquantos os rastas se intitulavam "niyamen" , como referença a um grupo bastante violento conhecido como ordem niyabingi - supostamente sansionado por Selassie da decada de 1930.

Em 1963 a batalha chegou no climax gerando varias mortes pra ambos os lados.Mesmo coma repressao das autoridades o movimento rastafari continuou a propagar-se pela jamaica, finalmente chagandoa classe media em fins da decada de 1960 , quando começou a atrair uma legiao de convertidos em decorrencia do reconhecimento institucional cada vez maior dispensado aos pintores, escultores , poetas, dançarinos ,e musicos rastas.Em 1966 Haile Selassie visitou a jamaica e uma multidao de 100 mil rastas cercou seu aviao no aeroporto. Durante a visita Selassie não emitiu nenhum comentario oficial a respeito da avaliação da seita quanto a sua condição espiritual, mas Selassie fez um apelo ao povo e passou aos rastas mais idosos instruindo-os a " libertarem a jamaica antes de migrarem para a etiopia , o rasta precisa se libertam mentalmente antes de se libertar fisicamente".Isso exerceu efeito tranquilizador sobre a alvoroçada comunidade rasta visto que a portentosa responsabilidade de anunciar o dia do ultimo exodo da babilonia ficava , assim, indefinidamente adiada. Porem isso tambem foi visto como um chamado a uma ação politica mais ativa por parte dos rastas, o que , em geral , traduziu-se na luta pela legalização da ganja.Passando um tempo o credo rasta se espalharia para muito alem da jamaica devido, principalmente ao trabalho musical de Bob Marley and The Wailers.
* A policia ainda persegue os rastas, principalmente com flagrantes de ganja que continua ilegal na jamaica, mas tambem devido a sua estranha aparencia alem de suas "subversivas" crenças politicas e religiosas. Os principais alvos das autoridades sao os cantores de reggae cuja cançoes falam da indignação de jah e da decadencia moral do governo, um belo exemplo disso eram os planos da CIA para exterminar Bob Marley, muitos alegam a morte de Peter Tosh como plano dos yankees.


é legal lembrar que o movimento rastafari ja foi um movimento armado de invasao de terras, um movimento revolucionario e muito sangue foi derramado para que as raizes resistissem ate hoje, é claro que o rasta preza a PAZ e o AMOR , claro !!!! sao sentimento da fundação humana, mas é legal cultivar a força e coragem do leao de juda em cada rastafari, a chama revolucionaria contra qualquer tipo de opressao.

rastashanti.blogspot.pt


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