A venda de mais de metade da Indáqua e do negócio portuário fizeram disparar os resultados da Mota-Engil, num período em que as receitas diminuíram 3,6%.
A Mota-Engil fechou o primeiro semestre com um lucro de 72,56 milhões de euros, o que representa um aumento de 477% face aos 12,57 milhões de euros registados em igual período do ano passado, revelou esta terça-feira, 30 de Agosto, a construtora em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Estes números superaram as estimativas do CaixaBI que apontava para um lucro de 56 milhões de euros.
A contribuir determinantemente para os resultados obtidos pela empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) esteve a venda de 50,06% da Indáqua, que levou a um encaixe de 60 milhões de euros, bem como a venda da Mota-Engil Logística e da Tertir (negócio de portos e logística) que permitiu um encaixe de 275 milhões de euros.
No período em análise, as receitas caíram 3,6% para 1,03 mil milhões de euros, num período em que à excepção da América Latina todos os mercados registaram quebras. Na Europa a queda de receitas foi de 10% e em África de 12%. Já na América Latina verificou-se um aumento de 19%. Com esta evolução este último mercado passou a ser responsável por 33% do total das receitas geradas pelo grupo, ainda que seja a Europa que tem maior peso (35%).
Já o EBITDA – resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações – da Mota-Engil aumentou 3% para 149 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA estabilizou nos 14%. Nesta rubrica apenas a Europa registou uma queda de 2%, enquanto África e América Latina observaram aumentos no EBITDA. O mercado africano continua a gerar mais de metade do EBITDA do Grupo (78 milhões de euros), ainda que por uma diferença estreita.
No que respeita à dívida da Mota-Engil, esta caiu 2% para 1.221 milhões de euros, o que corresponde a "uma diminuição de cerca de 234 milhões de euros face a 31 de Dezembro de 2015, justificada, essencialmente, pelo encaixe resultante da alienação do Negócio Portuário e de Logística e da Indáqua", explica a empresa no comunicado.
A empresa adianta ainda que a carteira de encomendas "ascendia a cerca de 4,6 mil milhões de euros, dos quais cerca de 3,7 mil milhões de euros em mercados fora da Europa, representando cerca de 81% do total da carteira." Destaque ainda para o facto de "já depois do fecho do primeiro semestre de 2016, o grupo ganhou um conjunto de obras totalizando mais de 400 milhões de euros."
www.jornaldenegocios.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário