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terça-feira, 30 de agosto de 2016

A notícia de que o BPN pode custar ao Estado mais de 9000 milhões de euros não provocou nenhum sobressalto nem no PSD nem no CDS-PP!



O ex-presidente do BPN, Oliveira Costa, arguido por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de acções Foto de Miguel A.Lopes / Agência LUSA
A imprensa revelou na passada semana o que alguns já previam (o PCP já tinha avançado a estimativa de mais de 7000 milhões) e muitos adivinhavam: o BPN pode custar ao Estado mais de 9000 milhões de euros. Esta notícia, que se saiba, não provocou nenhum sobressalto nem no PSD nem no CDS-PP, que, aparentemente, andam muito mais preocupados com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

9000 milhões!

9000 milhões é um Orçamento anual da saúde!

E, na verdade, ninguém ouviu a Passos Coelho ou a Assunção Cristas uma palavra sobre esta questão do BPN preferindo, para desviar as atenções, falar da CGD.

Ora, quando falam da CGD, ambos procuram fazer esquecer as responsabilidades do anterior governo na gestão do banco público. O governo de Passos Coelho, durante quatro anos, não tomou qualquer medida para conter as necessidades de capital da Caixa, nem para detectar eventuais problemas na concessão de crédito. O que já não aconteceu no que diz respeito à nomeação dos novos administradores para a CGD, um processo que decorreu na linha do «pataca a ti, pataca a mim» entre PSD e CDS-PP.

Mas PSD e CDS-PP também não querem ouvir falar nos casos Banif e Novo Banco, nem sobre quem foram os grandes beneficiários e responsáveis pelo afundamento do BPN!

A propósito, é sempre bom relembrar que o dinheiro com que o Governo vai recapitalizar a Caixa fica no Estado, ao contrário dos 9000 milhões do BPN, muitos dos quais foram parar aos bolsos de alguns «barões» que continuam a passear a sua impunidade...

Daí, não queremos nem podemos esquecer a factura dos 9000 milhões que vamos continuar a pagar, com graves reflexos nos orçamentos, por exemplo, do Serviço Nacional de Saúde e da Educação.


www.abrilabril.pt

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