“Este mundo tá cheio de gente que não presta”
18/10/2014
“Esse mundo tá cheio de gente que não presta” é algo que sempre
ouvimos de alguém, ou algo que nós mesmos proferimos.
E embora o Macaco acredite que o mundo não seja tão ruim
assim, ele realmente está repleto de seres humanos, bons e ruins.
Mas alguns deles extrapolam os limites da mentira, da cara de
pau, do crime e até mesmo da zueira; tanto, que essas pessoas
podem ser chamadas de gênios.
Confira abaixo as histórias dos maiores vigaristas que o mundo já
viu:
MARCELO NASCIMENTO, “FILHO DO DONO DA GOL”
O paranaense Marcelo Nascimento da Rocha – ou Juliano Silva, ou
Victor Hugo, ou Marcelo Ferrari Contti, outra de suas
16 identidades – tem diversas histórias para contar. Mas talvez sua
melhor história, na qual ele vai para a cadeia no final, seja dos dias
em que Marcelo se passou por Henrique Constantino, filho do dono
da Gol (linhas aéreas).
Tudo o que Marcelo fez de errado (e de alucinante e bizarro) está no
livro “Vips — Histórias Reais de um Mentiroso”, que deu origem ao
filme “Vips”, estrelado por Wagner Moura. O livro foi escrito por
Mariana Caltabiano, que compilou a maioria dos casos de Marcelo
durante um ano inteiro. Ela gravava depoimentos do vigarista na
prisão do Centro de Triagem de Curitiba.
Mesmo tendo passado toda a sua vida mentindo e aprontando, Nascimento
só ficou conhecido no ano de 2001. Naquele ano, ele fugiu da polícia
após sua prisão no Acre por ter transportado drogas entre fronteiras
com um avião que pilotava. Marcelo, então, decidiu se divertir, já
que seria pego em algum momento. Ele foi à Recifolia, uma festa de
Carnaval fora de época na capital de Pernambuco. Foi ao camarote
por quatro dias inteiros, ficou num resort cinco estrelas, comeu,
dançou, bebeu e se tornou amigo de famosos, artistas e modelos
usando o nome de Constantino, filho do dono da Gol. Chegou a
tirar fotos com Joana Prado, a Feiticeira, então no auge da sua
carreira. Foi apresentado também pela diretoria do evento ao
jornalista dos famosos, Amaury Jr., o que lhe rendeu uma
entrevista para a RedeTV.
“Fiquei extremamente impressionado com ele, porque é uma
pessoa de alto magnetismo”, contou o apresentador à autora do
livro. Amaury até pegou “carona” no jato que o “filho do
Constantino” mandou emprestar, e ficou surpreendido quando
soube da farsa. Marcelo foi condenado por cinco crimes:
fraude, falsidade ideológica, associação com o tráfico, apropriação
e uso indevido de farda e insígnia. Marcelo hoje vive em regime
semi-aberto, após fugir da prisão nove vezes.
JOSEPH WEIL, ENGANADOR DAS PESSOAS HONESTAS
Joseph “Yellow Kid” Weil foi um dos mais famosos vigaristas da
sua época.
Ao longo de sua vida, Weil roubou mais de 8 milhões de dólares.
Os seus amigos mais próximos diziam que o seu grande truque
era conhecer muito bem a natureza humana. O seu depoimento
mais conhecido é: “Eu não aplico golpes em pessoas
honestas, somente naqueles que acham que podem ganhar algo
sem dar nada. Para essas, eu dou nada, em troca de algo”.
Weil também dizia que a maioria das pessoas que conhecia possuía
o que ele chamava de “lado animal” muito mais forte que o seu
lado racional, e o apelo de “ganhar algo sem dar nada” seduzia a
maioria das pessoas: “Quando as pessoas aprenderem – e eu
duvido que elas irão – que não podem ganhar algo de graça, o
crime irá desaparecer e viveremos em grande harmonia”.
BERNARD MADOFF, O INVESTIDOR GOLPISTA
Se Charles Ponzi foi o pai da fraude financeira mais consagrada
por vigaristas no mundo inteiro, Madoff é o responsável por
sofisticar as pirâmides financeiras. O vigarista apresentava-se
como um hábil investidor e filantropo judeu nos Estados Unidos.
Em 1960 fundou uma sociedade de investimento que se tornou
queridinha dos engravatados de Wall Street. Mas de génio das
finanças, Bernard Madoff não tinha nada. Ele formou uma grande
pirâmide especulativa, assim como seu guru Charles Ponzi.
O mentiroso simplesmente usava o dinheiro aplicado por novos
investidores para remunerar os antigos. Assim como toda a
pirâmide, quando a sociedade de investimento parou de receber
novos membros, o esquema se desmontou. No total, o calote foi de
mais de 50 biliões de dólares, um verdadeiro recorde. Grandes
bancos como o HSBC e o Santander perderam muito dinheiro por
causa de Madoff, eleito como um dos símbolos da Crise
Económica Global. O mentiroso, hoje em dia, repousa na prisão,
após ter sido condenado a 150 anos nos Estados Unidos.
GEORGE PARKER, VENDEDOR DE ESPAÇOS PÚBLICOS
Parker foi um dos mais audaciosos vigaristas da história
americana. Ele fez a sua vida vendendo marcos públicos de New
York para turistas incautos. O seu objeto favorito para venda era a
Brooklyn Bridge, que ele vendeu duas vezes por semana durante
anos. Convencendo os clientes ingénuos que com a compra da
ponte Brooklyn, os contemplados donos da ponte podiam ganhar
uma fortuna controlando o trânsito, mediante um pagamento de
uma portagem.
Mais de uma vez a polícia teve que remover os ingénuos
compradores da ponte que tentavam erguer barreiras.
Outros marcos públicos que ele “vendeu” foram: o Madison
Square Garden, o Metropolitan Museum of Art, Grant’s Tomb e a
Estátua da Liberdade. George tinha muitos métodos diferentes
para fazer a sua venda. Chegou a criar um falso “escritório” para
gerir seus imóveis. Ele produziu um enorme e impressionante
quantidade de documentos falsos para provar que ele era o
legítimo proprietário de cada um dos imóveis que colocava à venda.
FRANK ABAGNALE, O FAMOSO FALSIFICADOR
Frank William Abagnale foi um dos maiores falsificadores que
os Estados Unidos já teve na sua história.
A sua história de vida serviu de inspiração para o filme Catch Me
If You Can (Prenda-Me Se For Capaz), baseado na sua biografia
não oficial de mesmo nome. O seu primeiro golpe foi cheques sem
fundo, que descobriu que era possível quando foi forçado a fazer
cheques com quantias superiores ao que tinha guardado.
Isso, entretanto, funcionou até a hora que o banco parou de emitir
mais cheques, o que fez com que abrisse mais contas em bancos
diferentes, eventualmente criando novas identidades para isso.
Em 5 anos, um jovem nova-iorquino de classe média fingiu ser
piloto de avião, médico, advogado e professor. Passou cheques
falsos em quase todos os estados americanos e em mais de 10
países. E fez uma fortuna de milhões de dólares. Frank começou a
carreira aos 16 anos, quando passou mais de 3 mil dólares em
cheques sem fundos do pai dele em postos de gasolina.
Pouco tempo depois, virou profissional no ramo. Passou a abrir
contas com documentos falsos e a imprimir seus próprios cheques.
Para levantar menos suspeitas na hora de sacar dinheiro, fingiu ter
uma das profissões que mais davam status nos anos 60: piloto de
avião. Com menos de 21 anos, Frank já tinha acumulado mais de
500 mil dólares. Passou 5 anos na prisão, e acabou solto com a
condição de ajudar o governo a prevenir fraudes com documentos.
Actualmente ele preside a Abagnale and Associates, uma empresa
de consultoria contra fraudes financeiras.
www.macacovelho.com.br
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