No dia 1 de Agosto de 1914, quatro dias após a Áustria-Hungria ter declarado guerra à Sérvia, outras duas grandes potências – Rússia e Alemanha – declaram guerra uma à outra. No mesmo dia, a França ordena a mobilização geral das suas forças armadas. A chamada Grande Guerra, que estava a começar, iria resultar num conflito de perdas de vida e destruição sem precedentes na história: cerca de 20 milhões de soldados e civis mortos e devastação física de boa parte do continente europeu.
O acontecimento, amplamente reconhecido como o que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial ocorreu no dia 28 de Junho de 1914, quando o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-húngaro foi assassinado, pelo nacionalista bósnio-sérvio Gavrilo Princip em Sarajevo.
Nas semanas subsequentes, a Áustria-Hungria acusou o governo sérvio do ataque, esperando valer-se do incidente como forma para resolver o problema do nacionalismo eslavo na tumultuada região dos Balcãs. Contudo, como a Rússia apoiava a Sérvia, a declaração de guerra da Áustria-Hungria foi retardada até que os seus líderes recebessem garantias do Kaiser Guilherme II de que a Alemanha respaldaria a sua causa na hipótese de uma intervenção russa.
As garantias chegaram em 5 de Julho. Em seguida, a Áustria-Hungria enviou um ultimato ao governo sérvio em 23 de Julho, exigindo que o aceitasse dentro de 48 horas, sob pena de iniciar as operações militares. Embora a Sérvia tivesse concordado com quase todas as condições do ultimato e a Rússia declarasse a sua intenção de apoiar a Sérvia em caso de conflito, a Áustria-Hungria foi adiante com a sua declaração de guerra contra a Sérvia em 28 de Julho, exactamente um mês após o assassinato do arquiduque.
Com esta declaração, a ténue paz existente entre as grandes potências europeias foi por água abaixo. A Alemanha advertiu a Rússia, ainda apenas parcialmente mobilizada, que se entrasse em mobilização total contra a Áustria-Hungria, isto significaria guerra com a Alemanha. Enquanto insistia com a Rússia que deveria suspender imediatamente a sua mobilização, a Alemanha deu início à sua própria mobilização.
Quando a Rússia recusou as exigências alemãs, Berlim declarou guerra ao império czarista em 1 de Agosto. No mesmo dia, a França, aliada da Rússia, que há muito suspeitava de uma agressão germânica, também decretou a sua própria mobilização, instando o Reino Unido – o terceiro membro da Tríplice Aliança, ao lado de França e Rússia – a declarar o seu apoio. Um dividido governo britânico evitou fazê-lo inicialmente, mas os acontecimentos logo levaram Londres a encaminhar-se para o confronto bélico. Em 2 de Agosto, as primeiras unidades do exército alemão atravessaram o Luxemburgo como parte da estratégia germânica, há muito planeada, de invadir a França pela neutral Bélgica. França e Alemanha declararam-se mutuamente em guerra a 3 de Agosto. Naquela noite, a Alemanha invadiu a Bélgica, levando o Reino Unido a declarar guerra à Alemanha.
A população de boa parte da Europa saudou a eclosão da guerra com júbilo. A grande maioria das pessoas estava convencida que o seu país sairia vitorioso em poucos meses e não anteviam a possibilidade de um conflito mais longo.
Os partidos ligados à social-democracia e socialistas aprovaram fundos especiais para a guerra. No final de 1914, porém, mais de um milhão de soldados das várias nacionalidades já tinham morrido nos campos de batalha da Europa e não havia vitória final à vista, nem para os Aliados, nem para as Potências Centrais.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
O Imperador da Alemanha, Guilherme II
Participantes da Primeira Guerra Mundial:
Tríplice Entente e os Aliados (alguns entraram na guerra e a abandonaram mais tarde)
Colónias, domínios ou territórios ocupados pelos Aliados
Impérios Centrais (Tríplice Aliança)
Colónias ou territórios ocupados pelos Impérios Centrais
Países neutros
Sem comentários:
Enviar um comentário