De "tergiversação e tentativa de fazer passar o que eles querem como verdade", qualificou nesta sexta-feira o chanceler Serguei Lavrov a informação de que a Rússia e os Estados Unidos supostamente fizeram um acordo sobre o destino do presidente constitucional da Síria, Bashar Al Assad.
O chefe da diplomacia do Kremlin lembrou que Washington assinou as decisões conjuntas tanto no Grupo de Apoio a Damasco como no Conselho de Segurança da ONU, que indicam que só o povo sírio decidirá seu futuro em todos os aspectos. Durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu par sérvio, Ivica Dacic, Lavrov reiterou que a sorte do mandatário sírio e quem decidirá sobre ela ficaram bem esclarecidas e assinadas no ano passado.
"Nossos sócios não podem ignorar nem colocar em dúvida publicamente essa fórmula da qual são co-autores", enfatizou o ministro.
Lavrov agregou que essas tergiversações confirmam a incapacidade de Washington de obrigar alguns de seus aliados na região e até na Europa a que cumpram as decisões do Conselho de Segurança da ONU e respeitem o direito soberano, intrínseco do povo sírio de decidir seu destino.
O chefe da diplomacia do Kremlin explicou que o direito do povo sírio inclui a eleição de seu futuro presidente.
Reconheceu que existem muitas especulações e raciocinou que esses boatos revelam que a contraparte norte-americana "a todos os níveis" é conhecida não só por sua capacidade de revelar o conteúdo das negociações diplomáticas, "mas além disso por tergiversar de maneira tosca o que foi discutido com o objetivo claro de desinformar".
Ontem, o jornal árabe publicado em Londres Al Hayat reportou que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, informou a diversos países árabes de um acordo com Moscou para que Al Assad abandone a Síria e se exile em outro país como parte do processo pacificador.
Segundo o jornal, um funcionário público do Conselho de Segurança da ONU disse que ainda não se fixou a data da partida e que o entendimento entre a Rússia e os Estados Unidos foi determinado através de canais diplomáticos envolvidos com os contatos pelas operações contra o terrorista Estado Islâmico na Síria.
Prensa Latina
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