Amizades electivas
As excelentes relações entre o Presidente e António Costa exasperam alguns ‘sociais-democratas’.
O PSD detestou o discurso de Marcelo e a promulgação do Orçamento.
Passos está cada vez mais no labirinto da intriga e o distinto dr. Nuno Morais Sarmento não se escusou em lhe fazer um pequeno responso.
As excelentes relações institucionais entre o Presidente e António Costa exasperam alguns ‘sociais-democratas’, adicionando a essa espécie de amizade morganática a debilidade do chefe do PSD em opor ao Governo uma resistência tenaz.
Há muita coisa a esclarecer neste quadro aparentemente absurdo.
Costa foi aluno, na Faculdade de Direito, do prof. Marcelo Rebelo de Sousa e com ele estabeleceu uma amizade recíproca, fiel e duradoura.
Costa nunca apoiou nem Maria de Belém nem Sampaio da Nóvoa, contrariando uma ilusória linha de conivências. Sempre desejou Marcelo na Presidência, por antigas imposições de amizade e, sobretudo, porque tanto Maria de Belém como Nóvoa seriam inconvenientes para os seus desígnios: ela, muito conservadora; ele, demasiado à Esquerda.
Por outro lado, mas sempre com idêntica massa, Pedro Passos Coelho alimenta um verdete sem tréguas a Marcelo, que, a bem da verdade, nunca o tomou muito a sério. Os êxitos que o Governo tem abichado também não ajudam à tranquilidade no PSD, que, de cara fechada, assiste à distribuição de lugares e de prebendas, os quais lhe pertenciam por direito divino. Cronistas estipendiados, jornais desafectos a Costa e uma estação de TV que perdeu definitivamente a vergonha não param de escarmentar o PS, com apoquentações de que não vai durar.
Um indivíduo raivoso, cansado e desqualificado chegou ao ponto de adjectivar o Governo utilizando o mesmo termo usado pelos monárquicos para denegrirem a República, logo nos primeiros anos. O cenário é vão, mas fornece a turva imagem de uma Direita mal enjorcada, desprovida de ideias e de projecto, espinoteando tolices.
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