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domingo, 25 de março de 2012


Semanada

Esta foi uma semana muito difícil para Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças que ficou na história por não ter acertado numa única previsão orçamental, mas no fim do mandato aproveitou a crise financeira para se demarcar do primeiro-ministro de então. O modesto professor de economia do Porto anda há meses num processo de preparação, numa verdadeira catequeses de direito, começou por ser apadrinhado pelo Diário Económico que garantiu que o ex-ministro já estava arrependido dos pecados socráticos, há poucos dias recebia a bênção de Cavaco Silva e quando o sacerdote deste governo se preparava para lhe enfiar a cabeça da pia baptismal do dinheiro da PT veio o Paulo Portas e estragou a cerimónia, impediu a continuação da eucaristia e Teixeira dos Santos foi impedido de entrar no paraíso. Pobre Teixeira, nem chegou a receber os trinta dinheiros.
Quem não terá gostado nada terá sido o Oliveira, perdão, o Vítor Gaspar, depois de ter metido Passos no Bolso, de ter transformado o promissor Álvaro num ministro sem pasta e de ter reduzido a nada o afilhado do Relvas que geria o QREN, esqueceu-se de que por enquanto este governo ainda resulta de uma coligação e que quando o Portas diz não é não, o líder do PP não aceitou que alguém com um desvio colossal em relação aos partidos do governo passasse à frente de toda a gente e fosse o primeiro a receber as gorjetas da PT.
Quem não terá direito à pia baptismal do Palácio de Belém é o ex-ministro José Sócrates, o indignado Cavaco mandou o Expresso informar que não «o iria condecorar, quebrando um a tradição do Estado Português. Enfim, as tradições já não são o que eram e no Palácio de Belém isso é evidente, depois de uma tradição de gente sem mácula financeira temos um que ganhou dinheiro fácil com acções duvidosas, depois de uma tradição de gente impoluta, temos um presidente que parece ter amigos mais duvidosos do que o Miguel que joga no Valência. O que o indignado Cavaco não disse é se alguém lhe pediu a medalha ou antecipou-se para evitar a humilhação de ser Sócrates a rejeitar a hipótese de ser condecorado por um velho accionista da SLN.
Quem regressou à pia baptismal da massa do PSD foi José Luís Arnaut,  aquele rapaz do PSD que para acompanharmos o seu rápido raciocínio somos obrigados a parar o pensamento por longos períodos. Depois de ter ficado famoso quando era secretário-geral do PSD  e este partido foi apanhado com as mãos da massa da Somague, o Arnaut foi escolhido para auditor financeiro do PSD, uma garantia de transparência do financiamento do PSD pois com tão brilhante responsável pelas contas as Somagues que se cuidem na hora de alimentar a pia baptismal do partido do governo.

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