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sábado, 31 de março de 2012


CGTP: «Política que despede pais e deixa filhos na rua não pode ser o caminho»


O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse hoje que "a política que despede os pais e deixa os filhos na rua, não pode ser o caminho" para o País e apelou à mobilização dos trabalhadores para pressionar a mudança.
Arménio Carlos falava no encerramento do 9º. Congresso da União dos Sindicatos de Aveiro (USA), em que fez fortes críticas à revisão da legislação laboral e aos partidos da maioria, mas também ao PS.
"Os deputados do PSD e do CDS já se sabe como funcionam. Já quanto aos deputados do PS, alguns estão contra e ainda bem, mas têm de assumir se estão com a troika ou a favor dos trabalhadores portugueses. Essa coisa de se absterem é abrir a porta a legislação mais gravosa para os trabalhadores", disse.
Pela parte da central sindical pode o Governo e a troika esperar a contestação e a luta: "não aceitamos a aplicação do pacote laboral, seja no setor público, seja no privado, por muita luta e trabalho que isso dê".
Isso mesmo vai deixar claro ao governo na próxima semana, em que tenciona entregar um conjunto de dez medidas para uma política alternativa, a primeira das quais é precisamente a retirada das alterações à legislação laboral.
"Espalharam por aí a calúnia aos trabalhadores de que éramos os que trabalhávamos menos na União Europeia, quando a verdade é que trabalhamos 48 horas a mais do que a média da zona euro e 76 horas a mais do que os alemães. Se a produtividade tivesse que ver com as horas de trabalho, seriamos os mais produtivos. Tem a ver com organização, cuja responsabilidade não é dos trabalhadores, a quem estão a querer meter a mão ao bolso, obrigando-os a mais sete dias de trabalho no ano", disse.
No discurso de encerramento do 9º congresso da USA, que renovou os seus quadros dirigentes, Arménio Carlos referiu-se à greve geral e às críticas que foram feitas à sua convocação, bem como à interpretação do seu impacto.
"A greve já trouxe resultados e foram várias as empresas que se haviam recusado a discutir cadernos reivindicativos que anunciaram a negociação de salários", afirmou, salientando que não houve uma banalização da greve geral, porque "ninguém faz greve só por fazer", com perda da remuneração, mas para pressionar à solução dos seus problemas, e "houve trabalhadores que não aderiram por dificuldades financeiras, mas também setores com forte adesão".
Arménio Carlos procurou ainda demonstrar a oportunidade da greve geral "contra as ameaças de alteração da legislação laboral", dizendo que "o momento certo para influenciar qualquer proposta é antes de ser votada" e fez uma referência implícita à UGT, ao declarar que a CGTP-IN "não é um movimento sindical de duas caras".
Diário Digital com Lusa

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