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segunda-feira, 26 de março de 2012


Parque Escolar em derrapagem desenfreada!

Já falta paciência sobre este assunto... Como se previa  e alertava há muito, o Tribunal de Contas vem confirmar a forte derrapagem das Contas da Parque Escolar (Empresa Pública).Só em dinheiros ilegalmente pagos, foram mais de 500 milhões de €.  Já AQUIfiz longo texto sobre o problema e da minha opinião de como se deveriam restaurar Escolas. Agora eis a notícia do Público (de ontem), com números "à maneira":
Bem me parecia que vamos dar aulas mais uns anitos em contentores, no meio de obras paradas. Outros continuarão em escolas onde fungos e musgo trepam pelas paredes. E isso vai ter outros entraves à Educação:espaços funcionais pejados de caixotes das mudanças que estavam previstas para os espaços novos, ausência quase completa de Internet, computadores quase impraticáveis pois cabia à Parque Escolar incluir no "mobiliário" os novos computadores (como se previa e confirmado agora, com preços inflaccionados: um computador quer no normal mercado custa 500 Euros a ser facturado por 800... para além de outros regabofes do estilo, como o pagar duas ou mais vezes às empreitadas e projectistas trabalhos mal feitos que seriam da responsabilidade destes reparar), poeira e barulho com obras a meio gás e sabe-se lá que mais reduções no tamanho original dos projectos... Uma dor de cabeça, para alterações que qualquer leigo na matéria veria que podiam ser feitas de forma um bocado mais económica, mas sólida e até bonita. Para não falar de assaltos mais facilitados às instalações e equipamentos.
O actual Ministro diz que obras continuarão (Ler AQUI), apesar de tudo, mas se for como o resto de incremento à Economia que aí anda, na camisa de forças paralisante das Finanças "Paga à Troika e agrada aos mercados nervosos e nada mais", já se prevê que daqui em diante será a falência dos fornecedores e dos pequenos empreiteiros sub-contratados, os despedimentos nas grandes empresas cosntrutoras, que quiseram fazer "à grande e à francesa", o amuo dos projectistas e subsequente emigração ,sem serem responsabilizados, o saltitar dos ex-administradores da PE, que se demitiram já, quiçá para novos tachos do sistema, sem serem "chamados à pedra". E "siga a rusga", que a festa continuará para os mesmos!
Portanto, uma derrapagem vem atrás de outra, lá reza a tradição, com uma "escorregadela" de milhares aqui e um trambolhão de milhões acolá. Tudo muito habitual neste cantinho "à beira mar plantado".
Pelo menos é o que parece defender a ex-ministra da Educação Isabel Alçada nestes depoimentos A LER AQUI Com o maior descaramento "robotizado",  alega que estas contas "são normais", ao que parece por culpa do alargamento da escolaridade para 12 anos (ora isso  JÁ estava decidido desde o final no consulado de terror de Mª de L. Rodrigues, aliás,  fora um dos seus últimos estertores ministeriais) de S. Pedro malvado e da sua chuva e tal, que a derrapagem não existe, que está tudo no melhor dos mundos! O Dr. Pangloss do "Cândido" não diria melhor...
Também a incontornável (e inesquecível, pelas piores razões) Maria de Lurdes Rodrigues, sua antecessora e plantadora, com Sócrates, dos alicerces gelatinosos da Parque Escolar, veio há uns dias, num artigo para o "Público" defender esse magnífico exemplo de desastre de gestão que é a Parque Escolar, alegando o que anda aí a servir como argumento tosco: que as obras eram de luxo para dar luxo à classe média e à Escola Pública, que pela "primeira vez" se fizeram obras de requalificação das escolas (o que não é verdade, embora o anterior processo de melhoramentos fosse tantas vezes ilógicos, lentos e desarticulados... Não se sabia porque escolas melhores tinham obras de conservação enquanto outras mais periféricas e aos pedaços esperavam sem fim...). Ou seja, em vez de se colocar a funcionar BEM as estruturas que existiam, fez-se o costume: criou-se uma equivalente às comissões ou ou como se diz modernamente "grupos de trabalho" paralelos à governação existente, repletos de tachos novos e de  poderes quase absolutos sobre tudo, ou seja, em vez de Comissão... uma empresa pública nova... a Parque Escolar, que se tornaria dona das Escolas que ajudava a construir, embora o dinheiro viesse todo do Estado.Grande golpe...já se via que ia rebentar, mais cedo ou mais tarde.
E, Srª Mª de Lurdes, sabemos à légua que os luxos das escolas Secundárias não eram para servir os alunos, mas para as tornar em espaços mais apetecíveis para a especulação imobiliária, caso/quando as Escolas fossem à falência por não poderem aguentar as despesas-extra de manutenção: Sim ,senhora, adivinhávamos à légua que não tardariam a ser comprados por magnatas e transformados em colégios privados, por tuta e meia... qual cuidar da Escola Pública qual quê?! Ou, como diz o outro, "Não há almoços grátis" e "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia".
E... CHUIF...! que pena! A PE não teve tempo de testar o que já andava a divulgar em força, com forte e cara publicidade (com sub-empresa exclusiva para promover a própria PE, ah pois é!... ) a sua faceta amealhadora, ao apresentar-se como "A maior locatária de espaços" do país (dando apenas parte dos lucros às próprias escolas). Ou seja, preparavam-se para alugar ginásios remodelados (já agora algumas escolas o fazem, o que não acho mal, mas com peso e medida, dando prioridade aos interesses das escolas e tendo funcionários suficientes para os limpar), cantinas, auditórios e... pasme-se! até salas de informática ! Ui! Se agora controlar o bom uso dos computadores é tarefa árdua e desgastante, sem técnicos que cheguem para as encomendas... o que seria com meio mundo a aceder aos mesmos...
Pensando bem, fecho o texto imaginando como seria o funcionamento das escolas com todas essas actividades, não de forma comedida, como até agora, mas em roda livre e de fito nos Euros:
~~~~***PLIM PLIM*** (música de harpa) e aqui vai ~~~~
à semana, aulas das oito às seis e meia da tarde, associações recreativas e  clubes desportivos em sessões contínuas das sete até às quatro da manhã, uma sessão de exorcismo até de madrugada e... meia hora para limpar tudo. Ao fim de semana, um casamento e dois baptizados nacantina, aulas de informática para terceira idade todo o sábado de manhã e a acção de formação de professores a ter de transitar para a cantinacom apenas um retroprojector (quem paga-- ou paga mais-- tem prioridade).Diversos jogos de várias modalidades no ginásio e nos campos de jogos, uma confraternização de motards na cantina, seguido de demonstração de motas e ainda umas corridas de Tuning pela tarde fora, nos campos de jogos.
Meia-hora para terraplanar tudo, a cargo da PE ou dum tal "senhor José", um funcionário semi-reformado e muito jeitoso que faz uns biscates na Escola. E enquanto a empresa PE e a empresa de catering servem mais um jantar de confraternização à  noite, do clube de columbofilia, a cozinheira antiga que tentou vender os seus rissóis caseiros na escola é presa pela ASAE e interogada pela PJ. 
À noite, no auditório maior, decorre uma palestra de MLR sobre o perfil de coragem e hombridade de  José Sócrates e, já agora, sobre a meia dúzia de engenheiros de quem se tornou mais amiga durante a sua tese de doutoramento. Entretanto, no gínásio, a IURD faz mais uma das suas sessões de histeria colectiva, mas, enfim , pagavam MUITO bem e os administradores da PE leram na proposta que era uma tal "corrente do empresário" e por isso julgaram ser uma sessão sobre empreendedorismo, embora só mais tarde descobrissem que os empreeendedores eram os pastores, que conseguiam angariar muitas correntes, mas de ouro, dos membros da assembleia e que aliviavam os mesmos de tanto dinheiro que  afinal a PE bem poderia ter cobrado mais!
Ao Domingo de manhã, depois de mais limpezas por funcionários exaustos, umas bodas-de-ouro na cantina, com missa campal, que acaba por ser sob um telheiro, pois começa a chover. Na biblioteca mais umas palestras, seguidas da apresentação e sessão de autógrafos do último livro rotino-juvenil de Isabel Alçada ,"Uma aventura em Paris". Nas salas de informática uma acção de formação para hackers amadores  e outra para agentes dos serviços de segurança e no bufete uma festa de despedida de solteiros, com o "senhor José" , funcionário semi-reformado,a fazer um biscate como stripper para as senhoras. Em algumas salas de auladecorrem aulas de culinária, de bricolage e de crochet e bordados para jovens desempregados(entre os quais os netos do senhor José) financiadas pelo QREN. Na sala dos professores há um velório e na sala de reuniões, aquela maiorzita, um coro de crianças ensaia.
À tarde, durante os jogos de futebol do ginásio e dos campos, o "senhor José" trabalha como arrumador de automóveis, enquanto a sua esposa, antiga porteira, vende senhas  de entrada para  as  casas de banhoÀ noite, mais palestras, concertos e um senhor José  e esposa exaustos a limpar tudo noite fora.
À noite preparam também os colchões do  ginásio,  para o previsto pernoitar de uma romaria de peregrinos da rota de Santiago de Compostela.
De madrugada, inesperadamente,... meia escola EXPLODE!BUUUUUM!
Hum... no meio de tanto aluguer, a Parque Escolar não reparara em certos pormenores, ao arrendar os laboratórios a um grupo de indivíduos. Afinal não eram estudantes universitários, mais um grupo de separatistas da Microíndia do Norte, que... precisava de construir umas bombas... UPS! ;)
Pelo sim , pelo não, suspendem e interrogam o "Senhor José"...
Tudo na boa...o Estado (leia-se o cidadão trabalhador e pagante) paga os prejuízos...
Margarida Alegria (25-3-2012, in blog "Alegrias e Alergias")
Nota: a parte final deste post é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é (para já) mera coincidência. A parte inicial do texto, sobre as novas da Parque Escolar, não é, para nossa desgraça, qualquer obra de ficção...!

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