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sábado, 24 de março de 2012


CONGRESSO PSD

Delegados 'corrigem' votação após advertência de Passos

por Paula Sá e Hugo Filipe CoelhoHoje
Passos Coelho teve de voltar a subir ao púlpito para 'organizar' o congresso
Passos Coelho teve de voltar a subir ao púlpito para 'organizar' o congressoFotografia © Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
Uma proposta de alteração aos estatutos que instituía as diretas como método para a eleição dos órgãos internos do partido lançou a confusão no Congresso do PSD e obrigou uma intervenção inesperada de Passos Coelho e à repetição de uma votação.
O presidente do partido subiu à tribuna para avisar os delegados que haviam acabado de votar, na especialidade, uma proposta que retirava ao próprio Congresso o poder de eleger o Conselho Nacional. "Julgo que o Congresso decidiu conscientemente: o Congresso deixou de eleger os órgãos nacionais", afirmou Passos Coelho. "Foi inequívoco. Foi isto que resultou desta votação. Se não era isso que queriam, o problema é outro. Mas foi isso que foi votado."
O presidente do Conselho de Jurisdição interveio de seguida e chamou a atenção para o erro no guião. Em face disto, o presidente da mesa Fernando Ruas propos a repetição da votação. À segunda, o congresso mudou de opinião e chumbou a proposta.
A ideia constava no projeto de revisão estatutária da Juventude Social Democrata que foi aprovada na generalidade junto com o projeto oficial. A confusão aconteceu durante as votações na especialidade em que se tornou obrigatório conciliar os dois projetos.
A história trouxe à memória do Congresso a lei da rolha de Santana Lopes. A proposta que impedia os militantes do PSD de criticarem a direção do partido em véspera de eleições, foi aprovada, por larga maioria, sem que os delegados se desse conta do que estava a fazer. No próprio dia foram muitos os que se manifestaram contra essa regra, mas só ontem, dois anos depois, foi possível corrigir o erro.
"Se pudesse votava contra"
Na pausa para o almoço, Passos explicou que apenas quis ajudar a mesa do congresso a esclarecer os delegados e a evitar uma situação em que fossem aprovadas normas "contraditórias".
"Se eu pudesse votar, votava contra", assegurou o presidente do partido, explicando que a hipótese de colar as eleições para os órgãos nacionais às do líder tornariam o processo "menos participado".
Passos afastou ainda a hipótese de acabar com as diretas. "Fui eleito por diretas, não será pela minha mão que vão acabar".
Mas desvalorizou a derrota da sua proposta sobre as primárias na escolha dos candidatos do partido e o estatuto de simpatizante.

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