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sábado, 25 de fevereiro de 2012



"Rola-bosta"

A propósito da notícia do CM sobre os cartões milionários na Defesa, e do subsequente Esclarecimento do ex-ministro Augusto Santos Silva, já ontem publicado neste blogue, Ferreira Fernandes, escreve hoje, no DN  mais um texto, a vários títulos, notável e que bem merece divulgação. Este:

"Um político com crédito
Há um Santos Silva banqueiro (Artur) e um Santos Silva ex-ministro (Augusto), e foi naturalmente a este que se passou cartão porque o assunto era achincalhar: "Cartões milionários na Defesa", titulou o Correio da Manhã. O Santos Silva não milionário, afinal, era-o... O ministro da Defesa do último Governo tinha dez mil euros de plafond!, gritou o jornal, tão alto quanto o teto do cartão bancário. O CM tem a mais apurada pituitária dos jornais, se fosse escaravelho haveria de se chamar rola-bosta, quem gosta fica bem servido. E assim lá houve mais um episódio de indignação esganiçada. Tudo normal, não fosse o tal Santos Silva não ser dos políticos que quando há suspeitas sobre as suas contas se negam a divulgá-las. A contracorrente do que é norma, o Silva do teto alto, em vez de deixar a suspeita assentar e esquecer, espevitou-a. É certo que começou por dizer, o que podia ser mero truque para protelar a explicação, que do cartão de serviço só gastara em serviço. Oh filho, os fãs do rola-bosta querem é saber se bebeste Petrus à custa do povo... Mas não, o Silva do cartão não estava a protelar coisa nenhuma, tirou a coisa a limpo e exigiu que o Ministério da Defesa tornasse público o que gastara. E ontem soube-se: nos 20 meses em que foi ministro, do seu cartão super-hiper de dez mil euros, Augusto Santos Silva gastou uma média de 147,72 euros mensais. Deixa-me fazer contas: dez mil, manchete; 147 euros, deve dar duas linhas."

(O CM fez hoje questão, como faz diariamente, de não deixar os seus créditos de "rola-bosta" por mãos alheias. É verdade que a "bosta" de hoje já está mais do que ressequida, tantas são as voltas que o CM já deu nela e com ela, mas não deixa de ser "bosta" e de continuar a exalar o fedor próprio da espelunca.)
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(À cautela, não vá dar-se o caso de o fedor também se difundir por via electrónica, vou já tomar banho)
blog Terra dos espantos


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