A AR, a água e o crime perfeito
O caso é singular e, embora de lana-caprina aparentemente, foi ainda ontem notícia nos jornais. Como agora todos se apressam, por excesso de zelo e para mostrar preocupação, em dar bons exemplos na poupança de gastos, um dos grupos parlamentares da Assembleia da República propôs ao hemiciclo que se passasse a usar água da torneira, no Parlamento, em vez de água engarrafada, como até ali.
A proposta foi, no entanto, chumbada pela maioria dos deputados. A fundamentação da recusa tem lógica, pelos números comparados. A água gasta, para beber, na AR, custa engarrafada 259,20 euros por mês. Se fosse usada água da torneira ficaria a custar, mensalmente, 2.730,00 euros, segundo as estimativas. Dá para acreditar?
Para mim, dá. Aqui há pouco mais de 5 anos, tive na mão um contrato de fornecimento de água para beber, engarrafada, a uma PME. O preço, por litro, não chegava a 0,10 euros, e ainda havia bónus, consoante o consumo. É uma incongruência, mas não consigo descortinar o busílis. Parece um crime perfeito...
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