AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012



Movimento LGBT venezuelano contra os ataques a Capriles Radonski pela sua suposta homossexualidade

Aporrea - [Tradução do Diário Liberdade] Perante os ataques que circulam pela rede, contra o candidato da oposição direitista venezuelana, baseados na suposta "homossexualidade" de Capriles Radonski, a Alianza Sexo Género Diversa Revolucionaria (ASGDRe) situa a questão no enquadramento da luta revolucionária, considerando referências históricas e apostando no verdadeiro debate político, em lugar da discriminação reacionária e despolitizadora.

Foto: Não é intenção do Diário Liberdade dar qualquer publicidade ao reacionário candidato da direita venezuelana. Por isso, preferimos ilustrar esta matéria divulgando a figura do revolucionário russo Georgi Tchitcherin, homossexual declarado e Comissário (Ministro) do Povo para os Relacionamentos Exteriores do governo bolchevique entre 1918 e 1930.

A ASGDRe propõe, assim, sem concessões de nenhum tipo, qual deve ser a posição de esquerda neste sentido, e que o centro do debate, a razão para criticar Radonski, deve ser política (sua condição de golpista, fascista e explorador) e não relacionada com sua suposta condição sexual.

A seguir o texto da ASGDRe:

--------------------------------------------------------------------------------

Sobre a "homossexualidade" de Radonski

Durante os primeiros anos da Revolução russa, eliminaram-se as leis zaristas que discriminavam a homossexualidade e, em 1918, designou-se um homem abertamente homossexual [Georgi Tchitcherin] como Comissário do Povo para os Relacionamentos Exteriores. A União Soviética aprovou o código legal que dizia: "A legislação soviética baseia-se no seguinte princípio: declara uma total ausência de interferência do Estado e da sociedade nos assuntos sexuais". Marx e Engels criticaram a premisa em que se baseava a família burguesa: que um indivíduo burguês masculino devia ter acesso sexual exclusivo à sua esposa (para garantir que suas propriedades fossem herdadas por descendentes de seu próprio sangue). Qiu Jin foi uma trans revolucionária chinesa de esquerda. Lily Braun (líder de uma organização alemã de esquerda de finais do século XIX) apoiou a legalização da homossexualidade.

No texto Princípios do comunismo, Engels escreveu: "Os relacionamentos entre os sexos terão um caráter puramente privado, pertencem só às pessoas que tomam parte nelas, sem o menor motivo para a ingerência da sociedade". Em 1887, o partido socialista foi o único que apoiou o Comitê Científico Humanitário, Primeira organização na história fundada para o estudo dos problemas da sexualidade e a defesa dos homossexuais.

Ante este evidente apoio histórico da esquerda sobre o sexo-gênero diversidade, perguntamos: por que deixamos que se reduza o debate político ao assinalar Radonski como homossexual, perdendo de vista que é um corrupto, fascista, abusador de autoridade, assediador trabalhista e administrativo, assaltador de embaixadas, golpista, legitimador da desigualdade social?

Este é o debate político verdadeiro, o demais é despolitização. Como diria Galeano: "Entre todos os prazeres que merecem o inferno, o amor homossexual é, ainda, o mais ferozmente reprimido".

Alianza Sexo Género Diversa Revolucionaria.

Artigo para a coluna Diversidade Popular, semanário cultural Todos Adentro.

Fonte: Diário Liberdade

Sem comentários: