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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



ZECA AFONSO RELEMBRADO NA SUA PASSAGEM POR FARO

 Praia de Faro - Esplanada Santa Maria, na fotografia, verão de 1963, da dirtª para a esqª Zeca Afonso, Badu, Horácio Santos e Maria Paula, Engº Acácio Monteiro e esposa e Luis Valentim.





Zeca Afonso passou tempos fundamentais para a sua gesta artística no Algarve, sobretudo em Faro. Agora que toda a gente pretende comemorar os 25 anos do seu falecimento, lembro o Zeca Afonso em Faro, onde toda a gesta começou. Foi em Faro que Zeca concebeu as suas primeiras e fundamentais baladas. No Lado do Breu, Tenho Barcos Tenho Remos, ò Vila de Olhão, Senhor Poeta. Convivi com o Zeca em Faro. Fomos amigos. Passámos meses seguidos na Ilha de Faro, almoçando nos baixos da casa do engenheiro Jacinto Pinheirinho (albacoras cozidas), no Roque (besugos grelhados). Encontrámo-nos depois em Coimbra. Apresentei-o a Miguel Torga, que o frustou na sua ida ao Canadá, após a crise coimbrã. Juntos visitámos a casa do Manuel Alegre, com a família toda reunida, menos o Manuel (algures na Argélia). Voltámo-nos a encontrar em Moçambique, após uma incursão minha ao Liceu António Enes, depois em Lisboa, na Rua do Ouro, com o António Guedes, velha figura coimbrã, e finalmente no Chiado, quando «alguém» (ele Zeca) sai abruptamente de um táxi e me comunica que Salazar caiu da cadeira. Guardo do Zeca sobretudo esta fase algarvia, onde casou novamente na Fuzeta, com a Zélia, e depois até à entrada da fase dita revolucionária. Lembro-me do Zeca à minha maneira, no seu estilo de vida, progressista, sem dúvida, dando aulas na Tomás Cabreira, sempre com o auxílio do «Professor» Barão, que tinha sempre reservada uma gravata para que a aula pudesse ter lugar. Lembro-me do Zeca excepcional, adaptável, antes da vitória da democracia, com as suas certezas e oscilações.


Viegas Gomes

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