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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ORA AÍ ESTÁ MAIS UMA !!! FOI VENDIDA AOS ANGOLANOS E LÁ SE FORAM OS ARQUIVOS DE VALOR HISTÓRICO SOBRE A GUERRA COLONIAL - Tobis foi vendida à Filmdrehtsich Unipessoal



Tobis foi vendida à Filmdrehtsich Unipessoal

 Ana Dias Cordeiro, Cláudia Carvalho

TobisTobis (Nuno Oliveira)
 A Tobis foi vendida à empresa Filmdrehtsich Unipessoal Lda, disse à agência Lusa o director do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

Depois de meses de dúvida, a situação da Tobis parece finalmente ter sido resolvida. Os históricos estúdios do cinema português, fundados em 1932, foram comprados pela Filmdrehtsich Unipessoal, por um valor ainda não conhecido. A notícia foi confirmada pelo ICA, apenas um dia antes da assembleia-geral de accionistas marcada para esta sexta-feira, na qual se esperava por uma resolução final.

Na última Assembleia-Geral, a 6 de Janeiro, foi comunicado aos trabalhadores que a dissolução da empresa, uma possibilidade levantada em Dezembro, não iria acontecer, uma vez que estava a ser negociada a venda da Tobis. Nessa altura, José Pedro Ribeiro garantiu mesmo que o negócio “está muito avançado”.

“Foi-nos dito na última Assembleia-Geral que as negociações com uma empresa angolana estavam muito adiantadas e que o negócio estava apenas dependente de acertos finais. Mas nunca nos disseram o nome da empresa”, disse ao PÚBLICO Paulo Trancoso, pequeno accionista e presidente da Assembleia-Geral da Tobis. O produtor da Costa do Castelo Filmes acrescentou que aguarda a Assembleia-Geral desta sexta-feira para ter conhecimento da situação, uma vez que nada ainda lhe tinha sido dito nesta quinta-feira à tarde quando foi divulgada a notícia.

Aos jornalistas, o secretário de Estado da Cultura explicou que a empresa que adquiriu a Tobis é uma companhia “estrangeira de capitais sobretudo angolanos”, com a qual o Estado nunca teve contacto directo.
Para Francisco José Viegas, este é assim o “fim de um processo negocial muito complicado” e uma chegada a um “bom porto (...) que assegura a continuidade da Tobis, de grande parte dos postos de trabalho”, e que permite ao Estado manter o arquivo da empresa, assim como o edifício.

Em relação à Filmdrehtsich Unipessoal Lda., o secretário de Estado disse que as negociações nunca ocorreram directamente com a companhia, mas sim com os bancos e com os advogados que a representavam, sendo esta “uma empresa estrangeira de capitais sobretudo angolanos”, concluindo: “Portanto, basicamente é o que nós sabemos da empresa”.

Ao PÚBLICO, Tiago Silva, delegado sindical da Tobis, disse, via email, que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e do Audiovisual (SINTTAV) foi informado do negócio ao início da tarde através do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

"Aparentemente está prevista a saída de metade do pessoal da empresa e as negociações laborais estarão integralmente a cargo do ICA", acrescentou Tiago Silva, explicando que está agendada para esta tarde, às 16h30, uma reunião entre o SINTTAV e o os responsáveis do Instituto do Cinema e do Audiovisual, para se saberem mais pormenores.

Os problemas financeiros da Tobis arrastam-se há anos, com resultados negativos, salários em atraso e sucessivos requerimentos em sede parlamentar, mas só em Julho de 2010 foram tornados públicos quando o ICA, entidade através da qual o Estado detém 96,48% do capital da empresa, fez saber na Assembleia da República que pretendia alienar a sua participação.

Desde aí, os rumores, promessas da tutela e assembleias-gerais de accionistas mais ou menos inconsequentes não têm parado. Nos últimos meses, os 56 trabalhadores da empresa têm-se queixado de constantes salários e subsídios em atraso.


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