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quinta-feira, 6 de junho de 2019

Rui Rio é estúpido?

estatuadesal.com



(Por Valupi, in Aspirina B, 31/05/2019)
Rui Rio quis liderar o PSD após a catástrofe económica e social da responsabilidade principal de Passos e Portas. Quis enfrentar o PS a governar num inaudito quadro de apoio parlamentar e com estrondoso sucesso económico e social, liderado eficazmente por António Costa. Não temos de conhecer as razões que o levaram a escolher este calendário, mas cresce a convicção de que a sua escolha nasceu de uma fraqueza. Arriscar o menos possível, ganhar o partido à primeira tendo este batido no fundo. E continuar sem nada querer aprender.
Na campanha eleitoral para o PSD e tempos seguintes, Rio pôde sentir na pele a colossal energia guerreira que a temática da Justiça armazena e espalha sistemicamente. 

Tal resulta de 15 anos de judicialização da política e de politização da Justiça que culminaram na “Operação Marquês”, uma investigação que se transformou em bandeira política reclamada oficialmente por Cavaco Silva e Passos Coelho. A mera expressão de avulsas e óbvias críticas ao Ministério Público de Marques Vidal valeu a Rio ataques ferozes da direita decadente, na qual se destacou Marques Mendes (em representação do regime) que chegou ao ponto furibundo de colar Rio a Sócrates – no que ficou como ostensiva, debochada, chantagem pública. 

Se Rio continuasse por esse caminho, arriscando pôr em causa o sucesso pleno da vingança em curso e a tentativa de atingir o PS com dano máximo, então iria ser destruído com base em difamações e calúnias.
A chantagem resultou. Aquele que era o maior trunfo de Rio, a manifestação de uma coragem singular numa sociedade cúmplice da violência que constitui a essência da “Operação Marquês”, foi abandonado, com isso perdendo a sua imagem de integridade e abdicando de construir um posicionamento político capaz de disputar o eleitorado mais comprometido com a decência e a segurança na cidade. 

Para as Europeias, escolheu um profissional da baixa política que fez uma campanha inane, sem qualquer ideia e a cuspir ódio sempre que abriu a boca. O próprio Rio assumiu a calúnia como arma eleitoral, destruindo de vez a sua credibilidade. Fez tudo exactamente ao contrário do que devia ter feito, perdeu uma ocasião histórica para deixar o seu nome na História.
Vem aí o Verão, as férias, os incêndios, e depois teremos umas semanas de berreiro partidário até às legislativas. A única coisa sobre o actual presidente do PSD que resta descobrir é esta: é estúpido ou apenas falho de inteligência política?

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