As civilizações antigas e suas cidades perdidas causam fascínio e despertam interesse em muitos viajantes mundo afora. Conhecê-las de perto é a chance de testar o que estudamos nas aulas de história do colégio e ainda tirar uma onda de Indiana Jones, certo? Tudo bem, mas não só. É também uma forma de prestigiar e reconhecer o extenuante e paciente trabalho de arqueólogos e historiadores que tratam de desenterrar o passado para que jamais nos esqueçamos de quem somos, de onde viemos, por que chegamos até aqui e para onde estamos indo. Ou seja, é uma das melhores maneiras de entender e se situar no mundo.
Para matar – ou melhor, aguçar – a curiosidade, reunimos alguns dos mais emblemáticos sítios arqueológicos abertos ao turismo. Das idílicas ilhas gregas ao agreste altiplano andino, das escaldantes areias egípcias à sufocante selva cambojana, o viajeaqui propõe um passeio fotográfico por templos, pirâmides, resquícios, vestígios, construções imponentes e belos exemplos de centros urbanos projetados ao longo dos séculos. Maravilhosos exemplos arquitetônicos de organização política e social deixados por povos que legaram para a eternidade o que hoje chamamos de patrimônio mundial da humanidade.
Akrotiri, Santorini, Grécia. Famosas por suas belezas cênicas, as ilhas gregas são um convite ao ócio e à "dolce vita". Mas Santorini, justamente a mais badalada delas, guarda também o sítio arqueológico Akrotiri, onde estão as ruínas do antigo Monastério de Katholiko. Escavações revelaram edificações da Idade do Bronze, algumas das mais importantes descobertas arqueológicas do Mediterrâneo. Mas em algum momento o local teve de ser abandonado em função de terremotos e erupções vulcânicas. Sim, num processo similar ao que aconteceu na italiana Pompeia, Akrotiri também foi coberta pela lava e teve suas construções preservadas.
Cartago, Tunísia. Cartago foi fundada no século 9º a.C. pelos fenícios, destruída e reinventada por romanos e, posteriormente, caiu nas mãos dos árabes. Originalmente, a cidade controlou o comércio no Mediterrâneo, transformando-se numa potência econômica à época. As ruínas daquele que foi um dos centros urbanos mais importantes da humanidade resistem perto de Túnis, capital da Tunísia, e podem ser visitadas pelos turistas.
Luxor, Egito. Esfinges com cabeça de carneiro guarnecem avenida dos templos principais em Luxor, antiga Tebas, no Egito. Ali foram feitas muitas das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos, tal como a faraônica tumba de Tutankhamon, trazida à luz em 1922 pelo egiptólogo inglês Howard Carter.
Troia, Turquia. A lendária Troia remete à guerra entre gregos e troianos, epopeia descrita nos poemas de Homero. Suas ruínas foram encontradas em 1871, feito tributado ao alemão Heinrich Schliemann. Hoje o sítio arqueológico, situado próximo a Çanakkale e ao Estreito de Dardanelos, na Turquia, está aberto à visitação. Além de muros e colunas, há um anfiteatro romano no local, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1998.
Éfeso, Turquia. Também na Turquia estão as ruínas de Éfeso, notável cidade greco-romana da Antiguidade. Chegou a ser a segunda maior cidade do Império Romano, quando aqui funcionava um teatro projetado para cerca de 25 mil espectadores. Além disso, abrigou o templo dedicado a Ártemis, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Hoje restam apenas vestígios dele. Esse Patrimônio Cultural da Humanidade é atualmente um dos sítios arqueológicos mais visitados no mundo.
Pompeia, Itália. A 22 quilômetros de Nápoles, na Itália, Pompeia ficou oculta por mais de um século após ter sido engolida por cinzas e lavas decorrentes da erupção do Vesúvio. A antiga cidade romana é hoje um dos sítios arqueológicos mais concorridos do mundo. E, de fato, proporciona uma visita impactante.
Petra, Jordânia. Fundada pelos nabateus, Petra ficou mundialmente famosa com o filme Indiana Jones e a Última Cruzada. Patrimônio da Humanidade desde 1985, o cartão-postal da Jordânia foi mais recentemente reconhecido também como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo. Esculpida na rocha, a imponente fachada de Al-Khazneh (Tesouro) tem 43 metros de altura e 30 metros de largura.
Persépolis, Irã. Persépolis foi uma das metrópoles antigas mais suntuosas que o mundo conheceu. A capital do Império Persa, que se estendeu do Egito à Índia, levou mais de um século para ser edificada e exibiu em seu auge faustosas construções. Mas Alexandre, o Grande, colocou fim a todo esse esplendor: invadiu, conquistou e tocou fogo na antiga capital persa. Apenas em 1930 escavações arqueológicas revelaram o que ainda restava no local, que fica no sul do Irã e está aberto ao turismo.
Sanchi, Índia. Sanchi é uma pequena cidade indiana famosa por abrigar monumentos budistas. Durante muito tempo foi o maior santuário do gênero na Índia. Contudo, permaneceu no esquecimento por mais de 600 anos até ser redescoberta em 1818. As escavações revelaram a Grande Estupa de Sanchi, Patrimônio da Humanidade e maior monumento em pedra do país.
Angkor, Camboja. Antiga capital do Império Khmer, Angkor reúne um sem-fim de ruínas e templos impressionantes. Muitos deles já foram tomados pela floresta, como Ta Prohm. A cidade nasceu e se desenvolveu entre os séculos 9.º e 15.º, quando chegou a ser considerada a maior metrópole do mundo em seu tempo. Hoje, o principal atrativo turístico do Camboja é visitado por milhares de pessoas a cada temporada.
Teotihuacan, México. Teotihuacan, o lugar onde os deuses foram criados, fica a cerca de 40 quilômetros da Cidade do México e reúne um dos conjuntos de pirâmides mais interessantes do país asteca e da Mesoamérica. Complexo arqueológico de grandes dimensões, tem na chamada Avenida dos Mortos alguns de seus templos mais representativos, tais como os dedicados ao Sol, à Lua e a Quetzalcóatl, a serpente emplumada, divindade da guerra cultuada por astecas, toltecas e maias, os quais a chamavam de Kukulcán.
Tikal, Guatemala. Tikal é, simplesmente, o maior e um dos mais esplendorosos sítios arqueológicos já escavados em todo o continente americano. Fica na Guatemala, no meio da Floresta de Petén, e recebe milhares de turistas a cada ano. Foi, sem dúvida, uma das grandes metrópoles maias em seu apogeu, o chamado período clássico, compreendido entre 250 e 900 d.C. É reconhecido como Patrimônio da Humanidade desde 1979 e guarda as maiores pirâmides maias, a exemplo do Templo do Jaguar.
Tiwanaku, Bolívia. Tiahuanaco (ou Tiwanaku) revela os primórdios da cultura inca. O sítio arqueológico situa-se a cerca de 70 quilômetros de La Paz, na Bolívia, a meio caminho para o Lago Titicaca. Acredita-se que esteja relacionado com o florescimento dos huaris (waris), povo que dominou boa parte dos Andes e da costa do Pacífico antes dos incas. O complexo guarda uma construção dedicada a Viracocha, o criador do universo na cosmovisão andina, assim como o templo Kalasasaya, entre outras ruínas. Tudo a 3.885 metros sobre o nível do mar.
Machu Picchu, Peru. Ela não poderia faltar. Afinal, a fama de "cidade perdida" dos incas roda o mundo ainda hoje. Porém, Machu Picchu, no Peru, é muito mais: representa o esplendor da cultura que dominou um vasto território que se estendia do norte de Chile e Argentina até o sul da Colômbia. O que mais impressiona, contudo, é constatar que seus edificadores deram um banho de engenhosidade ao integrar a cidade ao entorno natural. Machu Picchu fica no topo da montanha de mesmo nome, na área de transição dos Andes com a Amazônia, está cercada por vales e penhascos e protegida por terraços projetados em cascata para prevenir a erosão do solo. Patrimônio da Humanidade e uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.
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