A Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal acusa a administração de não reconhecer a importância dos trabalhadores para os resultados do Grupo Galp, que vão no sentido do crescimento, enquanto procura justificar a retirada de direitos.
Segundo o comunicado dos representantes dos trabalhadores, na Petrogal, «as margens de refinação aumentaram no primeiro semestre de 2017» e os resultados apresentados pela administração confirmam «resultados extraordinários, na senda do que aconteceu em 2015 e 2016».
A comissão de trabalhadores (CT) denuncia que, no comunicado em que administração divulga os resultados, é enfatizado que o «Brasil suporta o crescimento», remetendo para os resultados obtidos ao nível da Exploração e Produção, e não sendo praticamente feita qualquer referência à área da Refinação e Distribuição, que é «o maior contribuinte líquido para os resultados globais do Grupo». O crescimento nesta área deve-se «essencialmente ao desempenho dos trabalhadores, que, numa base diária, optimizam o funcionamento do aparelho refinador», conseguindo assim «margens mais elevadas que a bitola dos mercados».
Para a estrutura dos trabalhadores, a administração «tenta esconder o mérito dos trabalhadores das refinarias» devido à luta que estes travam em defesa dos seus direitos. Para além disso, a administração fazia referência a um contexto difícil para justificar a retirada direitos aos trabalhadores, o que não é demonstrado pelos resultados líquidos acima dos 500 milhões de euros em 2015 e 2016, e com os lucros a atingirem 250 milhões de euros só neste primeiro semestre.
Com estes resultados, «nunca houve razão nenhuma para os trabalhadores perderem algum direito», sendo necessário «avançar nas conquistas», refere o comunicado da CT.
Os trabalhadores, que realizaram uma greve de 26 a 31 de Julho com elevada adesão e impacto, estão contra a eliminação de direitos do trabalho por turnos, a desregulação e o aumento dos horários, também por via do banco de horas, que, segundo denunciaram, «visa pôr os trabalhadores a trabalhar mais por menos salário». Exigem ainda que a administração deixe de atacar a contratação colectiva e os direitos sociais, e que a riqueza produzida seja distribuída pelos trabalhadores, para conseguirem assim melhores salários.
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