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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Os calões da Autoeuropa


Os calões da Autoeuropa aceitam trabalhar a um sábado como um dia extraordinário e não como um dia normal. 

A ironia de João André Costa

Texto de João André Costa 

Os calões da Autoeuropa não querem trabalhar ao sábado. Dizem os calões da Autoeuropa que trabalhar ao sábado tem um impacto directo nas suas famílias, no seu tempo de descanso e, por conseguinte, preparam-se para a primeira greve na história desta empresa. Os calões da Autoeuropa foram, até agora, um exemplo de bom comportamento, baixando a bolinha e fazendo tudo o que o patronato tem exigido, incluindo trabalho aos sábados e horas extra sempre que foi preciso.

Tal nível de bom comportamento levou a que a Autoeuropa fosse escolhida para produzir o T-ROC, o novo veículo utilitário desportivo SUV da Volkswagen. A produção deste veículo corresponde a 1% do PIB português e a 2000 postos de trabalho. Quer isto dizer que se a Autoeuropa não produzir o que lhe é exigido, a produção será deslocalizada para outros países de um dia para o outro, porque se os calões da Autoeuropa não querem trabalhar, lá fora há quem queira, mais horas e por menos.

Os calões da Autoeuropa já se esqueceram que estão onde estão apenas e somente por trabalharem mais horas e por menos em comparação com o resto da Europa. Os calões da Autoeuropa têm a barriga cheia e acham-se no direito de se sentirem cansados, de querer passear com a família ao fim-de-semana e ver os filhos crescer ao invés de vestirem a camisola e trabalhar que nem umas mulas em prol do país e de todos os portugueses, isto num país a braços com uma crescente dívida externa.

Os calões da Autoeuropa aceitam trabalhar a um sábado como um dia extraordinário e não como um dia normal. No entanto, os calões da Autoeuropa não aceitam a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado. Os calões da Autoeuropa querem encher ainda mais a barriga, e os bolsos, à custa do patronato. Os calões da Autoeuropa querem ir à casa de banho durante o turno de trabalho. Os calões da Autoeuropa não querem usar fraldas. Eu uso fraldas. Os calões da Autoeuropa só querem direitos e não querem deveres. Temos pena. Soubessem os calões da Autoeuropa o que custa ao patronato passar férias todos os meses em Veneza ou nas Maldivas, manter uma frota de Ferraris e casas em Miami, Los Angeles, Mónaco e Paços de Ferreira e, estou convencido, não estariam com esta conversa.

O problema da Autoeuropa é ter uma comissão de trabalhadores demissionária cujo representante máximo, António Chora, se encontra neste momento a gozar uma mais que merecida reforma, ou talvez não, e eu não acredito em coincidências. Aliás, acho que ainda agora vi o Tó aqui no aeroporto a entrar para aquele avião com destino a Veneza. O problema da Autoeuropa é estar agora na mão de sindicatos da extrema-esquerda, repito, extrema-esquerda, vulgo “cêgêtêpê-pêcêpê”. O problema da Autoeuropa é que os alemães não gostam da malta da extrema-esquerda, repito, extrema-esquerda, como, aliás, a História se encarregou de demonstrar.

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