Os dois principais grupos económicos do sector privado da Saúde lucraram mais de 20 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. A José de Mello e a Luz Saúde encaixaram mais de 160 milhões com as parcerias público-privado.
Os lucros da José de Mello Saúde e da Luz Saúde, nos primeiros seis meses do ano, foram de 13,5 milhões e de 8,9 milhões de euros, respectivamente. Do lado das receitas, a rúbrica referente aos hospitais que gerem em regime de parceria público privada ascenderam aos 114,4 milhões, no grupo Mello, e aos 48,8 milhões, na Luz Saúde, de acordo com os relatórios enviados à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).
Ambos representam um aumento nos proveitos com estes hospitais de 2%, em média. A Luz Saúde gere o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e a Mello Saúde gere os hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira.
Ambos os grupos estão a preparar-se para expandir a sua presença, como em Sintra, onde o grupo Mello pretende aproveitar as dificuldades sentidas no Hospital Amadora-Sintra e a ausência de um hospital público no concelho para transformar a sua clínica num hospital CUF. Em Lisboa, está em curso a expansão do Hospital CUF Descobertas (Parque das Nações) e a construção do novo Hospital CUF Tejo (Alcântara).
A Luz Saúde tem em curso obras de expansão das suas unidades de Lisboa e Oeiras, e estão previstas aberturas de novas unidades em Odivelas e Vila Real.
O sector privado da Saúde aproveitou a última década de cortes nos serviços públicos, nomeadamente no SNS, para crescer. As transferências do Orçamento do Estado para o SNS em 2015 ficaram praticamente ao nível de 2005: de acordo com o relatório e contas do SNS, foram cerca de 7,8 mil milhões de euros – menos do que Portugal tem vindo a pagar anualmente em juros da dívida nos últimos anos.
Em entrevista ao Diário de Notícias, no dia 18, Óscar Gaspar, actual presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), revelou que as unidades privadas de saúde têm 11 mil camas de internamento, o que corresponde a 32% do total. Oantigo dirigente do PS e secretário de Estado da Saúde defendeu ainda a manutenção das parcerias público-privado nos hospitais de Braga e Cascais, mas também que as novas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que venham a ser construídas, como o hospital de Lisboa Oriental, sejam geridas através do mesmo modelo.
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