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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

São jovens, vivem numa ilha remota e não querem mudar


O que significa ser jovem e viver numa ilha onde habitam cinco mil pessoas? 

Os jovens adultos que Laetitia Vançon (@laetitiavancon, no instagram) fotografou nas ilhas Lewis and Harris e North Uist, na periferia da Escócia, resistem a uma economia decandente e à claustrofobia insular e escolhem permanecer no local onde nasceram. Porquê? 

Segundo a fotógrafa francesa, os jovens sentem "um enorme orgulho na sua identidade e cultura". 

"Heranças culturais como as tradições religiosas, a língua e música gaélicas, as danças tradicionais, desportos como o Shinty, fazem parte daquilo que os torna tão diferentes e únicos. A maioria dos jovens tem consciência disso e aprecia essa diferença." 

Frequentar a universidade ou ter formação profissional implica uma mudança para uma grande cidade, mas apesar da melhor oferta profissional e cultural dos grandes centros urbanos, a maioria decide regressar. "Eles têm sempre de optar entre ter uma carreira ou viver na ilha." 

O turismo, a agricultura, a pesca e a tecelagem são as principais actividades na região, considerada pelo Reino Unido como uma "área de fragilidade", por registar um défice na balança comercial que ronda os 160 milhões de libras (perto de dois milhões de euros). Existem também actividades ligadas à extracção de petróleo e ao sector público, mas com menor peso. 

"As comunidades são extremamente reduzidas. Todos os habitantes estão ligados por laços familiares, de amizade ou vizinhança. Basicamente, todos se conhecem. Vivem para falar sobre quem fez o quê, com quem, quando e como... Uma pessoa não pode simplesmente ir a um restaurante ou a uma festa acompanhada de um amigo ou amiga, ou mesmo ter um encontro amoroso, sem ter de lidar com todas as questões que surgirão por parte da comunidade. É complicado, notei." 

Apesar de todas as desvantagens, os dois meses que Laetitia Vançon passou na companhia destes jovens revelaram "personalidades fortes e afastadas do cinismo, do medo, da impotência, da imaturidade e infantilidade que caracteriza a juventude ocidental actual". 

O projecto chama-se "At the End of the Day", "Aig Deireadh an Latha", em gaélico. "Durante o período em que estive lá, conheci muitos jovens que demonstravam uma grande maturidade, que distinguiam claramente a sua vida interior do mundo exterior. São jovens que sabem exactamente quem são, onde querem ir, o que querem fazer. 

Achei isso interessante por eu não ser, com a idade deles, capaz de saber e ser tudo isso. Acho que essa maturidade poderá estar relacionada com a relação estreita que têm com a natureza e com os laços fortes que mantêm com a comunidade e com a família (é comum que uma ou duas gerações partilhem o mesmo tecto ou que vivam lado a lado). Estes, acredito, são pilares que lhes transmitem uma sensação de bem-estar."































p3.publico.pt

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