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sábado, 1 de março de 2014

AS MAIS BELAS PINTURAS DO MUNDO - PINTORES FAMOSOS (PARTE 3)

Diego Velasquez

Vida e obra de Diego Velázquez (1599 - 1660).

Existência tranqüila, talento nato









Filipe IV lhe deu permissão para viajar e, em 1629, Velázquez foi  à  Itália,  passando  por cidades como Gênova e Veneza até chegar a Roma, onde ficou por cerca de um ano. Seguiu depois para Nápoles, na época uma possessão espanhola. Especula-se que  o  artista tenha pintado muitas obras nesse período, mas apenas duas chegaram aos dias de hoje: "A Túnica de José" e "A Forja de Vulcano".  Um  Velázquez  ainda  mais  influenciado  pelos renascentistas e pela arte clássica retornou a Madri em 1631, iniciando sua fase  de  maior produtividade.

Homem  de  vida  tranqüila e comedida, Velázquez pintava com calma e lentidão, já que, por ser membro  da  corte real,  era  obrigado também a cumprir funções burocráticas. De temperamento  suave, levou  uma  vida  sem  grandes reviravoltas e de  produção artística relativamente  pequena:  menos de 150  telas suas chegaram  aos nossos dias.  Calcula-se, porém, que  tenha  pintado  não  mais que 200 quadros ao longo da vida, dado seu  ritmo compassado.  Morreu em julho  de  1660, em Madri,  aos  61  anos de  idade. Exatamente uma semana depois morria Juana, a filha de seu mestre Pacheco, com quem se  casara  aos 19 anos.

Curiosidades

•    "Seguidores"
"As Meninas", o trabalho mais conhecido  de  Velázquez,  teve 44 versões feitas por Pablo Picasso. Já o pintor Goya,   também  espanhol, homenageou Velázquez  colocando-se  na obra "A Família de Carlos IV" (1800), e na mesma posição: também à esquerda, pintando um quadro. O  pintor  Francis Bacon,  na década de 1950,  fez  várias  versões  a  partir do quadro "Retrato do Papa Inocêncio X".
•    Romance na Itália
Apesar da vida recatada e tranqüila de Velázquez,   um documento  descoberto  em   1983 revelou que uma viúva chamada Marta teria dado à luz um filho ilegítimo do artista: uma criança de colo chamada Antonio é citada no ano de 1652  (quando  Velázquez  tinha  53 anos).
•    Relações cruzadas
Francisco Pacheco, mestre de Velázquez durante seis anos e pai de sua esposa,   é  também autor do tratado Arte de la Pintura, escrito em 1649.   Velázquez foi  seu  aprendiz dos 11 aos 17 anos, e casou-se  com  Juana  aos  19 (ela tinha 17).  Tiveram  duas filhas.  À época do casamento, o mestre escreveu:  "Casei-o  com  minha  filha  movido  por  sua virtude e integridade, seus dotes e pelas promessas de um grande e inato talento".
•    Honrarias
Em 1652 Velázquez foi nomeado para o mais honroso dos cargos a que um pintor poderia chegar: "Aposentador Mayor", ou tesoureiro do rei. Porém, seu maior título alcançado foi o de Cavaleiro da Ordem de Santiago, em 1659, pouco antes de morrer.  O  rei  Filipe IV teve que obter uma permissão especial do papa Alexandre VII para conceder a honraria ao artista.    No  quadro   "As Meninas",  Velázquez  ostenta    no   peito  a   cruz   vermelha característica da ordem.

Contexto histórico
Antecipando tendências

Velázquez nasce no último ano do século 16, período em que a Espanha havia  se tornado a nação mais rica da Europa graças às suas colônias no Novo Mundo.  O  barroco  era    o estilo predominante, com seus contrastes de luzes e sombras, cores escuras e carregadas. Temas  religiosos  ainda  eram  os  mais representados  e  Velázquez,  apesar  de   ter feito quadros com essa temática,  ficaria  mais  famoso  por  sua magnífica habilidade em pintar retratos.

Antecipando  técnicas da Arte Moderna   que  seriam  desenvolvidas  por  impressionistas como Manet, Renoir e Monet, o pintor sevilhano era um mestre em representar  cenas  e figuras que, vistas de perto, não diziam muito, por causa de suas pinceladas  livres  e cruas, transparentes e borradas.  Porém, quando olhadas  de uma certa  distância,   seus  detalhes ganham uma dimensão e beleza impressionantes.  O "todo" só é apreendido quando visto de longe, evidenciando o talento e habilidade do pintor.

É possível  afirmar,  nclusive,  que sua maneira  realista  de  representação constituía,    na verdade, um "falso realismo": baseava-se somente na luz refletida  pelas  pessoas e objetos, quadros feitos sem esboços, sem linhas e marcações previamente desenhadas e  com  leves toques de pincel.   Daí a  dificuldade  em  "entendê-las"  olhando  muito  de  perto.     Os impressionistas, já no século 19, ficariam conhecidos exatamente por isso:  reproduziam as paisagens de acordo  com  a  luz  que  incidia  sobre elas, fazendo uso de pinceladas soltas, pouco precisas.

Diego Velázquez trabalhou para o rei Filipe IV por 37 anos. Ao tornar-se pintor oficial da corte, o rei tinha apenas 18 anos.   Durante as viagens do artista à Itália,   a  família   real não   permitia  que   nenhum   outro   pintor   fizesse  retratos   seus:   esperavam  até que Velázquez retornasse.   À época de sua morte,   o   rei   lhe   proporcionou  um  magnífico funeral.   E   o império espanhol, em 1660, já dava indícios de sua decadência: era o início do fim de seu período áureo.

Principais obras

1. "As Meninas" (1656) - Também chamado de "As Damas de Honra", é considerado seu trabalho mais equilibrado e inovador.

2. "A Rendição de Breda" ou "As Lanças" (1634-35) - De proporções perfeitas, está entre seus melhores trabalhos.
3. "Retrato do Papa Inocêncio X" (1650) - A posição do papa foi baseada num retrato do papa Paulo III feito por Ticiano.
4. "Vênus ao Espelho" (cerca de 1648) - Único nu remanescente de Velázquez (é sabido que ele pintou outros).
5. "As Fiandeiras" (1657) - A tapeçaria ao fundo ilustra uma disputa entre a deusa Atenas e Aracne, transformada em aranha após perder.
 

Fonte:  
http://mestres.folha.com.br/pintores/07/




Diego Velasquez

A Infante Maria Margarida

AS MENINAS



Nomeada originalmente como A Família, a tela foi salva de um incêndio que atingiu o Palacio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e recebendo, posteriormente, o título de Las Meninas. Embora “menina” seja uma palavra da língua portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de “dama de companhia”.
É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velázquez.
O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.
Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados por Velázquez; neste caso seria a infanta Margarida e os seus acompanhantes os que vinham de visita para ver a pintura dos reis.
CRISTO NA CASA DE MARTA & MARIA
Como o título indica, a obra aborda uma temática religiosa, situação que predominava na pintura de Sevilha na época.
A cena principal, no entanto, acontece em um segundo plano da composição, pois pessoas comuns ocupam o primeiro plano.
O que Velázquez fez foi trazer o tema religioso para o cotidiano popular da época.
Esta abordagem de Velázquez é contrária (e inovadora) àquilo que caracterizava a pintura de Sevilha.
Ele introduziu elementos próprios da pintura de Natureza-Morta, como alimentos, objetos e utensílios domésticos, e da Pintura de gênero, como os afazeres domésticos, na representação de uma passagem bíblica (sobre arte com temática religiosa.
O TRIUNFO DE BACOS


VENUS AO ESPELHO
Vénus olhando-se ao espelho ou La venus del espejo é uma pintura de Diego Velázquez(1599-1660) que se encontra na National Gallery em Londres, onde é exibida como The Toilet of Venus ou The Rokeby Venus. O apelido “Rokeby” provém de que durante todo o século XIX estava no Rokeby Hall de Yorkshire. Anteriormente pertenceu à Casa de Alba e a Godoy, época na que seguramente se conservava no Palácio de Buenavista de Madrid.

A obra representa a deusa Vênus numa pose erótica, deitada sobre uma cama e olhando a um espelho que sustém o deus do amor sensual, o seu filho Cupido. Trata-se de um tema mitológico ao que Velázquez, como é usual em ele, dá trato mundano. Não trata a figura como uma deusa senão, simplesmente, como uma mulher. Esta vez, porém, prescinde do toque irônico que emprega com Baco, Marte ou Vulcano.




A RENDIÇÃO DE BREDA

Velázquez desenvolve o tema sem vanglória nem sangue. Os dois protagonistas estão no centro da cena e parecem dialogar mais como amigos do que como inimigos.

Justino de Nassau aparece com as chaves de Breda na mão e faz ademão de ajoelhar-se, o qual é impedido pelo seu adversário que põe uma mão sobre seu ombro para evitar que se humilhe.

Neste senso, é uma ruptura com a tradicional representação do herói militar, que costumava representar-se erguido sobre o derrotado, humilhando-o. Igualmente afasta-se do hieratismo que dominava os quadros de batalhas.

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