Diego Velasquez
Vida e obra de Diego Velázquez (1599 - 1660).
Existência tranqüila, talento nato
Filipe IV lhe deu permissão para viajar e, em 1629, Velázquez foi à Itália, passando por cidades como Gênova e Veneza até chegar a Roma, onde ficou por cerca de um ano. Seguiu depois para Nápoles, na época uma possessão espanhola. Especula-se que o artista tenha pintado muitas obras nesse período, mas apenas duas chegaram aos dias de hoje: "A Túnica de José" e "A Forja de Vulcano". Um Velázquez ainda mais influenciado pelos renascentistas e pela arte clássica retornou a Madri em 1631, iniciando sua fase de maior produtividade.
Homem de vida tranqüila e comedida, Velázquez pintava com calma e lentidão, já que, por ser membro da corte real, era obrigado também a cumprir funções burocráticas. De temperamento suave, levou uma vida sem grandes reviravoltas e de produção artística relativamente pequena: menos de 150 telas suas chegaram aos nossos dias. Calcula-se, porém, que tenha pintado não mais que 200 quadros ao longo da vida, dado seu ritmo compassado. Morreu em julho de 1660, em Madri, aos 61 anos de idade. Exatamente uma semana depois morria Juana, a filha de seu mestre Pacheco, com quem se casara aos 19 anos.
Curiosidades
• "Seguidores"
"As Meninas", o trabalho mais conhecido de Velázquez, teve 44 versões feitas por Pablo Picasso. Já o pintor Goya, também espanhol, homenageou Velázquez colocando-se na obra "A Família de Carlos IV" (1800), e na mesma posição: também à esquerda, pintando um quadro. O pintor Francis Bacon, na década de 1950, fez várias versões a partir do quadro "Retrato do Papa Inocêncio X".
• Romance na Itália
Apesar da vida recatada e tranqüila de Velázquez, um documento descoberto em 1983 revelou que uma viúva chamada Marta teria dado à luz um filho ilegítimo do artista: uma criança de colo chamada Antonio é citada no ano de 1652 (quando Velázquez tinha 53 anos).
• Relações cruzadas
Francisco Pacheco, mestre de Velázquez durante seis anos e pai de sua esposa, é também autor do tratado Arte de la Pintura, escrito em 1649. Velázquez foi seu aprendiz dos 11 aos 17 anos, e casou-se com Juana aos 19 (ela tinha 17). Tiveram duas filhas. À época do casamento, o mestre escreveu: "Casei-o com minha filha movido por sua virtude e integridade, seus dotes e pelas promessas de um grande e inato talento".
• Honrarias
Em 1652 Velázquez foi nomeado para o mais honroso dos cargos a que um pintor poderia chegar: "Aposentador Mayor", ou tesoureiro do rei. Porém, seu maior título alcançado foi o de Cavaleiro da Ordem de Santiago, em 1659, pouco antes de morrer. O rei Filipe IV teve que obter uma permissão especial do papa Alexandre VII para conceder a honraria ao artista. No quadro "As Meninas", Velázquez ostenta no peito a cruz vermelha característica da ordem.
Contexto histórico
Antecipando tendências
Velázquez nasce no último ano do século 16, período em que a Espanha havia se tornado a nação mais rica da Europa graças às suas colônias no Novo Mundo. O barroco era o estilo predominante, com seus contrastes de luzes e sombras, cores escuras e carregadas. Temas religiosos ainda eram os mais representados e Velázquez, apesar de ter feito quadros com essa temática, ficaria mais famoso por sua magnífica habilidade em pintar retratos.
Antecipando técnicas da Arte Moderna que seriam desenvolvidas por impressionistas como Manet, Renoir e Monet, o pintor sevilhano era um mestre em representar cenas e figuras que, vistas de perto, não diziam muito, por causa de suas pinceladas livres e cruas, transparentes e borradas. Porém, quando olhadas de uma certa distância, seus detalhes ganham uma dimensão e beleza impressionantes. O "todo" só é apreendido quando visto de longe, evidenciando o talento e habilidade do pintor.
É possível afirmar, nclusive, que sua maneira realista de representação constituía, na verdade, um "falso realismo": baseava-se somente na luz refletida pelas pessoas e objetos, quadros feitos sem esboços, sem linhas e marcações previamente desenhadas e com leves toques de pincel. Daí a dificuldade em "entendê-las" olhando muito de perto. Os impressionistas, já no século 19, ficariam conhecidos exatamente por isso: reproduziam as paisagens de acordo com a luz que incidia sobre elas, fazendo uso de pinceladas soltas, pouco precisas.
Diego Velázquez trabalhou para o rei Filipe IV por 37 anos. Ao tornar-se pintor oficial da corte, o rei tinha apenas 18 anos. Durante as viagens do artista à Itália, a família real não permitia que nenhum outro pintor fizesse retratos seus: esperavam até que Velázquez retornasse. À época de sua morte, o rei lhe proporcionou um magnífico funeral. E o império espanhol, em 1660, já dava indícios de sua decadência: era o início do fim de seu período áureo.
Principais obras
1. "As Meninas" (1656) - Também chamado de "As Damas de Honra", é considerado seu trabalho mais equilibrado e inovador.
2. "A Rendição de Breda" ou "As Lanças" (1634-35) - De proporções perfeitas, está entre seus melhores trabalhos.
3. "Retrato do Papa Inocêncio X" (1650) - A posição do papa foi baseada num retrato do papa Paulo III feito por Ticiano.
4. "Vênus ao Espelho" (cerca de 1648) - Único nu remanescente de Velázquez (é sabido que ele pintou outros).
5. "As Fiandeiras" (1657) - A tapeçaria ao fundo ilustra uma disputa entre a deusa Atenas e Aracne, transformada em aranha após perder.
Fonte:
http://mestres.folha.com.br/pintores/07/
Filipe IV lhe deu permissão para viajar e, em 1629, Velázquez foi à Itália, passando por cidades como Gênova e Veneza até chegar a Roma, onde ficou por cerca de um ano. Seguiu depois para Nápoles, na época uma possessão espanhola. Especula-se que o artista tenha pintado muitas obras nesse período, mas apenas duas chegaram aos dias de hoje: "A Túnica de José" e "A Forja de Vulcano". Um Velázquez ainda mais influenciado pelos renascentistas e pela arte clássica retornou a Madri em 1631, iniciando sua fase de maior produtividade.
Homem de vida tranqüila e comedida, Velázquez pintava com calma e lentidão, já que, por ser membro da corte real, era obrigado também a cumprir funções burocráticas. De temperamento suave, levou uma vida sem grandes reviravoltas e de produção artística relativamente pequena: menos de 150 telas suas chegaram aos nossos dias. Calcula-se, porém, que tenha pintado não mais que 200 quadros ao longo da vida, dado seu ritmo compassado. Morreu em julho de 1660, em Madri, aos 61 anos de idade. Exatamente uma semana depois morria Juana, a filha de seu mestre Pacheco, com quem se casara aos 19 anos.
Curiosidades
• "Seguidores"
"As Meninas", o trabalho mais conhecido de Velázquez, teve 44 versões feitas por Pablo Picasso. Já o pintor Goya, também espanhol, homenageou Velázquez colocando-se na obra "A Família de Carlos IV" (1800), e na mesma posição: também à esquerda, pintando um quadro. O pintor Francis Bacon, na década de 1950, fez várias versões a partir do quadro "Retrato do Papa Inocêncio X".
• Romance na Itália
Apesar da vida recatada e tranqüila de Velázquez, um documento descoberto em 1983 revelou que uma viúva chamada Marta teria dado à luz um filho ilegítimo do artista: uma criança de colo chamada Antonio é citada no ano de 1652 (quando Velázquez tinha 53 anos).
• Relações cruzadas
Francisco Pacheco, mestre de Velázquez durante seis anos e pai de sua esposa, é também autor do tratado Arte de la Pintura, escrito em 1649. Velázquez foi seu aprendiz dos 11 aos 17 anos, e casou-se com Juana aos 19 (ela tinha 17). Tiveram duas filhas. À época do casamento, o mestre escreveu: "Casei-o com minha filha movido por sua virtude e integridade, seus dotes e pelas promessas de um grande e inato talento".
• Honrarias
Em 1652 Velázquez foi nomeado para o mais honroso dos cargos a que um pintor poderia chegar: "Aposentador Mayor", ou tesoureiro do rei. Porém, seu maior título alcançado foi o de Cavaleiro da Ordem de Santiago, em 1659, pouco antes de morrer. O rei Filipe IV teve que obter uma permissão especial do papa Alexandre VII para conceder a honraria ao artista. No quadro "As Meninas", Velázquez ostenta no peito a cruz vermelha característica da ordem.
Contexto histórico
Antecipando tendências
Antecipando tendências
Velázquez nasce no último ano do século 16, período em que a Espanha havia se tornado a nação mais rica da Europa graças às suas colônias no Novo Mundo. O barroco era o estilo predominante, com seus contrastes de luzes e sombras, cores escuras e carregadas. Temas religiosos ainda eram os mais representados e Velázquez, apesar de ter feito quadros com essa temática, ficaria mais famoso por sua magnífica habilidade em pintar retratos.
Antecipando técnicas da Arte Moderna que seriam desenvolvidas por impressionistas como Manet, Renoir e Monet, o pintor sevilhano era um mestre em representar cenas e figuras que, vistas de perto, não diziam muito, por causa de suas pinceladas livres e cruas, transparentes e borradas. Porém, quando olhadas de uma certa distância, seus detalhes ganham uma dimensão e beleza impressionantes. O "todo" só é apreendido quando visto de longe, evidenciando o talento e habilidade do pintor.
É possível afirmar, nclusive, que sua maneira realista de representação constituía, na verdade, um "falso realismo": baseava-se somente na luz refletida pelas pessoas e objetos, quadros feitos sem esboços, sem linhas e marcações previamente desenhadas e com leves toques de pincel. Daí a dificuldade em "entendê-las" olhando muito de perto. Os impressionistas, já no século 19, ficariam conhecidos exatamente por isso: reproduziam as paisagens de acordo com a luz que incidia sobre elas, fazendo uso de pinceladas soltas, pouco precisas.
Diego Velázquez trabalhou para o rei Filipe IV por 37 anos. Ao tornar-se pintor oficial da corte, o rei tinha apenas 18 anos. Durante as viagens do artista à Itália, a família real não permitia que nenhum outro pintor fizesse retratos seus: esperavam até que Velázquez retornasse. À época de sua morte, o rei lhe proporcionou um magnífico funeral. E o império espanhol, em 1660, já dava indícios de sua decadência: era o início do fim de seu período áureo.
Principais obras
1. "As Meninas" (1656) - Também chamado de "As Damas de Honra", é considerado seu trabalho mais equilibrado e inovador.
2. "A Rendição de Breda" ou "As Lanças" (1634-35) - De proporções perfeitas, está entre seus melhores trabalhos.
3. "Retrato do Papa Inocêncio X" (1650) - A posição do papa foi baseada num retrato do papa Paulo III feito por Ticiano.
4. "Vênus ao Espelho" (cerca de 1648) - Único nu remanescente de Velázquez (é sabido que ele pintou outros).
5. "As Fiandeiras" (1657) - A tapeçaria ao fundo ilustra uma disputa entre a deusa Atenas e Aracne, transformada em aranha após perder.
Fonte:
http://mestres.folha.com.br/pintores/07/
Diego Velasquez
Nomeada originalmente como A Família, a tela foi salva de um incêndio que atingiu o Palacio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e recebendo, posteriormente, o título de Las Meninas. Embora “menina” seja uma palavra da língua portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de “dama de companhia”.
É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velázquez.
O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.
Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados por Velázquez; neste caso seria a infanta Margarida e os seus acompanhantes os que vinham de visita para ver a pintura dos reis.
Como o título indica, a obra aborda uma temática religiosa, situação que predominava na pintura de Sevilha na época.
A cena principal, no entanto, acontece em um segundo plano da composição, pois pessoas comuns ocupam o primeiro plano.
O que Velázquez fez foi trazer o tema religioso para o cotidiano popular da época.
Esta abordagem de Velázquez é contrária (e inovadora) àquilo que caracterizava a pintura de Sevilha.
Ele introduziu elementos próprios da pintura de Natureza-Morta, como alimentos, objetos e utensílios domésticos, e da Pintura de gênero, como os afazeres domésticos, na representação de uma passagem bíblica (sobre arte com temática religiosa.
Vénus olhando-se ao espelho ou La venus del espejo é uma pintura de Diego Velázquez(1599-1660) que se encontra na National Gallery em Londres, onde é exibida como The Toilet of Venus ou The Rokeby Venus. O apelido “Rokeby” provém de que durante todo o século XIX estava no Rokeby Hall de Yorkshire. Anteriormente pertenceu à Casa de Alba e a Godoy, época na que seguramente se conservava no Palácio de Buenavista de Madrid.
A obra representa a deusa Vênus numa pose erótica, deitada sobre uma cama e olhando a um espelho que sustém o deus do amor sensual, o seu filho Cupido. Trata-se de um tema mitológico ao que Velázquez, como é usual em ele, dá trato mundano. Não trata a figura como uma deusa senão, simplesmente, como uma mulher. Esta vez, porém, prescinde do toque irônico que emprega com Baco, Marte ou Vulcano.
Velázquez desenvolve o tema sem vanglória nem sangue. Os dois protagonistas estão no centro da cena e parecem dialogar mais como amigos do que como inimigos.
Justino de Nassau aparece com as chaves de Breda na mão e faz ademão de ajoelhar-se, o qual é impedido pelo seu adversário que põe uma mão sobre seu ombro para evitar que se humilhe.
Nomeada originalmente como A Família, a tela foi salva de um incêndio que atingiu o Palacio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e recebendo, posteriormente, o título de Las Meninas. Embora “menina” seja uma palavra da língua portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de “dama de companhia”.
É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velázquez.
O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.
Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados por Velázquez; neste caso seria a infanta Margarida e os seus acompanhantes os que vinham de visita para ver a pintura dos reis.
Como o título indica, a obra aborda uma temática religiosa, situação que predominava na pintura de Sevilha na época.
A cena principal, no entanto, acontece em um segundo plano da composição, pois pessoas comuns ocupam o primeiro plano.
O que Velázquez fez foi trazer o tema religioso para o cotidiano popular da época.
Esta abordagem de Velázquez é contrária (e inovadora) àquilo que caracterizava a pintura de Sevilha.
Ele introduziu elementos próprios da pintura de Natureza-Morta, como alimentos, objetos e utensílios domésticos, e da Pintura de gênero, como os afazeres domésticos, na representação de uma passagem bíblica (sobre arte com temática religiosa.
Vénus olhando-se ao espelho ou La venus del espejo é uma pintura de Diego Velázquez(1599-1660) que se encontra na National Gallery em Londres, onde é exibida como The Toilet of Venus ou The Rokeby Venus. O apelido “Rokeby” provém de que durante todo o século XIX estava no Rokeby Hall de Yorkshire. Anteriormente pertenceu à Casa de Alba e a Godoy, época na que seguramente se conservava no Palácio de Buenavista de Madrid.
A obra representa a deusa Vênus numa pose erótica, deitada sobre uma cama e olhando a um espelho que sustém o deus do amor sensual, o seu filho Cupido. Trata-se de um tema mitológico ao que Velázquez, como é usual em ele, dá trato mundano. Não trata a figura como uma deusa senão, simplesmente, como uma mulher. Esta vez, porém, prescinde do toque irônico que emprega com Baco, Marte ou Vulcano.
Velázquez desenvolve o tema sem vanglória nem sangue. Os dois protagonistas estão no centro da cena e parecem dialogar mais como amigos do que como inimigos.
Justino de Nassau aparece com as chaves de Breda na mão e faz ademão de ajoelhar-se, o qual é impedido pelo seu adversário que põe uma mão sobre seu ombro para evitar que se humilhe.
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