Face Oculta acabou com o "sonho de carreira" de Vara
Armando Vara foi forçado a "deixar o sonho de carreira" na banca em Portugal "por uma acusação quer não vale rigorosamente nada". Foi neste tom que a defesa do ex-administrador do BCP iniciou as suas alegações finais, ao princípio da tarde, no tribunal de Aveiro, no âmbito do processo de corrupção e outros crimes económicos conhecido como Face Oculta.
Ao ser envolvido na investigação da teia de influências do sucateiro Manuel Godinho para ganhar negócios de resíduos "viu uma vida desmoronar-se" quando era vice-presidente do maior grupo bancário nacional e "almejava porventura ir mais longe, mas tudo cessou".
"Um brutal disparate que não tem ponta por onde se pegue", insistiu o advogado Tiago Rodrigues Bastos, para quem o antigo ministro do PS acusado de três crimes de tráfico de influência "é a figura do julgamento" que acabou "por ter a dimensão política que inquina todo o processo", ao ponto de apontar indícios de crime atentado contra o Estado de Direito, envolvendo o ex-primeiro-ministro José Sócrates..
"Há uma censurabilidade generalizada do poder político que reinava em 2009 que condiciona a acusação, nomeadamente Armando Vara", disse o defensor para quem "a ideia de combate aos poderosos" percebe-se de recentes entrevistas do ex-diretor da PJ de Aveiro, Teófilo Santiago, que esteve à frente da investigação ou das alegação do procurador Marques Vidal ao citar convenções internacionais de combate à corrupção.
Tiago Rodrigues Bastos assumiu, pelas "decisões e atitudes" aos juízes ao longo do julgamento, que está "intranquilo e apreensivo" com o sentido da decisão final. "Espero que não trate Armando Vara de forma menos positiva porque é um nome sonante", pediu o advogado ao coletivo, afastando em absoluto a troca de alegados favorecimentos por subornos, nomeadamente 10 mil euros.
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