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sexta-feira, 21 de março de 2014

Isabel Stilwell e Eduardo Sá defendem Danone e acusam jovens de ser “pobres e mal agradecidos” e o Avesso de Isabel Stiwell e Eduardo de Sá

Isabel Stilwell e Eduardo Sá defendem Danone e acusam jovens de ser “pobres e mal agradecidos”

A edição de hoje, dia 20 de Março, do programa “Dias do Avesso”, na Antena 1, difunde a indignação da jornalista e do psicólogo perante a polémica dos estágios na fábrica da Danone em Castelo Branco. A empresa “oferece” iogurtes aos estagiários que recruta nas universidades, o que gerou uma onda de indignação nas redes sociais. Os intérpretes desta rubrica da rádio pública acham que criticar os estágios não remunerados é uma “atitude arrogante” por parte de jovens cujo problema é que “os pais e a escola ainda não os puseram no lugar”. A conversa pode ser ouvida na íntegra aqui.
DiasDoAvesso
reportagem na RTP, que irritou Isabel Stilwell por ter “para aí 10 minutos”, é uma peça de 2:19 exibida no passado domingo. Eduardo Sá acusa os jovens de falta de humildade e de pertencerem a uma geração que “imagina ter um valor facial muito mais significativa do que aquilo que de facto vale”. É uma frase que, só por si, esclarece a visão do mundo que produz a acusação contra quem acha que o pagamento em géneros não é uma cortesia de empresas multinacionais que, apesar dos milhões de lucros, recorrem à rotação de mão-de-obra qualificada através de estágios não remunerados.
O próprio Eduardo Sá, que acha que as pessoas devem “esfolar os joelhos” para ter direito a trabalhar, explica qual o esquema dos estágios curriculares: “quando eles começam a ter alguma autonomia vão-se embora”. Obviamente, esta opção não é filantropia nem um erro de gestão. A Danone, como outras empresas, procura activamente junto das universidades o recrutamento contínuo de estagiários supostamente “curriculares”. A “oportunidade de aprendizagem”, que o psicólogo considera que deveria merecer a gratidão dos estagiários, é portanto uma estratégia de recrutamento e utilização de mão-de-obra qualificada. Isabel Stilwell prefere queixar-se que esta operação desenhada pelas grandes empresas lhes “dá imenso trabalho”.
A conversa é uma vertiginosa defesa da precariedade e da submissão de quem trabalha. A acusação de falta de humildade esbarra, além do mais, no preconceito e na arrogância. Esta jornalista e este psicólogo (!) olham para toda uma geração como um corpo de gente que é levada pela sobranceria ao recusar a precariedade, o desemprego e o exílio. O quotidiano de dificuldades só pode mesmo ser um mundo de virtudes para quem as observa à distância e sob a protecção de um microfone.

www.precariosinflexiveis.org


O Avesso de Isabel Stilwell e Eduardo Sá


Em imagesIsabel Stilwell e Eduardo Sá tudo é repulsivo. Ligar o rádio, acidentalmente, enquanto as ondas são poluídas com a sua prosápia é uma experiência que se lamenta sempre. Esbarrar no seu tempo de antena é uma náusea que não devia ser financiada pelos contribuintes. No dia em que a sociedade civil for digna deste nome, entra pelos estúdios da Antena 1, na hora do seu programa, para que lhes seja providenciada uma visita fora da redoma onde qualquer um dos dois habita.
O Eduardo Sá, vê-se logo, tem pinta de ser um grande perverso, que gosta de ser amarrado e chicoteado até que a dor lhe provoque um orgasmo. Deve-o ter tentado várias vezes sem grande sucesso e a única vez que lá chegou o sangue das nádegas já lhe chegava aos tornozelos. Alguém cuja cadência apenas deveria servir para vender produtos bancários, Eduardo Sá é tido como referência na educação das crianças. Pobres almas que aterrem no seu consultório. Eduardo Sá sabe perfeitamente o que quer dizer “por culpa dos pais” e isso nota-se no tom de voz e no que diz. Sá gostava de ser diferente. Olha, com uma ponta de inveja, para os homens que, conseguindo falar grosso, chegam a casa e a bater com as portas e a dar pontapés nas cadeiras, mas que, na hora do prazer, são capazes de algum deleite. Mas Eduardo nunca o conseguiu com mimo e nele só a violência o excita. Em casa, nota-se, todos gritam com ele e ele, a contragosto, gosta. Vinga-se depois nos ouvintes, procurando reverter a tortura no serviço público e em horário nobre. 
A Isabel Stilwell não deve saber a diferença entre um iogurte e um ipad, o que pode indicar que guarda o ipad no frigorífico e tenta ler a Caras no iogurte. Não deve ser fácil a convivência. Ao contrário de Eduardo Sá, grita. Grita tanto que até quando fala, grita. Já ensaiou um sussurro mas mesmo ao ouvido não consegue conter a chinfrineira. Quando permeia os filhos, se a ouvem ao longe, tudo dá ares de castigo. A educação britânica e a aparente frontalidade com que se promove são dois actos falhados que mais não revelam do que outra das dimensões da frustração de Isabel. Queria ser uma lady, na cama ou na mesa, daquelas que espalha charme só com o passar. Mas na cama Stilwell mal se mexe e na mesa não distingue a trufa do cogumelo de lata. Dos outros apenas consegue perceber a fuga do olhar. Quem por engano a olha, lamenta. Ela é a metáfora da mulher portuguesa em Almada Negreiros, e quem não evita o contacto tem por garantido um largo período de carência.
As mais recentes declarações de um e de outro sobre os estágios da Danone pagos em iogurtes são reveladoras de que isto é gente habituada a usar os joelhos para subir na vida e que imagina ter um valor facial muito mais significativo do que aquilo que de facto vale. Merecem estagiar à borla a vida toda e, eventualmente, indemnizar cada um que teve a incúria de não se proteger das crónicas de Stilwell e de quem, por infortúnio, passou pelo consultório de Sá.

obeissancemorte.wordpress.com

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