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sábado, 2 de março de 2013


Grândola", um hino de norte a sul

No Terreiro do Paço gritou-se "Cavaco, escuta, o povo está em luta" e cantou-se o hino da manifestação: "Grândola,Vila Morena". A música foi entoada em todas as manifestações do País. Vários repórteres da VISÃO estiveram no terreno a acompanhar o desenrolar na manifestação deste sábado. Recorde aqui o protesto, passo a passo


A MANIFESTAÇÃO MINUTO A MINUTO:
19h25 - Porto: Os detidos foram levados para a esquadra da Bela Vista. Um grupo de apoiantes dirige-se agora para a Praça Velasques, junto à esquadra
19h10 - Porto: Dois detidos
19h00 - Porto: Três carrinhas da polícia de choque acabam de abandonar o local.
18h50 - Porto: A polícia identifica manifestantes junto à estação de metro da Trindade. Preparavam-se para levar alguns mas houve uma ordem de recuo. Grita-se "O povo unido jamais será vencido".
18h30 - O país canta o "Grândola".
18h25 -No Terreiro do Paço canta-se o hino da manifestação, Grândola,Vila Morena. A música está a ser entoada em todas as manifestações do País.
18h20 - "Cavaco, escuta, o povo está em luta", grita-se no Terreiro do Paço.
18h15 - Excertos da moção de censura popular lida em palco: "Este Governo é ilegítimo. Foi eleito com base em promessas que não cumpriu (...). Que o povo tome a palavra! Porque o Governo não pode e não consegue demitir o povo, mas o povo pode e consegue demitir o Governo. Não há Governo que sobreviva à oposição da população (...). Basta! Obviamente, estão demitidos. Que o povo ordene."
18h15 - Duas horas depois, chegamos à Praça do Comércio. O pintor Júlio Pomar sorri, de bengala na mão. Há quem dê meia volta e sinta que cumpriu a sua missão. Muitos ficam junto às arcadas norte, onde ainda se pode circular, longe do palco que fica mesmo colado ao torreão do ministério as Finanças. Ali, os organizadores da manifestação explicam porque foi um êxito este dia 2 de março.
18h15 - Porto: Canta-se o hino nacional
18h10- Uma charanga de trombone e outros sopros entra no terreiro do Paço tocando uma versão mariachi do Grândola.
18h10 - No Terreiro do Povo, como lhe chama agora o grupo Que se Lixe a Troika, lê-se um manifesto: "Queremos fazer a discussão e a confluência de iniciativas com vista ao derrube deste Governo e de todos os governos colaboracionistas com os programas da troika. Quando todo um povo se levanta, não há troika que o derrube, não há Governo que o pise. Juntemo-nos então para os derrubar".
18h09 - Porto: Três jovens vestem-se de 'troika': "Vamos lá fazer mais um peditório para salvar um banco"
17h45 - Entra-se no Terreiro do Paço ao som de Grândola. Grita-se: "Passos escuta, o povo está em luta".
17h40 - Rua do Ouro - as raparigas do carro de som dos Precários Inflexíveis estão a ficar roucas. Mas não há sinais de abrandarem. "Deixem passar, estou na Rua para a troika derrubar".
Francisco Galope
17h35 - Ao som do grito "o povo unido jamais será vencido" a cabeça oficial da manifestação entra no Terreiro do Paço.
17h35 - Já há muitos manifestantes no Terreiro do Paço. Da Rua da Prata continuam a chegar muitos outros. Junto á estação fluvial, local habitual quando há protestos marcados para este local, estão sete carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP. Um dos representantes do movimento Que Se Lixe a Troika diz, no palco montado no Terreiro do Paço, que a cabeça da manifestação acaba de entrar na praça.
Sara Rodrigues
17h30 - Grândola, eleita o hino da resistência à austeridade, marca a cadência da marcha. Entoam-se mais palavras se ordem. "Fora daqui, a fome, a miséria e o FMI!"
17h30 - Números actualizados das manifestações, pelo País (e estrangeiro) fora: Paris 100, Horta 160, Sines 120, Tomar 300, Barcelona 30, Londres 100, Marinha Grande 3 000, Vila Real 1 500, Castelo Branco 1 000, Braga 7000, Coimbra 20 000, Sagres 200, Guarda 500 e Porto 400 000.  Setúbal 7000, Portimão 5000
17h24 - Porto: A marcha já chega aos Aliados e ainda não esvaziou a Batalha. "Somos livres, não voltaremos trás", canta-se
17h20 -Parados no cruzamento com a Rua das Pretas. Num cartaz lê-se 'Não era nada disto'. E o desabafo traduz o paradoxo de estarmos num mar de gente, que sai à rua para ser ouvida, e prescinde de se fazer ouvir. A manifestação é ela própria a mensagem. 
17h15 - Alguns elementos da organização antecipam-se à marcha e apressam-se para chegar ao Terreiro do Paço e dar algumas palavras às pessoas que lá estão. "Vai ser maior do que a de Setembro", ouve-se através do microfone. De seguida, toca Grândola, Vila Morena
José Carlos Carvalho
17h15 - Uma hora depois, entre os Restauradores e o Rossio, o Povo quem mais ordena.
17h15 - Colada às paredes do Ministério da Justiça há uma mini-feira de artesanato. Com tanta gente, quem sabe...
Sara Rodrigues
17h15 - Com excepção dos grupos mais ou menos organizados, reina o silêncio entre milhares de manifestantes.Sara Rodrigues
17h05 - Chegámos ao Tivoli. Uma hora e picos para descer meia Avenida. Há mais casacos de pele do que adereços revolucionários. Há cravos e retratos de Salgueiro Maia. Bandeiras nacionais e famílias numerosas.  
16h59 - Demografia instantânea: tal como em 15 de Setembro, esta manifestação não é a expressão de um nicho social. É, antes, um retrato da sociedade zangada. E essa é muito heterogenea. Isso talvez ajude a explicar o silêncio. Há pouca rotina.
16h58 - PORTO Os cravos surgiram mais cedo com O coro de intervenção do Porto. "Eu vi este povo a lutar para a sua exploração acabar"
16h50 - No café Casulo, na Praça dos Restauradores, alguns manifestantes vão parando para dar uma olhada na televisão. A cabeça da manifestação está a chegar ao Terreiro do Paço.
Sara Rodrigues
16h51 - Emoção: após a enésima Grândola, segundos de silêncio. Depois, o grito de abril de 74: "O povo unido jamais será vencido". As gentes desfilam em compacta fluidez em direção ao Terreiro do Passo, tradicional símbolo do poder.
16h45 - Da esplanada de um dos quiosques da Av. da Liberdade vê-se o desfile dos manifestantes.
Sara Rodrigues
16h40 - As dificuldades do repórter Paulo Pena: A manifestação não me deixa chegar à manifestação: fui pontual e cheguei ao Marquês às 4. Desta vez, explicam-me,  ninguém esperou por ninguém e a frente já lá vai, nos Restauradores. O silêncio reina, como em 15 de Setembro. Há quem cante, há quem repita que está na hora de o Governo se ir embora. Há até um conjunto de gaitas de foles que levam dançarinos ilustres, como o cineasta João Botelho, na peugada. Mas há tanta gente aqui, que demoramos 39 minutos a descer o primeiro quarteirão da Avenida da Liberdade. Por este andar não chegaremos ao Terreiro do Paço tão cedo. 
16h40 - Porto: A desmobilização da Batalha em direção aos Aliados entope as ruas, Surge o coro de intervenção do Porto com os seus hinos 
16h38 - Canta-se o "Grândola" no Porto
16h30 - O Metropolitano de Lisboa, continua a despejar caudais de gente que engrossam a manufestação.
Fracisco Galope
16h30 - A plataforma 15 de Outubro grita  "Deixa passar, eu estou na rua para o Governo derrubar". Mais atrás, outro grupo diz "que está na hora do Governo ir embora". Na Av. da Liberdade desfilam todas as gerações. Com e sem cartazes. A gritar, a bater palmas ou de semblantes mais fechados.
16h22 - Em frente so Tivoli, nos bancos de jardim, da faixa central há pessoas de pé. Canta-se outra vez o Grândola, a canção é entrecortada pelo helicóptro, que volta a afastar-se.
16h15 - A manifestação passa à frente das lojas de moda da avenida: Emporio Armani, Prada, Rosa & Teixeira, Loewe... No ar, um helicóptero da polícia vigia o andamento dos protestos.
16h10 - Algumas mensagens vão ficar no Marquês de Pombal quando já não houver manifestantes:
Sara Rodrigues
16h10 - Desfile pára novamente. Margarida, alentejana de Beja, veio de cravo na lapela. O povo brada: "offshores, PPP e eu sem nada ao fim do mês". Grita-se: "o povo unido, jamais será vencido". "A rua é nossa."
Francisco Galope
16h05 - Na Praça da Batalha, no Porto, a voz é da APRE, a associação que reúne já milhares de reformados. "Gatunos!" grita-se.
16h02 - A Av. da Liberdade já está cheia e ainda há muitos manifestantes a chegar ao Marquês de Pombal, como se vê nesta foto da Av. Fontes Pereira de Melo. Grita-se "Passos, o teu lugar é na prisão" e "Esta dívida não é nossa".
Sara Rodrigues
16h00 - A manifestação começou antes de ter começado. Às 16h, já o povo andou mais de 100 metros em direcção à Baixa de Lisboa. Parece haver mais gente à frente da "cabeça" do protesto, do que atrás, como é habitual. O carro de som, que abre o caminho, foi engolido pelos populares. "A frente da manifestação é por detrás do pano branco", avisa uma voz.
16h00 - a avenita está cheia. O desfile pára. Entoam-se palavras de ordem contra governo e troika.
15h50 - junto ao diário de notícias, concentram-se militares e antigos combatentes em pequenos grupos. Discitem a situação do país. Não há fardas, insignias ou faixas. "Somos cidadãos deste país. Não estamos de fora". Integram-se na manif e começam a desfilar.
15h50 - É caso para dizer que a manifestação está à frente da manifestação. Ainda não são 16h, hora oficial de início, e há manifestantes até aos Restauradores.
Sara Rodrigues
15h45 - É hora de aprender palavras de ordem: "Passos escuta, o povo está em luta", "chega de opressão, austeridade não", "está na hora, está na hora de o Governo ir embora", " o povo não quer a troika no poder", "correr com esta gente é urgente, é urgente".
15h45 - A manifestação ainda não começou, mas já há muita gente Av. da Liberdade abaixo até à Praça dos Restauradores.
15h30 - O Nuno, o Bruno, o Gema, o Paulo, a Lúcia, a Helena, a Inês e o Tiago são os donos de algumas das mãos que apontam o caminho aos manifestantes, segurando na faixa e aquecendo a voz para cantar Grandola Vila Morena.
José Carlos Carvalho
15h20 - O manifestante que segura este cartaz diz, exaltado, "que queria que os militares tomassem providências". "Os que fizeram o 25 de Abril disseram que o povo nunca mais iria sofrer ", refere, junto à cabeça da manifestação que está a formar-se.
Sara Rodrigues
15h15 - Um cartaz a lembrar a música Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso, que tem sido entoada nos últimos dias:
Sara Rodrigues
15h15 - No Porto:
15h10 - No porto, todos os caminhos comecam por ir dar à Praça da Batalha. Centenas de pessoas, incluindo uma representação da APRE, aguardam uma primeira atuação do coro de intervenção do Porto.
15h10 - Uma manifestante sobe à estátua do Marquês de Pombal.
  
Sara Rodrigues
15h00 - A faixa que encabeçará a manif está a postos. "Que se Lixe a Troika, O Povo é Quem Mais Ordena", lê-se em letras pretas e azuis. Na próxima hora devem começar a chegar à Avenida da Liberdade as marés da Educação, vinda da Avenida 5 de Outubro, e a maré branca da Saúde, que está a reunir elementos junto à Maternidade Alfredo da Costa. 
José Carlos Carvalho
15h00 - A actualidade internacional não foi esquecida, como se vê por este cartaz à espera de ser erguido por um grupo de manifestantes:
Sara Rodrigues
14h58 - estação do metro de marquês de pombal. As carruagen despejam gente em abundantes golfada. Orientam-se pela batida da música... "A Avenida da Liberdade é por aqui"
14h50 - A circulação já está praticamente fechada ao trânsito na zona do Marquês de Pombal. Circula-se apenas no anel exterior, mas com algumas restrições. Quem desce a Av. António Augusto de Aguiar, vindo das Amoreiras, é recebido por este cartaz:
Sara Rodrigues
14h45 - Na 5 de outubro, junto ao Ministério da Educação, concentram-se professores, que começaram a chegar, ao final da manhã. Dos altifalantes, músicas de Sérgio Godinho e Zeca animam a malta. 
14h30 - Há cada vez mais gente a chegar ao ponto de partida manifestação: novos, velhos, pequenos, grandes, de metro, a pé e até de bicicleta. Pelo ar, ecoa a versão portuguesa e revolucionária do hit Gangnam Style, através do carro de som: "Eh, Passos Coelho, a gamar com style". 
14h15 - Já se pinta uma das faixa que será levada em marcha até ao Terreiro do Paço: a dos Deficientes Indignados. A principal terá dez metros. A manifestação arranca daqui a pouco menos de duas horas, mas está criado o ambiente para o protesto que se quer pacífico. Organização e polícia estão em contacto para que tudo corra conforme o previsto.  
José Carlos Carvalho
14h00 - "1, 2, 3. Abril outra vez". O grito de ordem soa através do megafone de Fábio Carvalho, da Plataforma 15 de Outubro. "É um dia bonito para uma manifestação", afirma, com um farto cravo vermelho na lapela. Atrás de si, está já uma faixa do movimento, presa à estátua do Marquês. 
José Carlos Carvalho
13h30 - César Guerreiro, 65 anos, reformado de Setúbal, é o primeiro manifestante a chegar ao centro de operações. "Eles não ouvem a rua. Este País bateu no fundo", diz, desiludido. Empunha um cartaz com os dizeres: "No campo já não há lobos. No Governo são às manadas. Roubam as reformas com duas dentadas".
José Carlos Carvalho
13h10 - Chegam os primeiros números sobre uma manifestação, a da Horta (Açores), iniciada às dez da manhã. "Teve 100 pessoas, o que à escala da Horta é a maior manifestação de sempre", informa um elemento do grupo Que se Lixe a Troika. 
13h00 - O primeiro carro de som e a camioneta com os materiais para as Oficinas Populares estacionam na praça do Marquês. Daqui a pouco, qualquer pessoa pode começar a desenhar os seus próprios cartazes. 
José Carlos Carvalho
12h45 - No Marquês, a organização avalia o espaço disponível, que está rodeado de obras. Provavelmente a cabeça da manifestação só poderá ser feita a partir do cruzamento com a Alexandre Herculano.


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1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Excelente retrospectiva da Manifestação. Está "do fim para o princípio", mas pode sempre fazer-se a "viagem" inversa.

E levo-a!