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sexta-feira, 3 de junho de 2011


Uma certa esquerda: a das aspas!
As eleições presidenciais realizaram-se há apenas três meses. À «esquerda» foi dito haver duas alternativas «credíveis». Uma, Manuel Alegre, o candidato da «esquerda plural», apoiado por todos os partidos de «esquerda» desde o PS ao BE incluindo ainda os que há 40 anos dizem querer reconstruir o partido do proletariado e os que mais recentemente dizem querer renová-lo. Outra, Fernando Nobre, o apartidário, o independente, trazendo no curriculum o apoio de Mário Soares e ter sido mandatário do BE nas europeias. É certo que o PCP e o PEV apoiavam um terceiro candidato – Francisco Lopes – mas esse, diziam, não contava para o baralho, concorria apenas para segurar o eleitorado, sectariamente afastado das «credíveis alternativas de esquerda».
Repito, passaram-se apenas três meses. Nobre é o cabeça de lista do PSD por Lisboa. Alegre um activo apoiante de Sócrates. Ambos defensores empenhados do Memorando com a troika em nome do voto dos portugueses nos respectivos partidos. Num caso como noutro, comprovou-se que eram as aspas que os definiam e não a palavra esquerda. Cumpriram o seu papel, colocando milhares de votos entre aspas, gente que queria expressar um desejo de mudança, queria contribuir para que este País rompesse com a política de direita e acabou a contribuir para que tudo ficasse na mesma. A prova está feita: o único candidato credível e de esquerda era Francisco Lopes. A sua candidatura não era sectária, era consequente e coerente. Os que a apoiaram não se sentem hoje defraudados nem enganados.
Assim será novamente no dia 6, como assim o é após cada acto eleitoral. Cada voto no PS, no PSD e no CDS será usado para aplicar o Memorando, para aplicar medidas contra os trabalhadores e o povo e prosseguir o saque em favor dos banqueiros, dos especuladores e demais capitalistas. Cada voto na CDU dará força à resistência popular, dará força à política alternativa, patriótica e de esquerda.
E nas ruas, nas empresas, no movimento popular, no parlamento, a esquerda sem aspas, os comunistas e os que com os comunistas convergem, continuará o combate, reforçando a sua ligação às massas, construindo futuro.

  • Manuel Gouveia

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