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quarta-feira, 1 de junho de 2011

A leviandade e o servilismo que atravessam a comunicação social portuguesa, assinalada pelo Nuno Serra no post abaixo, têm um excelente exemplo num artigo de opinião do Público de hoje sobre a situação da Grécia e de Portugal, escrito Nicolás Lori e João Caetano.



Delírios


A leviandade e o servilismo que atravessam a comunicação social portuguesa, assinalada pelo Nuno Serra no post abaixo, têm um excelente exemplo num artigo de opinião do Público de hoje sobre a situação da Grécia e de Portugal, escrito Nicolás Lori e João Caetano. O artigo está cheio de pérolas de reflexão, dignas do Bild, como “eles (os gregos) preferiram manter uma vida de privilégios – que esperavam manter pelo facto de o país pertencer à UE – a terem de trabalhar mais. Simplesmente esquecerem-se de que, por exemplo, os alemães e outros povos europeus trabalham muito mais do que eles.” Como se apresentam como cientistas, devem ter ido confirmar as suas alegações com dados. Ou não. Por outro lado, confundem alhos com bugalhos, como, por exemplo, quando dizem “Existiria também a possibilidade de que a União Europeia (UE) criasse dinheiro para emprestar a Portugal, mas tal não só teria grandes riscos de gerar uma onda inflacionária, como actualmente não é possível.” O BCE não empresta directamente ao Estados (erradamente, digo eu), mas tem criado muito “dinheiro” que serve para os financiar através dos bancos. Experimentem olhar para a evolução do balanço do BCE nos últimos anos. Pelo meio ainda temos direito a uma interpretação política da derrota dos Homens da Luta no festival da Eurovisão.
Claro está, todo este rigor para recusar o "delírio de falar da reestruturação da dívida". Enfim, o melhor mesmo é ler o que imprensa delirante anda a dizer sobre o assunto, como, sei lá, o Financial Times. A edição de ontem é particularmente delirante. Neste artigo fala-se de como as instituições de crédito irlandesas se preparam para obrigar os seus credores a partilharem as perdas. Neste outro, defende-se o inevitável default grego e possível saída do euro. Notem, o Financial Times é um jornal assumidamente conservador ao serviço dos interesses financeiros (o nome diz qualquer coisa sobre isso), com o qual estou em desacordo na maior parte das vezes. No entanto, pelo menos aqui tenho uma discussão séria sobre o que está em causa e não a fantasia do “crescimento em austeridade” ou a boçalidade do “o que é preciso é trabalhar”.

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