Enquanto Sócrates falava dentro de um restaurante, em Torres Vedras, vários “jotinhas” e dois autarcas locais rodeavam e berravam contra quatro manifestantes de uma escola com contrato de associação. “É isso que lhe ensinam na escola”, perguntava o líder do PS.
Pais e alunos do Externato de Penafirme manifestaram-se contra o fim dos contratos de associação (Miguel Manso)
Tudo começou ainda antes de o líder do PS chegar ao restaurante Severianos, em Torres Vedras. Uma avioneta, pilotada por um antigo aluno do Externato Póvoa de Penafirme, sobrevoava o local, com uma manga na qual se podia ler “Penafirme ensino público e gratuito”.
Não muito longe do restaurante, estava também um camião com uma faixa que dizia “1800 crianças perdem a sua escola. Porreiro pá!”, e ao lado cerca de 40 a 50 pessoas num protesto pacífico. A comitiva passou sem parar; foi à entrada do restaurante que a situação se complicou.
No salão de festas, onde iria decorrer o almoço, quatro pessoas ligadas ao Externato (dois pais e dois jovens alunos), que tinham reservado uma mesa para oito pessoas, estavam sentados à espera de Sócrates. Foram reconhecidos por elementos do PS de Torres Vedras e autarcas locais, que os avisaram de que ali seria proibido qualquer discurso ou protesto.
Paulo Gonçalves, presidente da Associação de Pais, que estava à mesa, respondeu que o objectivo da sua presença ali era pacífico e pretendia apenas manifestar o descontentamento face à política do Governo para as escolas com contrato de associação: “A ideia seria levantarmo-nos quando Sócrates começasse a falar”, explicou ao PÚBLICO.
Contudo, depois de terem sido reconhecidos, foram rodeados por vários “jotinhas” e dois adultos que, segundo Gonçalves, o “ameaçaram” e começaram a “empurrar”. “Dada a minha condição física – tenho uma doença crónica e 60 por cento de incapacidade de movimento nas pernas – qualquer empurrão é violento”, disse.
O grupo que os rodeou escoltou as quatro pessoas até ao exterior. E foi então que se assistiu a grande discussão e confusão, envolvendo, entre outros, o vereador Carlos Bernardes e o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel.
Segundo Gonçalves, foi Carlos Bernardes quem se mostrou mais agressivo, utilizando “linguagem vernacular”, além de lhes chamar “palhaços” e miseráveis”. A tudo isto assistiu o comandante da GNR local – aliás, nunca nenhum almoço da campanha do PS contou com tão grande efectivo de agentes da autoridade.
Ao PÚBLICO, o presidente da Câmara de Torres Vedras garantiu que não houve insultos. “Não insultei ninguém, nem fui insultado. Não ouvi nenhum insulto”, garantiu. O autarca disse que “simplesmente lhes comuniquei que não achava de bom tom estar um dirigente do CDS a estragar uma festa que é do PS e disse-lhes que há outras formas de se manifestarem”. Carlos Miguel informou-os ainda, contou, da sua “indignidade” com a circulação de um “panfleto anónimo que tem sido distribuído por todo o concelho de Torres Vedras” e que pede aos eleitores para não votarem nem no PS, nem no Bloco de Esquerda, em nome da defesa do Externato.
O autarca assegurou que “se tivessem falado comigo antes com certeza encontraria um local onde se pudessem reunir com o primeiro-ministro, como já fiz com a ministra da Educação. Se me telefonassem a avisar, arranjaria cinco minutos para o primeiro-ministro falar com os pais. Mas o que eles queriam era provocar desacatos”, lamentou.
Luís Marinho, também da Associação de Pais e que foi acusado de ser do CDS, explicou ao PÚBLICO que o Externato não poderia fazer manifestações junto das campanhas do PSD, CDS e CDU. “Porque são os únicos partidos que estão interessados na nossa causa”, argumentou.
José Sócrates não assistiu à discussão acalorada no exterior. Mas quando discursou não ignorou o protesto. “Todas as manifestações são legítimas, acolho-as sempre com muita tolerância, mas não me desvio dos meus pontos de vista”, disse, apontando ainda que os manifestantes “não têm razão”. “Não aceito que se financie mais o privado do que a escola pública”, acrescentou.
Não muito longe do restaurante, estava também um camião com uma faixa que dizia “1800 crianças perdem a sua escola. Porreiro pá!”, e ao lado cerca de 40 a 50 pessoas num protesto pacífico. A comitiva passou sem parar; foi à entrada do restaurante que a situação se complicou.
No salão de festas, onde iria decorrer o almoço, quatro pessoas ligadas ao Externato (dois pais e dois jovens alunos), que tinham reservado uma mesa para oito pessoas, estavam sentados à espera de Sócrates. Foram reconhecidos por elementos do PS de Torres Vedras e autarcas locais, que os avisaram de que ali seria proibido qualquer discurso ou protesto.
Paulo Gonçalves, presidente da Associação de Pais, que estava à mesa, respondeu que o objectivo da sua presença ali era pacífico e pretendia apenas manifestar o descontentamento face à política do Governo para as escolas com contrato de associação: “A ideia seria levantarmo-nos quando Sócrates começasse a falar”, explicou ao PÚBLICO.
Contudo, depois de terem sido reconhecidos, foram rodeados por vários “jotinhas” e dois adultos que, segundo Gonçalves, o “ameaçaram” e começaram a “empurrar”. “Dada a minha condição física – tenho uma doença crónica e 60 por cento de incapacidade de movimento nas pernas – qualquer empurrão é violento”, disse.
O grupo que os rodeou escoltou as quatro pessoas até ao exterior. E foi então que se assistiu a grande discussão e confusão, envolvendo, entre outros, o vereador Carlos Bernardes e o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel.
Segundo Gonçalves, foi Carlos Bernardes quem se mostrou mais agressivo, utilizando “linguagem vernacular”, além de lhes chamar “palhaços” e miseráveis”. A tudo isto assistiu o comandante da GNR local – aliás, nunca nenhum almoço da campanha do PS contou com tão grande efectivo de agentes da autoridade.
Ao PÚBLICO, o presidente da Câmara de Torres Vedras garantiu que não houve insultos. “Não insultei ninguém, nem fui insultado. Não ouvi nenhum insulto”, garantiu. O autarca disse que “simplesmente lhes comuniquei que não achava de bom tom estar um dirigente do CDS a estragar uma festa que é do PS e disse-lhes que há outras formas de se manifestarem”. Carlos Miguel informou-os ainda, contou, da sua “indignidade” com a circulação de um “panfleto anónimo que tem sido distribuído por todo o concelho de Torres Vedras” e que pede aos eleitores para não votarem nem no PS, nem no Bloco de Esquerda, em nome da defesa do Externato.
O autarca assegurou que “se tivessem falado comigo antes com certeza encontraria um local onde se pudessem reunir com o primeiro-ministro, como já fiz com a ministra da Educação. Se me telefonassem a avisar, arranjaria cinco minutos para o primeiro-ministro falar com os pais. Mas o que eles queriam era provocar desacatos”, lamentou.
Luís Marinho, também da Associação de Pais e que foi acusado de ser do CDS, explicou ao PÚBLICO que o Externato não poderia fazer manifestações junto das campanhas do PSD, CDS e CDU. “Porque são os únicos partidos que estão interessados na nossa causa”, argumentou.
José Sócrates não assistiu à discussão acalorada no exterior. Mas quando discursou não ignorou o protesto. “Todas as manifestações são legítimas, acolho-as sempre com muita tolerância, mas não me desvio dos meus pontos de vista”, disse, apontando ainda que os manifestantes “não têm razão”. “Não aceito que se financie mais o privado do que a escola pública”, acrescentou.
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