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Na opinião de Rui Sá, o que a Câmara do Porto decidiu foi que o nome de Rosa Mota figurasse na toponímia em primeiro lugar e não o branding da marca de cerveja, razão que levou o deputado da CDU a apelar à vereação para inverter a ordem do logótipo.
A proposta acabou chumbada com 22 votos contra do grupo municipal 'Porto, o Nosso Partido', um do PSD e ainda cinco abstenções de deputados sociais-democratas.
O líder da Distrital do PSD do Porto e deputado Alberto Machado afirmou que para o partido “o assunto é estranho e absolutamente indiferente” que a renomeação surja de uma maneira ou doutra, defendendo que o fundamental é que “se perpetue o nome de Rosa Mota” no reabilitado Pavilhão dos Desportos “sem custos para o município”. À atleta, que confessou ter sido “enganada”, o deputado recém-eleito aconselhou-a a agir junto do concessionário, recusando a “chincana” política sobre o assunto no palco da Assembleia Municipal.
Posição diferente teve o deputado municipal Pedro Lourenço, do BE, que subscreveu a proposta da CDU por entender que a alteração da designação do pavilhão “não teve suporte legal”, advertindo a Câmara do Porto a corrigir a decisão: “O BE apela a que a Câmara Municipal do Porto corrija um erro que está a tempo de ser corrigido”.
Também o socialista Pedro Braga Carvalho garantiu que o acordo firmado não tem “validade jurídica”, dado que “qualquer alteração teria de ser aprovada pela Câmara”. “O que hoje se vê na fachada do pavilhão é uma violação da designação, por o nome de Rosa Mota figurar em ordem inversa”, acrescentou o deputado municipal, lembrando que o PS votou contra o branding mas não contra a concessão da requalificação a privados por ser “inegável a necessidade de obras” há muitos anos.
Deputado independente arrasa “folhetim”
Raul Almeida do grupo municipal 'Porto, o Nosso Partido' não poupou nas críticas à oposição, em especial ao PS, alertando que pela primeira vez, em 31 anos, a graça de Rosa Mota figura na fachada do pavilhão que, em 1988, Fernando Cabral, então presidente da autarquia, prometeu dar o nome da campeão olímpica da maratona, em Seul.O deputado municipal titulou a discórdia de “novela de folhetim por capítulos”, criticando o “choque” da atleta por ver o seu nome associado a uma bebida alcoólica. Segundo Raul Almeida, não teve esse “complexo” quando aceitou pertencer à “Confraria da Cerveja” da Unicer ou promover na ponte aérea da TAP “o Vinho do Porto” e ainda se associou à Corrida do Vinho do Bombarral.
O deputado independente disparou, então, uma série de questões a visar a gestão socialista da era Fernando Gomes e da vereadora Manuela de Melo, que abandonou a Comissão da Toponímia da cidade, na passada semana, contra a subalternização de Rosa Mota no logótipo do pavilhão. “Onde estava o nome da atleta no pavilhão desde 1988? O cargo prometido de embaixadora do Porto foi criado? Nunca. E onde fica a rua que seria batizada com o nome de Rosa Mota?”, perguntou Raul Almeida, respondendo que ninguém sabe porque não existe.
O Expresso tentou contactar Rosa Mota após a inauguração do equipamento a que não compareceu, tendo o marido da atleta, José Pedrosa, referido que qualquer desenvolvimento sobre o assunto será divulgado por escrito ou em conferência de imprensa, em momento oportuno.
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