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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Não se pode ter calma


Nesta sociedade distópica, o tempo é um luxo. Os ricos andam devagar, saboreiam tudo com calma, e os pobres correm, correm pela sua vida (…) Dizer “não” é um conselho útil para os que têm medo da palavra e das suas consequências. E a prática do não pode começar desde já, quando planear os próximos dias de festa. A sugestão é para que entregue a organização e confecção a quem sabe, seja a um chef num restaurante ou num hotel, seja em sua casa, abrindo a cozinha a alguém que se preocupe com tudo, inclusive com a limpeza. 

Excertos de um editorial da Ímpar, uma revista do Público que não coloquei logo para reciclar. Não me arrependi.

É que para lá de sugestões práticas, como as que também constam do editorial, ainda recebi dicas para presentes igualmente práticos de Natal: de um gira-discos por vinte mil euros até a um aparelho de meditação por duzentos e setenta. Compro, logo existo.

Enfim, confirma-se que o consumo conspícuo na era das desigualdades pornográficas também é servido ideologicamente por uma imprensa que tem por referência universal os hábitos dos ricos cada vez mais ricos, os que afinal podem dizer não e compelir outros a dizer sim. É o porno-riquismo. É todo um luxo consumista, toda uma limpeza social, toda uma distopia política, toda uma catástrofe ambiental.

Realmente, não se pode ter calma. Só mesmo inquietação, inquietação.



ladroesdebicicletas.blogspot.com

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