AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

domingo, 10 de novembro de 2019

10 de Novembro de 1928: É publicado o primeiro fascículo de ' A oeste nada de novo", de Erich Maria Remarque

estoriasdahistoria12.blogspot.com



É publicado na revista alemã Vossische Zeitung em 10 de Novembro de 1928 o primeiro fascículo de  A Oeste nada de novo (Im Westen nichts Neues), aclamado romance de Erich Maria Remarque sobre a Primeira Guerra Mundial.

Remarque –  Erich Paul Remark – nasceu em 1898 na Baixa Saxónia numa família com ascendentes franceses. Alistou-se no exército alemão aos 18 anos e foi mandado para a frente ocidental, onde foi ferido por cinco vezes, a última gravemente. Regressou à Alemanha após a guerra, mudou o sobrenome para parecer de origem francesa. Exerceu várias actividades: professor, pedreiro, piloto de carros de corrida, jornalista desportivo, enquanto trabalhava no seu primeiro romance. 

O protagonista de  A oeste nada de novo  é Paul Baumer, um jovem soldado alemão que luta nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. A história começa em 1917. Ao longo do livro Paul é ferido e hospitalizado, volta para casa sob licença e retorna aos campos de batalha apenas para ser morto uma semana antes do armistício de 1918. 

Após a publicação dos capítulos na Vossische Zeitung, o livro foi editado no ano seguinte e vendeu 1,5 milhões de exemplares naquele mesmo ano. Embora os editores manifestassem a preocupação de que passados mais de 10 anos após o fim da guerra o assunto ainda cativasse interesse, a descrição realista de Remarque da guerra de trincheiras sob a perspectiva de jovens combatentes tocou os sobreviventes da guerra, assim como multidões de civis, de forma positiva e negativa. 

Os mais duros críticos de Remarque foram os seus compatriotas. Muitos consideravam que o livro denegria o esforço de guerra germânico e que Remarque havia exagerado os horrores do conflito para levar adiante a sua agenda pacifista. Sem surpresa, as vozes mais ácidas vieram do emergente Partido Nacional Socialista, um grupo ultranacionalista liderado pelo futuro führer, Adolf Hitler. Em 1933, quando os nazis tomaram o poder,  A oeste nada de novo tornou-se um dos primeiros livros “degenerados” a ser publicamente queimado. 

Traduzido para 20 idiomas, o romance foi adaptado ao cinema em 1930, nos Estados Unidos e premiado com o Óscar de melhor filme e realizador. A mensagem pacifista não perdeu a sua eloquência no rosto inocente do herói Paul interpretado por Lew Ayres. 

Remarque iria publicar outros nove romances, todos tratando dos horrores da guerra e da luta para entender o seu motivo. O último livro, A noite em Lisboa, foi implacável na condenação à Segunda Guerra Mundial e à tentativa de Hitler de perpetrar a exterminação dos judeus e de outros “não povos” pela tese da “raça superior” dos arianos. 

Após ter sua cidadania alemã revogada em 1938, Remarque emigrou para os EUA. Frequentador assíduo da vida nocturna de Nova Iorque nos anos 1930, ele era visto acompanhado de belas actrizes como Marlene Dietrich em Hollywood. Remarque viveu os seus últimos anos de vida nas margens do lago Maggiore em Porto Ronco na Suíça italiana. Morreu em Locarno em 1970 onde vivia com sua mulher, a actriz Paulette Goddard.
wikipedia (imagens)
Remarque em Davos, 1929

Sem comentários: