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segunda-feira, 21 de março de 2016

Manifesto a defender Portugal do domínio espanhol da banca





Um dos promotores da iniciativa é do empresário Alexandre Patrício 
Gouveia. João Salgueiro, ex-banqueiro e antigo presidente da 
Associação Portuguesa de Bancos, é outra das figuras associada a 
esta iniciativa, que ainda estará numa fase embrionária
O objetivo dos impulsionadores do manifesto é de que, pelo 
menos, 50 personalidades portuguesas, entre empresários e 
economistas, subscrevam o documento.


Patrício Gouveia foi igualmente um dos promotores do manifesto, há 
10 anos, designado "Compromisso Portugal", que defendia a 
manutenção dos centros de decisão no nosso país.
João Salgueiro também questionou recentemente a venda do Banif 

aos espanhóis do Santander e considerou que o negócio "merece e 
merecia ter sido melhor explicado".
Foi Marques Mendes quem revelou ontem, na SIC, a preparação 
do documento sobre um assunto que tem agitado a política 
portuguesa nos últimos dias e que tem provado reações da direita 
à esquerda.
A ameaça da "espanholização" dos bancos nacionais, com a 

consequente transferência para Madrid das decisões sobre os 
financiamentos aos vários setores atividade da economia 
nacional, levaram a uma concertação entre Marcelo Rebelo de Sousa 
e António Costa. Sem hostilizar Espanha, o objetivo é produzir 
orientações de visão a longo prazo para travar a concentração da 
banca num único país estrangeiro, ajudando a encontrar soluções 
para as necessárias recapitalizações.
As maiores confederações de patrões, dos setores empresarial, 
industrial, comercial e serviços, agrícola, do turismo, da construção 
e do imobiliário, também manifestaram a sua preocupação. Bruno 
Bobone, presidente da Câmara de Comércio e Indústria, lançou 
mesmo um repto aos empresários portugueses, desafiando-os a criar 
um banco português ou a juntar capital para comprar uma instituição 
bancária existente.
Da parte dos protagonistas políticos, foi Marcelo Rebelo de Sousa 
quem deu primeiro a cara pelo acordo de Queluz, quando, na sua 
visita a Espanha, fez declarações sobre o risco de domínio espanhol 
na banca em Portugal. "É importante haver uma participação 
significativa, o que é diferente de haver um exclusivo. 
É uma posição de fundo. Nenhuma economia deve ter uma posição 
exclusiva noutra economia", frisou.
No sábado, o Expresso noticiou que António Costa e a empresária 
angolana Isabel dos Santos, para ultrapassar o impasse no 
BPI, reuniram-se em Lisboa e terão conciliado posições com o grupo 
financeiro espanhol La Caixa, com a filha do Presidente de Angola 
a vender a sua participação no BPI aos espanhóis e o BPI a ceder 
as suas ações do banco angolano BFA a capitais angolanos.
O líder da oposição, Pedro Passos Coelho, exigiu explicações a 

Costa sobre a alegada "interferência" e nem Marcelo escapou às 
críticas. "Não temos boa memória dos tempos em que os governos 
e os primeiros-ministros se envolviam em processos societários que 
não respeitam ao Estado, respeitam aos privados, e era muito 
importante que houvesse um cabal esclarecimento dessa matéria", 
afirmou em Vila Real.
O presidente do PSD entende que esta ",não é uma matéria em 
que o Governo se deva envolver. O primeiro-ministro não tem 
competência nenhuma nesta matéria, nem o Presidente da 
República, pela mesma ordem de razão".
A controvérsia também mereceu a atenção de Jerónimo de Sousa, que 
não perdeu a oportunidade para sugerir o "controlo público" 
da banca, como a única solução para de poder "decidir 
soberanamente sobre o nosso setor financeiro".
"Andam para aí notícias hoje onde se discute a questão do futuro 
do BPI, se vai para os espanhóis, se vai para os angolanos, pois nós 
queremos dizer que o problema não está no capital angolano, nem 
no capital espanhol, ou seja de quem for, o problema é que 
tratando-se da banca, temos que afirmar a nossa soberania", referiu.
Catarina Martins, a porta-voz nacional do BE, questionada pelos 
jornalistas, não quis comentar. Do CDS, o "silêncio" foi também 
a resposta, embora fonte do partido o tenha explicado 
como "propositado". "O partido não se mete nessa guerra. 
São questões nacionais, não partidárias", sublinhou, demarcando-se 
assim do PSD.
No congresso de há uma semana, Paulo Portas tinha, no 
entanto, alertou quanto às análises de crédito e risco em relação 
às necessidades das empresas portuguesas são diferentes caso 
sejam feitas em Portugal ou em Espanha."Peço a todos que tenham 
sentido estratégico na reestruturação do nosso sistema 
financeiro, seria indesejável que ficássemos com um sistema 
financeiro que se dividisse apenas entre Espanha de um lado e 
Caixa Geral de Depósitos de outro",disse.

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