Ao longo dos últimos três a quatro anos, as verbas foram sendo retiradas de contas-cliente.
A solicitadora Aurora Boaventura, agente de execução, foi detida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, em articulação com a 9a secção do DIAP de Lisboa, sob suspeita de ter desviado, em proveito próprio, mais de 2,5 milhões de euros provenientes de penhoras ordenadas pelos tribunais, apurou o CM.
A detenção foi já esta manhã anunciada pela PJ, em comunicado. Ao longo dos últimos três a quatro anos, e de forma faseada, as verbas foram sendo retiradas de contas-cliente, abertas em bancos para o efeito das ações de penhora, sob a alçada da agente de execução que estava ao serviço da Justiça, nomeada por tribunais de norte a sul do país. Grande parte do dinheiro, que visava cobrir o pagamento de dívidas dos executados, terá sido desviado para o estrangeiro pela mulher com mais de 50 anos - que está agora indiciada por crimes de peculato e branqueamento de capitais.
As suspeitas, neste caso, foram denunciadas há alguns meses pela Comissão de Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça, conforme o CM apurou junto de fonte desta entidade fiscalizadora, que tem colaborado com a PJ e Ministério Público. Aurora Boaventura era sócia de António Gomes da Cunha, o ex-presidente da Câmara de Solicitadores que também foi preso pela PJ, há cerca de cinco anos, por crimes da mesma natureza.
A detida, que já passou a ultima noite na prisão de Tires, deverá ser ainda hoje presente ao juiz de instrução criminal, em Lisboa.
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