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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

França: Uma democracia de caserna


Jean Salem*
01.Feb.16 

O texto que hoje publicamos é a introdução e os dois primeiros capítulos de La Démocratie de Caserne, Après les atentats Hollande s’en va-t-en guerre, novo ensaio do grande amigo de odiário.info, Jean Salem, a editar em Portugal por Cooperativa Editorial Alentejana.
Nele, Salem quer acreditar numa ressurreição dos povos e, quem sabe?, se ela não irá trazer-nos «de volta o bom gosto e a esperança».



Introdução

Um dos actos desta farsa sinistra está quase a terminar! Um dos actos, e não a peça completa, pois o pior ainda não aconteceu. Mas parece encaminhar-se bem, a passos cada vez mais rápidos, para um desenlace muito plausível. Guerras cada vez mais numerosas e cada vez mais incontroláveis; guerras cada vez menos «periféricas» em relação às potências «centrais»; assim como a anarquia nas relações internacionais, no seio das quais todo o Estado ou semelhança de Estado, a começar pela hiperpotência norte-americana, adopta assim a postura de um naipe evoluindo numa série de statu naturalis, do «estado de natureza» (ou seja independência à revelia de qualquer lei externa — antes ao abrigo da lei do mais forte, como de costume. [1]

E, como na véspera das duas guerras mundiais, uma crise financeira maior, estrutural, o aumento dos nacionalismos, o desejo daí avançar, a ausência de uma resistência coerente e organizada, e centenas de outros sintomas análogos: as eleições regionais francesas, de 6 a 13 de Dezembro passado, consagraram a vitória ideológica, «moral» e organizacional da Frente Nacional, o partido da extrema-direita francês. Esse partido, que foi fundado em 1972 por um pequeno grupo de neofascistas e de nostálgicos do regime de Vichy (um certo Leon Gaultier, ex-subtenente das Waffen-SS), reagrupados em volta de um velho torcionário da guerra da Argélia, reuniu mais de 6,8 milhões de sufrágios na noite de uma segunda volta que mesmo assim, não lhe assegurou a vitória de uma única presidência de região [2]. — Uma aliança bizarra da direita dita «clássica» mas não menos virulenta, e de um melting pot em que o Partido Socialista tem o papel forte pouco interessante; restos de listas de «esquerda» em benefício das actuais, sob pretexto de erguer uma «frente republicana»; e «fusões técnicas», aliás muito espantosas, operadas aqui e ali entre as listas que dizem representar a «esquerda da esquerda», (comunistas, ecologistas, vários) com as listas do Partido Socialista; tais foram os vários processos que, sem o menor debate de ideias, permitiram chegar aqui.

Assim, na noite da segunda volta de toda esta eleição, a 13 de Dezembro, não levando em conta quase 19 milhões de abstenções e 5,7 milhões de não inscritos, são duas «forças» que reuniram uma (os Republicanos e seus aliados) cerca de 10 milhões de sufrágios, e o outra (o PS e seus satélites) apenas 7,3 milhões, que tiraram a parte de leão dos lugares de concelheiros regionais (1.259 dos 1.758 que estavam em disputa, ou seja cerca de 72% dos lugaress) ainda que essas duas forças não tivessem sido escolhidas por mais de 34% dos 54 milhões de pessoas em idade de votar…

Resta um «derrotado» perante o qual tudo deveria ajustar-se: a Frente nacional de Marine Le Pen. Pois este escrutínio tem toda a aparência de um simples adiamento. Devemos pensar, que num país em que dois milhões de jovens na idade de votar com pelo menos 25 anos estão no desemprego e sem formação, 76% dos eleitores entre 18 e 24 anos (contra 49,4% de abstenções no conjunto dos inscritos) não foram às urnas, a 6 de Dezembro último, dia da primeira volta destas eleições regionais. E, entre aqueles (bem raros) que nesse dia se votaram, 34% dos entre 18-30 anos deram o seu sufrágio à Frente nacional [3].

Tal fenómeno está presente há muito tempo em quase todos os Estados europeus. Traduz-se pelo crescimento na Suíça da UDC, cujo líder Oskar Freysinger quer defender «a bandeira nacional, que ostenta uma cruz», e o hino nacional (que) tem, lembra ele, a forma de um cântico». Este vento mau inflama, na Polónia, o eleitorado do PiS (O partido Direito e justiça», Prawo i Sprawiedliwose) cujo deputado Marek Jurek diz recusar a «islamização» do país. Em Itália, é preciso votar na Liga, que não é apenas do Norte: o senador Volpi, membro da Liga, afirma claramente opor-se à «explosão migratória» e defender «os valores ancestrais». 

Os países nórdicos, como Francis Arzalier, observa, vêem em cada momento eleitoral aumentar os mesmos intratáveis defensores de uma identidade pretensamente ameaçada, «Verdadeiros Finlandeses» em Helsínquia, «Democratas» da Suécia ou da Noruega, «Partido do povo dinamarquês» em Copenhaga, que se definem todos como «identitários», fascistas de toda a espécie proclamam alto e bom som que os antigos colaboradores dos nazis foram na verdade os verdadeiros patriotas, na Eslováquia, na Letónia, na Ucrânia, etc. Ou ainda partidários do universitário britânico John Laughland, próximo do partido UKIP (Partido da Independência do Reino Unido) ou os inquietantes manifestantes de «Pegida» [4], em Dresden, na Alemanha, para os quais a fórmula «Nós somos o povo» exprime a vontade de defender o «sangue germânico» como há setenta anos… [5]

Paris, 13 de Novembro 2015
Um breve apanhado dos factos

Paris terá conhecido, na sexta-feira 13 de Novembro de 2015, uma noite marcada pelos piores atentados jamais cometidos em França, 150 mortos, 351 feridos. Tratou-se, na ocorrência, de um terrível cocktail, constituído por vários massacres coordenados, que lembravam simultaneamente: 1º os massacres de Mumbai, na Índia (em Novembro de 2008, uma dezena de ataques coordenados e que levaram à morte de 170 pessoas ao acaso e feriram outras 330); 2º a tomada de reféns no teatro de Doubrovka em Moscovo (170 mortos, em Outubro de 2002, depois da tomada como reféns de quase 1.000 espectadores por um comando checheno, composto de uns cinquenta homens armados; 3º o recente atentado kamikase de Beirute (a 12 de Novembro, dois kamikazes accionam os seus cinturões explosivos diante de um centro comercial, causando a morte de mais de 40 pessoas e ferindo outros 200) …

Os franceses e todos os que residem em França acordaram na manhã seguinte a 13 de Novembro, «ensonados», groggy, mergulhados em tristeza. Tinham acabado de saber que o país estava a partir daí «em guerra». Na verdade, foi essa fórmula entoada em uníssono pela maioria dos membros da «classe política»: o presidente François Hollande (Partido socialista), o seu primeiro-ministro, Manuel Valls (que igual a si próprio evocou uma «guerra que nos foi declarada», o seu predecessor Nicolas Sarkozy (direita), etc. «Desta vez é a guerra» podia ler-se no sábado 14, de manhã, na primeira página do jornal Le Parisien Aujourd’hui en France. Numa pagina totalmente negra Le Fígaro, titulava, também ele, a «França em Guerra», etc.

Primeira função dos grandes media:
fornecer uma versão in-dis-cu-tí-vel
dos acontecimentos

Como é normal, durante vários dias e a toda a hora, os grandes media papaguearam uma versão única e inteiramente in-dis-cu-tí-vel sobre a identidade dos assassinos, o seu modus operandi, os factos e gestos mínimos. Esses senhores e senhoras quase sempre tão agressivamente irónicos, tão obsessivamente inclinados à «decrepitude» e à a pôr em causa a mais simples declaração de um «malvado» (quer se trate de um chefe de Estado a abater, ou se um simples sindicalista), limitaram-se, como sempre, a repetir esta versão, sem nunca sublinhar qualquer bizarria ou inverdade. A martelar, por assim dizer, informações, vindas dos serviços da polícia nacional e dos departamentos governamentais.

No início deste mesmo ano de 2015, por ocasião do assassínio dos caricaturistas do jornal Charlie Hebdo, já se sabia que os membros de um comando de assassinos de aspecto muito «profissional», tinham sido encontrados, depois abatidos (como de costume), no espaço de 24 horas, apesar de um deles, Said Kopuachi, ter deixado o seu cartão de identidade num veículo utilizado, e depois abandonado pelos assassinos algures nos limites de Paris. Estranho cenário. Desta vez, no mês de Novembro, os media às ordens desdobraram-se a difundir micro-pormenores que ninguém poderá alguma vez verificar, mas que constituem a versão oficial sobre como procederam e foram executados os criminosos, que não tiveram nem processo nem silhueta bem delineada. Para nos limitarmos a um único exemplo, é dificilmente compreensível que vários destes três «kamikazes», que segundo informações, tinham «preparado minuciosamente as suas operações» se tenham feito explodir longe das multidões. Três deles, segundo nos informaram, foram até ao estádio de França, em Saint Denis, numa noite de desafio de futebol. Havia multidões… Depois teriam, cada um deles, feito accionar o detonador do seu cinturão de explosivos, um numa rua adjacente, outro diante de um bar, e o terceiro diante de uma porta do estádio, então deserta. Tudo isso para afinal matar só uma pessoa, alguém que passava, por acaso. Mas o atentado suicida mais terrível sucedeu no bar «Comptoir Voltaire», perto da praça da Nação. Segundo o Expresso, um jornal sério, «o terrorista» instalou-se tranquilamente no café. Foi quando fez o pedido que se explodiu [6], o que provocou a sua morte assim como ferimentos num empregado particularmente infeliz que se encontrava a menos de um metro dele [7]

Tudo isto se junta às já clássicas cenas alucinantes que foram lançando ao longo do dia as cadeias ditas de «informação», principais vectores da difusão do terror em França, que tudo teria acontecido de repente, como se alguém tivesse tentado a toda a força uma submissão perfeita dos eleitos e dos simples cidadãos à opacidade militar.

Os medias, ainda e sempre:
A indecente apoteose do psicobláblá

Durante mais de dez dias, foram proferidas as mais frívolas reflexões num tom douto, e conseguiram saturar o espaço mediático, alternando com informações» repetidas até à náusea e análises fornecidas por muitos especialistas», mais ou menos autoproclamados. É importante lembrar que todos que procuravam informações, na rádio, televisão ou Internet, quase sempre caíam nas mesmas vozes idiotas de sempre: «comprem isto! Comprem aquilo! Durante a carnificina e o luto, por assim dizer, os negócios continuaram…

A França, dizia um, seria odiada pelos jiadistas porque é o país do prazer, do pensamento e da doçura de viver [8] Nada mais que isso! É certo que um tal «especialista» em hedonismo-turismo-e-ressentimentos-culturais-e-sociais teria podido utilizar essa frase, que serviria muito bem e que é retirada do comunicado delirante atribuído a essa nebulosa chamada «Daesh» (EIIL – abreviatura árabe do «Estado Islâmico no Iraque e no Levante»). «Tomamos como alvo a capital das abominação e da perversão» [9].
Outros cujo nome não importa, revelando até que ponto um empolamento egocêntrico e megalómano se propagou na sua profissão, garantem que alguns bairros (o 10.o e o 11.o de Paris) foram escolhidos pelos autores desses crimes, porque lá vivem muitos jornalistas (!), e que isso garantia aos assassinos um grande efeito mediático; etc. Uma boa parte do espaço público (como se chama por piada) foi igualmente oferecido aos autores de comentários mais ou menos insípidos, perfeitamente despolitizados e revelando frequentemente confissões amedrontadas ou até do género «psico-bláblá», género que nos nossos dias faz furor. O escritor Camille Laurens avisa assim os leitores do Libération que «cada um de nós está visado simplesmente pela razão de existir [10].

Outros debitaram sobre uma geração (18-35 anos) quetomaram como alvo: a que frequenta os bares e concertos rock; é possível, mas ao fazerem essa afirmação, ignoram soberanamente aa idade dos jovens assassinos, todos ou quase todos longe de serem actores externos da sociedade francesa, tendo crescido, segundo parece, na Europa, em Estrasburgo, ou nos arredores de Bruxelas… Foi o que martelaram da maneira mais frenética «não nos atacam tanto pelo fazemos mas pelo que somos. Marcela Iacub, directora de pesquisa no CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica) especialista na propagação dos paradoxos bobo-libero-libertários, e que foi recentemente notícia, no microcosmo parisiense, ao fazer a apologia de um «direito à prostituição [11], decide agora explicar o momento actual, pretendendo interrogar-se sobre uma questão crucial, ou seja: «Porque não dar a todos esses jovens a possibilidade de uma sexualidade livre, para evitar transformar os seus desejos recalcados em actos violentos? [12]

Malek Chebel, antropólogo, anuncia que a «cidadania» (mais uma palavra que seria bom explicar inteligivelmente ao autor destas linhas!) constituiria «o laço visceral que nos une a todos» [13]. Quanto a Dounia Bouzar, também apresentada como «antropóloga», diz-nos que «os jovens terroristas estão desumanizados» [14]. Um verdadeiro achado! Graças, Dounia!

Miséria da politologia, quando já não há nem «imperialismo», nem países dominados, nem complexo militar-industrial,, nem classes sociais, nem conflitos sociais, mas apenas grupos de pressão, «comunidades», confissões, indivíduos, «orientações», ou outras «identidades» religiosas, étnicas, sexuais, etc. Miséria da crítica de pretensão analítica, quando a reduzem a um psico-blá-blá sem fundamento., sem efeito e destituída da menor importância, quando a guerra que fazemos no país dos outros se transforma num jogo de vídeo — um jogo em que o mau nunca deixa de ser uma espécie de punching-ball virtual e ectoplásmico a 200%.

Notas:
[1] Cf. A este respeito: KANT (Emmanuel), Para a paz perpétua (1795) «Segundo artigo definitivo para a paz perpétua»; trad. Francesa, Paris, Hatier, 2001, p. 25
[2] Sete regiões da direita dita «clássica» e cinco à «esquerda», que se quer assim chamar, — uma decima terceira região (a Córsega) que ficou nos autonomistas locais.
[3] Miséria cívica, massividade da abstenção: um modelo made in USA
é o título que dei, no meio do meu Ensaio Eleições, armadilha? Que resta da democracia? (Paris, Flammarion/Antidote» 2011, p. 30-34), em cujas páginas onde evoquei essas taxas de abstenção «à americana» que agora são normais na Europa.
Lembro ainda que pode ler-se o que se segue num relatório de 1975, da Comissão Trilateral (cenáculo de homens de negócios, de altos responsáveis políticos, de «gente que decide», foi criado em 1973 por iniciativa de David Rockfeller, Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski, e procurava orientar a política dos Estados Unidos, da Europa e do Japão): «O funcionamento eficaz de um sistema democrático requer em geral um certo nível de apatia e de não participação da parte de alguns indivíduos e grupos». Como se a existência de um exército eleitoral de reserva, de uma massa sempre mais imensa de cidadãos indiferentes, desabusados ou amorfos, tenha constituído uma das condições da colocação do Estado reduzido aos adquiridos, do Estado neoliberal, do Estado velador da noite que vai chegar» (cit. p. 33),
[4] Abreviação de Europeus Patriotas contra a islamização da Pátria.
[5] Esta recensão, a que se poderia juntar a situação que existe actualmente na Hungria, na Áustria, etc. reporta-se a ARZALIER (Francis «Alerta. Das aldeias corsas às da Picardia, de Dresden a Copenhaga, o ballet das identidades agressivas» Veja-se…
www.collectif-communiste-polex.org/mouvement%20communiste/alerte.htm (cf. igualmente, do mesmo autor, As nações necessárias e as suas patologias nacionalistas. Da revolução francesa à FN, Paris, Delga, 2015).
[6] Cf. «Na Nation, o kamikaze fez-se saltar ao fazer o pedido», o comando, por A. Sulzer _ http://lexpress.fr/actuelle/societe/fait-divers/a-nation-le-kamikaze-s-est-fit-sauter-en-passant-la-commande-1735885.html
[7] Veja-se:
http://www.w.wistrike.com/2015/11/breaking-newas-la-preuve-que-les-attentats-de-paris-sont-un-false-flag.htmlet
No site Wikistrike, e sob o título «A prova que os atentados de Paris são um false flag (um atentado cometido sob uma bandeira falsa)» David J. Feldmann escreve depois o que chama» 
O mistério dos 3 kamikazes do estádio de França» Entre outras coisas afirma:
Porque se fizeram explodir naqueles locais? Todos se interrogam. Ninguém entende. Pesquisadores e especialistas tentam saber porquê, já que poderiam ter causado uma carnificina e um pânico mortal, os três kamikazes do estádio de França explodiram-se na sexta feira 13 de Novembro em locais isolados, matando apenas uma pessoa, e até essa provavelmente por acidente, onde poderiam ter feito muito mais vitimas.» Segundo o autor desse artigo, «os serviços secretos accionaram por controle remoto micro-explosivos que dissimularam no blusão ou no cinturão de Brahim Abdeslam (o indivíduo que se fez explodir, sozinho, às 21 e 41 no terraço do bar «Comptoir Voltaire» com poder suficiente para o matar e ferir pessoas à volta, mas sem grande gravidade. Tudo isso para fazer crer num atentado suicida.» — Versão totalmente «complotista como diriam os amadores de evidencias e de interpretações. Ou hipótese possível, entre muitas outras?
[8] CLERC (Thomas), «Nas margens do canal Saint-Martin, o terror surge ali, onde Paris vivia em paz», Le Monde, 16 de Novembro 2015: O terrorismo odeia a união do prazer com o pensamento», etc.
[9] http://www.medias-presse.info/let-islamique-revendique-au-nom-dallah-le-misericordieux-l-abominable-carnage-de-paris-du-13-au-14-novembre-2015-texte-integral/43370
[10] Libération, 20 de Novembro 2015.
[11] Ver o seu artigo intitulado «Para um serviço publico do sexo», publicado no Libération, a 28 de Setembro de 2012.
[12] JACUB (Marcela), «Da miséria sexual dos islamitas», Libération, 14-15 Novembro 2015: «Eis uma pista que o Ministério do Interior deveria considerar na sua luta contra a radicalização dos jovens franceses: dar todos os meios possíveis para que todos tenham uma sexualidade senão livre pelo menos possível e agradável, a fim de que […] pensem que não é necessário o paraíso, depois de ter assassinado algumas dezenas de pessoas, que poderão gozar as delícias do erotismo» Obrigado mil vezes, cara Marcela, por esta análise tão cheia de penetração, tão sexy e tão endiabrada!

[13] L’Humanité, 20-22 de Novembro de 2015
[14] Ibid.


* Jean Salem, amigo e colaborador de odiario.info, é Professor de Filosofia na Sorbonne, França. Em Portugal está editado do Autor Lénine e a Revolução, Editorial Avante, Lisboa, 2007.
Tradução de Manuela Antunes


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