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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alcanena – A terra dos Curtumes



O couro ou coiro é a pele curtida de animais, utilizada como material nobre para a confecção de diversos artefatos para o uso humano, tais como: sapatos, cintos, carteiras, bolsas, malas, pastas, casacos, chapéus, entre outros.

Dados históricos
No Egito antigo, encontraram-se pedaços de couro curtidos há cerca de três mil anos A. C. Na China, a fabricação de objetos com couro já era efetuada muito antes da Era Cristã.
A História registra, ainda, que babilônios e hebreus usaram processos de curtimento, e que os antigos gregos possuíram curtumes. Além disso, os índios norte-americanos também conheciam a arte de curtir.
A partir do século VIII, os árabes introduziram na Península Ibérica a indústria do couro artístico, tornando famosos os couros de Córdova.
Em Pérgamo desenvolveram-se, na Idade Antiga, os célebres "pergaminhos", usados na escrita e que eram feitos com peles de ovelha, cabra ou bezerro. Com o couro eram feitos, também, elmos, escudos e gibões. Os marinheiros usavam-no nas velas e nas embarcações de navios.


No Brasil, desde que a colonização se intensificou, os rebanhos se multiplicaram rapidamente. Os curtumes eram instalados facilmente e o couro era utilizado para fazer alforjes, surrões, bruacas, mochilas, roupas, chapéus, selas, arreios de montaria, cordas e muitas outras utilidades.
A região de maior concentração de curtumes de ribeira (fase inicial do processo) é o centro-oeste do Brasil, devido a proximidade dos rebanhos. Em Portugal, é em Setúbal. Já os curtumes de couro semi-acabado e acabado situam-se em sua maioria nas proximidades dos centros consumidores deste material, como as regiões calçadistas do Vale do Sinos no RS, além de Franca e Jaú, em SP. Utilização
Nos últimos anos, em virtude de ser um material de custo alto, pela tendência da moda e outras exigências da vida moderna, ampliou-se consideravelmente o mercado de materiais diversos, sintéticos e naturais, em substituição ao couro. Também alcançou grande projeção no mercado o couro reconstituído ("recouro"), um misto de aparas de couro, resinas e outros produtos.
É importante salientar que é proibido por lei o uso da palavra "couro", como por exemplo "couro sintético" ou "couro vegetal" para qualquer material que não seja de origem animal, de acordo com a lei 11/211 de 2005.
De qualquer forma, o couro não perdeu sua posição de material nobre, sendo requisitado para a confecção de estofados (moveleiro e automotivo), calçados, vestuário e acessórios (bolsas, cintos, carteiras, maletas, pastas) no mundo inteiro.
O couro bovino é o mais utilizado, devido a ser o mais abundante do mercado e ao preço mais baixo. O segundo mais utilizado é o couro caprino, devido também à facilidade de obtenção, que torna os preços competitivos, e principalmente pela sua qualidade, que é maior do que a do couro de boi. Entretanto, também tem crescido a procura pelos couros suíno, ovino e de outras espécies de animais como o jacaré, cobra e leitões, mais recentemente, de rã e peixe.
Divisão
O couro bovino compõe-se duas partes importantes:

Flor: camada externa do couro, que apresenta as características da pele, como os poros, típicos de cada animal.

Raspa: camada subjacente à flor, originada na operação de Divisão. Utilizada para a produção de artigos aveludados (camuças e camurções), podendo também receber acabamento para assemelhar-se à Flor.

Para se diferenciar em relação a seleção comercial dos couros, toma-se por parâmetro a incidência de defeitos ocorridos durante a vida animal, tais como a quantidades de marcas provocadas por carrapatos, bernes e outros parasitas que deixam suas marcas ainda em vida e que se estendem após o abate, além de marcas deixadas por arames pontiagudos, muito utilizados para cercar o rebanho e também galhos, muito comum em regiões de clima seco. O couro é considerado de boa qualidade quando apresenta-se adequadamente processado, e pelas características acima descritas, ou seja, quanto menor a incidência de defeitos melhor seu valor comercial.
Classificação
O couro possui diferentes regiões, cada uma delas sendo adequada à confecção das diversas peças que vão compor os produtos de couro. Tradicionalmente os couros se dividem em:
Grupon (do fr: croupon): região central, mais nobre, correspondente ao lombo no animal;
Pescoço ou cabeça;
Barriga ou flancos.

Defeitos mais comuns no couro
Berne
São furos encontrados no couro, causados pela larva da mosca conhecida como berne. Em peles envernizadas ou prensadas, deve ser feita uma verificação pelo carnal, pois o defeito normalmente não é visível por ser coberto pelo verniz ou pelo deslocamento do material próximo ao furo.

Carrapato
São marcas(cicatrizes) feitas pelo carrapato, e aparecem nos couros que não têm a flor lixada.

Cortes de esfola
São cortes que aparecem no couro, às vezes não o transpassando, causados por faca, quanto da retirada do couro do animal abatido.

Marcas de fogo
São defeitos causados pelas marcas de identificação do animal, que causam grande prejuízo nos couros.

Riscos
São defeitos causados normalmente por chicote, arame farpado ou mirão, e que aparecem na flor do couro. Veias São as artérias do animal, que por problemas de estrutura se alargam e ficam perto da flor, aparecendo após o curtimento.
Curtume
Curtume é o nome dado ao local onde se processa o couro cru. Tem por finalidade deixá-lo utilizável para a indústria e o atacado. Os curtimentos mais comumente utilizados são o vegetal e o mineral, sendo este último o mais utilizado.
Desde o inicio da humanidade, se tem notícias de tratamento de peles e couros, algumas pela simples desidratação, processo simples onde se utiliza algum tipo de sal para auxiliar este sistema. O mais comum é o cloreto de sódio, o sal de cozinha também utilizado na culinária, oriundo da extração marinha. Como também pelo processo químico do curtimento, onde se oferece ao colágeno (parte principal e mais importante do processo coureiro), substâncias tanantes, que nada mais são que conservadores vegetais ou minerais para o couro.
As primeiras notícias que se tem sobre estas substâncias, são as extraidas de alguns tipos de cascas de árvores, que apresentam grande teor de tanino, substância esta que ligada ao colágeno, permite um isolamento das fibras naturais contra fungos e bactérias que são as responsáveis pela degradação da pele "in natura".
Atualmente a substância mais utilizada pelos curtumes, é o cromo III. Esta escolha se dá pela maior agilidade no processo de curtimento, barateando os custos, e tornando-o comercial para todo o planeta, já que com muita facilidade se encontra couros de diversas nacionalidades viajando pelo mundo, porém este produto é o maior vilão desta indústria, pois é tóxico e necessita de grande tempo para sua total absorção pela natureza.
Os processos
Os processos de um curtume, vão além do curtimento propriamente dito, e são classificados da seguinte maneira:

Salga: Processo este que permite ao couro ser transportado e armazenado por vários dias, já que a vida útil do couro após a esfola é de apenas 6 horas.

Remolho: Neste processo permite a retirada do sal, utilizado para a conserva e inicia-se o primeiro passo para a transformação de pele em couro.

Depilação: Nesta etapa utiliza-se o enxofre em sua forma de sulfeto de sódio para dissolver os pelos, substância esta composta em quase sua totalidade pela queratina, esta a substância atacada pelo enxofre.

Caleiro: Este é o momento onde se adiciona a cal hidratada para provocar o intumescimento das peles, a fim de promover a limpeza entre as fibras, permitindo que os próximos processos tenham maior eficácia.

Desencalagem: Após obter a limpeza entre fibras, retira-se esta cal, e inicia-se a acidificação das mesmas para então se inicar o processo de curtimento, neste momento, utiliza-se também alguns tipos de enzimas para auxiliar neste processo de retirados de substâncias que resistiram ao caleiro, a este processo damos o nome de PURGA.

Acidificação e Curtimento: Neste momento, aforecemos aos couros uma quantidade de ácidos inorgânicos para que possamos acertar o pH destas peles e então inicia-se o processo de curtimento que é a oferta de tanantes minerais (cromo, alumínio, titanio, zirconio etc...) ou vegetais rico taninos (casca de angico, barbatimão, castanheira, quebracho, mimosa, acácia, mirabolano, gambier, etc).

A CACHE
Encontra-se perto de uma das fábricas de curtumes mais conhecidas de Alcanena. Deixem a cache exactamente como encontraram ou melhor. Peço muita descrição na procura, pois é um local onde passa algum transito.
O container contém stashnote e logbook.
Levem material de escrita.
Divirtam-se e boas cachadas.
Não mudem o container se sítio por favor, deixem tudo como encontraram.

PÓDIO


www.geocaching.com

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