Do lado de fora, esta casa em Newport, no estado americano de Oregon, ainda que bela, parece muito comum e corriqueira como qualquer outra do bairro onde está localizada: com paredes de tijolos amarelados, revestimento branco e uma garagem para dois carros. Mas ela guarda um segredo e você vai se surpreender ao saber que no interior ela é realmente um opulento palácio da era renascentista completo com portas talhadas à mão, vitrais e decoração antiga com séculos de idade.
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A casa pertence a um único membro da nobreza britânica: a Condessa de Shannon, Almine Barton. Aparentemente ela tem uma excelente razão para manter o impressionante contraste entre o espetacular interior e a simples fachada externa: impostos.
Nascida na África do Sul, Almine imigrou para os EUA e se casou com um advogado local antes de comprar esta casa em 1979. Depois que eles se divorciaram, ela viajou para o Reino Unido, onde conheceu e se casou com Richard Boyle Bentinck, o nono Conde de Shannon. Anos mais tarde, já tendo viajado o mundo, Almine percebeu que seria uma boa escolha criar os filhos em Newport.
- "Três quarteirões separam a casa de lindas praias selvagens", disse ela. - "É uma pequena cidade segura e as pessoas são simpáticas. Se você esquecer sua carteira em algum lugar, eles dizem, 'Deixa para pagar na próxima vez'.""
Então, ela decidiu voltar para a casa de 300 metros quadrados, três quartos, três banheiros que ela já tinha comprado, mas também para adicionar um toque de classe impressionante ao seu interior.
- "Era uma casa suburbana comum", disse ela ao Yahoo Real Estate. - "O proprietário construiu com materiais básicos, mas de uma forma muito, muito sólida e resistente. No entanto, quando notei que o espaço interior era pequeno, simplesmente não parecia bom para mim."
Então ela assumiu a tarefa de transformar a casa simples em uma habitação digna de uma nobreza, deixando o exterior intacto para manter sua fatura fiscal tão baixa quanto possível.
Almine tomou seu tempo mudando cada aspecto da casa um ano de cada vez, gastando milhares de dólares ao longo de 40 anos. Ela derrubou primeiro as paredes internas para criar um grande hall frontal que se abre em uma grande sala de estar. Remodelou o antigo teto da sala de estar e instalou novas vigas com detalhes intrincados dourados.
As paredes foram cobertas de seda Moiré e cetim de seda francesa Schumacher; portas de carvalho esculpidas a mão e piso de carvalho branqueado. Esses materiais eram tão caros que alguns dos artesãos tínhamos mesmo medo de danificá-los. Almine teve de passar meses à procura de alguém disposto a instalar os tecidos nas paredes, que custaram uma pequena fortuna.
- "Eles estavam com medo de estragar tudo por causa do custo elevado do tecido", disse ela. - "O homem que instalou o papel de parede costumava vir bêbado todos os dias porque estava nervoso com medo de estragar tudo."
As janelas comuns foram substituídas por vidros laminados a mão ou vitrais provenientes de catedrais. O quarto principal no andar de cima apresenta um par de janelas de catedral retratando São Pedro, que foram encontradas em um sótão na Inglaterra.
Há vitrais nas janelas da sacada de uma velha igreja inglesa no andar de baixo, bem como duas janelas com vitrais do século 18 da catedral de Lancaster.
Como as janelas coloridas tornaram a casa mais escura do que o normal, Almine compensou escolhendo tecidos e cores que refletem a luz para decorar o resto da casa.
- "É como viver dentro de um quadro de Rembrandt", disse ela.
Almine acrescentou mobiliário forrado com veludo e peças de decoração antigas para a casa lentamente: um lustre de cristal de chumbo australiano, livros antigos que datam desde o século 17, cortinas que valem uma pequena fortuna, tapetes de seda artesanal, móveis de madeira da era vitoriana, armários antigos feitos de madeira violino e trabalhos em estuque italiano.
Infelizmente, Almine sofreu um derrame um par de anos atrás, e encontrou dificuldades para manter a sua casa palaciana desde então. Depois de muita deliberação, ela chegou a uma decisão difícil: quer vender a casa que foi sua "obra de arte em andamento" nas últimas quatro décadas.
Ela está avaliada em 399 mil dólares (1,6 milhões de reais), mas ela não está disposta a vender para qualquer pessoa que possa tentar desmantelar o interior e vendê-lo.
- "Eu estou envergonhada de dizer que me sinto um tanto sentimental sobre isso", disse ela. - "A arte nela, a cortina que coincide com os tapetes que coincide com o estofamento."
- "Eu vou trabalhar com alguém que possa ver o que estou vendo em termos de valor, que não se esqueça de tudo isso a venda peça por peça", acrescentou. - "Pode soar um pouco tolo, mas seria como tirar o Memorial Lincoln e vender seus tijolos." Ela está disposta também a incluir todos os móveis antigos por um preço extra de 50 mil dólares.
De acordo com especialistas no mercado imobiliário, o preço que Almine está pedindo pela casa está na "média" para o tamanho da propriedade e seu interior.
Fonte: Realtor.
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