NO DIA 14 DE JULHO DE 1880 FOI DISPUTADA A PRIMEIRA CORRIDA DE BICICLETAS EM PORTUGAL, PRECISAMENTE NA FOZ DO DOURO ENTRE
MATOSINHOS E O CASTELO DA FOZ. A ORGANIZAÇÃO DESTE EVENTO FICOU À RESPONSABILIDADE DO
RECÉM FUNDADO CLUBE VELOCIPEDISTA PORTUENSE QUE NASCEU DO ENTUSIASMO QUE AS BICICLETAS PROVOCARAM NESTA CIDADE.
Vemos portanto que a marginal da cidade invicta junto à Foz é desde há mais de uma centena de anos, palco para eventos de recreio e desporto ligados à história da bicicleta.
Com esta ideia em mente, a Invictus Cycle United e O Veterano Cyclista uniram-se para proporcionar aosvelocipedistas portuenses, e não só, um evento inspirado nos passeios do passado com jogos e bicicletas do passado neste exacto local histórico — o Jardim do Passeio Alegre.
O ponto de partida é pelas 11 horas da Rotunda da Boavista, descendo depois pelas avenidas históricas da Boavista e Marechal Gomes da Costa até à marginal da Foz para um picnic e convívio do século passado com jogos tradicionais da malha e fisgadas ao alvo. Vai haver também a presença dum fotógrafo da Invictus Real e C.ª a registar retratos para Cabinet Cards dos velocipedistas trajados e acompanhados das suas machinas.
Com esta ideia em mente, a Invictus Cycle United e O Veterano Cyclista uniram-se para proporcionar aosvelocipedistas portuenses, e não só, um evento inspirado nos passeios do passado com jogos e bicicletas do passado neste exacto local histórico — o Jardim do Passeio Alegre.
O ponto de partida é pelas 11 horas da Rotunda da Boavista, descendo depois pelas avenidas históricas da Boavista e Marechal Gomes da Costa até à marginal da Foz para um picnic e convívio do século passado com jogos tradicionais da malha e fisgadas ao alvo. Vai haver também a presença dum fotógrafo da Invictus Real e C.ª a registar retratos para Cabinet Cards dos velocipedistas trajados e acompanhados das suas machinas.
Posto isto, vamos então celebrar a véspera de Reis a pedal e com um sentimento de nostalgia pelos nossos veteranos cyclistas dos tempos de outrora.
PRÉMIOS A PASTELEIRA | VELO CULTURE
ORGANIZAÇÃO INVICTUS CYCLE UNITED | O VETERANO CYCLISTA
FOTOGRAFIA ANTIGA 03 — TRIO VELOCIPEDISTA
Inglaterra, ca. 1895, surge esta fantástica imagem que tenho na minha colecção de originais. Um grupo de 3 Nobres cyclistas trajados a preceito, prestes a partirem em passeio num Domingo depois de almoço? Ou será numa paragem já durante o caminho? Ou é já mesmo depois do regresso a casa? O que é certo é que o passeio não deve de ter sido longo, pois os faróis para a iluminação à noite não estão colocados nas machinas.
Apreciem as roupagens dos três personagens e as suas bicicletas com especial destaque para a Raleigh do cavalheiro da esquerda.
Apreciem as roupagens dos três personagens e as suas bicicletas com especial destaque para a Raleigh do cavalheiro da esquerda.
CYCLES TERROT DIJON 1898 — CHAINE LAVIGNE
EM 1890, CHARLES TERROT INTRODUZIU A MANUFACTURA DE BICICLETAS À SUA FÁBRICA DE DIJON NA FRANÇA. POSTERIORMENTE FOI PATENTEADOR DE GRANDES INOVAÇÕES TÉCNICAS, ENTRE ELAS, UMA CORRENTE DESIGNADA DE “
CHAINE LAVIGNE”
.
A Terrot tornou-se notória por ter construído bicicletas francesas de alta gama e das mais caras disponíveis no mercado durante a passagem do século XIX para o século XX. Oito anos após a primeira machina desta fábrica ter sido construída, nasceu uma peça que tenho o prazer de guardar humildemente na minha colecção. Com 114 anos de idade, é precisamente uma máquina Terrot Dijon com o sistema de transmissãoLavigne e que actualmente é considerada uma das raras peças que se pode ter a sorte de encontrar no mundo do coleccionismo das bicicletas desse período.
Basicamente a lógica é invertida da de uma corrente normal o que lhe confere um aspecto bastante robusto e intimidante. Neste caso, os dentes fazem parte da corrente e encaixam em espaços delimitados por roldanas na pedaleira e roda livre, o que em contraste com a sua aparência, resulta num pedalar bastante agradável.
Basicamente a lógica é invertida da de uma corrente normal o que lhe confere um aspecto bastante robusto e intimidante. Neste caso, os dentes fazem parte da corrente e encaixam em espaços delimitados por roldanas na pedaleira e roda livre, o que em contraste com a sua aparência, resulta num pedalar bastante agradável.
CYCLES CLÉMENT — A HISTÓRIA NOS CARTAZES
“
LA PLUS IMPORTANTE & LA PLUS ANCIENNE MANUFACTURE DE FRANCE”
A Clément foi uma das mais emblemáticas fabricantes de bicicletas francesas durante o período de viragem do século XIX para o XX. Aliada à grande qualidade das machinas, a publicidade era outro dos investimentos de mercado da marca, tendo ao longo da sua existência, comissionado aos artistas e desenhadores francesas da época alguns dos cartazes mais conhecidos da história do ciclismo. Apresento de seguida uma selecção dessas obras de arte, dispostas por ordem cronológica de forma a que se percepcione também a evolução dosvelocipedes ao longo deste período, sejam de corrida ou passeio.
HERCULES CYCLES 1930 — MARCA DE DURABILIDADE
A HERCULES CYCLE & MOTOR COMPANY LTD FOI UMA EMPRESA DE MANUFACTURA DE BICICLETAS FUNDADA A 9 DE SETEMBRO DE 1910. O NOME É PROVENIENTE DA ASSOCIAÇÃO À DURABILIDADE E ROBUSTEZ.
A COMPANHIA FUNDADA POR EDMUND E HARRY CRANE TEVE INÍCIO EM COVENTRY STREET, BIRMINGHAM, INGLATERRA. NUMA FASE INICIAL, PRODUZIA 25 BICICLETAS POR SEMANA.
Outra peça da minha humilde colecção é esta grande rival da Raleigh, uma Hercules manufacturada na década de 30 em Birmingham, Inglaterra. A bicicleta apresenta um fabrico de elevada qualidade com um ar simultâneamente robusto e leve, de componentes e secções muito finas e refinadas. Os cachimbos por exemplo, são recortados com uma forma oval de maneira a reduzir o peso e a acrescentar detalhe. De salientar são também os guarda-lamas muito elegantes, sobretudo o da frente com um término fora do comum e interessante. Não menos importante, é o raro e enorme selim Brooks B90, uma versão extinta nos anos 40 do actual modelo B33.
Como se pode verificar nas imagens, a pintura ainda brilhante tem presente a magnífica filetagem original dourada e vermelha, e alguns dos decalques, pormenores claramente a serem preservados, longe de restauros que iriam destruí-los para sempre. Os restantes componentes sofreram mais com a idade, e a explicação é por serem niquelados. A niquelagem é uma recubertura protectora dos metais semelhante à cromagem, mas de brilho mais macio e, na minha opinião, de cor mais agradável mas infelizmente menos resistente às oxidações. Esta característica em particular é suficente para nos indicar que se trata de uma máquina pré anos 40, pois até lá, o processo de cromagem ainda estava a ser descoberto. De qualquer forma, com a idade que tem, o estado da bicicleta é surpreendente.
Como se pode verificar nas imagens, a pintura ainda brilhante tem presente a magnífica filetagem original dourada e vermelha, e alguns dos decalques, pormenores claramente a serem preservados, longe de restauros que iriam destruí-los para sempre. Os restantes componentes sofreram mais com a idade, e a explicação é por serem niquelados. A niquelagem é uma recubertura protectora dos metais semelhante à cromagem, mas de brilho mais macio e, na minha opinião, de cor mais agradável mas infelizmente menos resistente às oxidações. Esta característica em particular é suficente para nos indicar que se trata de uma máquina pré anos 40, pois até lá, o processo de cromagem ainda estava a ser descoberto. De qualquer forma, com a idade que tem, o estado da bicicleta é surpreendente.
FOTOGRAFIA ANTIGA 02 — VELOCIPEDISTA ALEMÃO
Continuando a série de fotografias e postais antigos, aqui fica mais uma da minha colecção de originais. É uma Carte de Visite da Alemanha datada de 1902. Um pormenor interessante é o do travão da machina, algo rudimentar para a época. Está localizado atrás da roda da frente, junto à forqueta, em que para travar, o ciclista tinha que o pressionar com o pé contra a roda, o que não deve de ser muito seguro sobretudo em dias de chuva. O fabuloso traje do cavalheiro dispensa comentários!
FOTOGRAFIA ANTIGA 01 — INGLESES
RALEIGH SPORTS 1965 — O COMEÇO
PARA INICIAR A ACTIVIDADE DESTE ESPAÇO, NADA MELHOR QUE APRESENTAR A PASTELEIRA QUE ORIGINOU TODO ESTE FASCÍNIO.
Uma Raleigh modelo Sports de roda 26″ fabricada em 1965 na cidade de Nottingham – Inglaterra, que descobri muito bem guardada num palheiro ao pé de casa. Apesar da camada de ferrujem, gordura e sujidade, foi amor à primeira vista e fiz logo todos os possíveis para entrar em acordo e ficar com ela.
Só o facto de ouvir os mais velhos mencionarem constantemente nas suas histórias as bicicletas inglesas Raleigh como sendo as melhores máquinas dos seus tempos, deixou-me entusiasmado e levou-me imediatamente a pesquisar e a reunir o maior número de informação possível que me ajudasse a colocar a minha recente aquisição de novo a rolar. Esta busca de informação levou-me também a descobrir que a minha bicicleta ao longo dos anos, causado pelos milhares de kilómetros percorridos, foi perdendo alguns dos componentes originais por outros de “desenrasque”, e que estes iriam ter que ser repostos para voltar a estar completa de novo. Os pedais bem como a pedaleira que ela tinha montados são exemplo disso pois eram de fabrico nacional. As restantes peças tinham a gravação da Raleigh, símbolo de originalidade. Foi também necessário substituír algumas partes danificadas e adquirir outras que estavam em falta. Mais tarde, o quadro foi também substituído para um maior e mais confortável para a minha altura.
Outra das questões importantes que estudei e ponderei bastante foi que método de recuperação utilizar. Sendo eu um apreciador de bicicletas e velharias em geral que tenham à vista as marcas do tempo e a patine, pus logo de parte fazer um restauro exaustivo. Desmontei a máquina peça a peça e dei-lhe uma limpeza seguida de uma lubrificação. O resultado final ficou muito do meu agrado, pois a ferrujem que ela tinha era maioritariamente de superfície e de fácil limpeza. Os cromados estavam ainda em muito bom estado e portanto após uma passagem com lã de aço, ficaram brilhantes de novo. O quadro levou um tratamento semelhante, seguido de um polimento.
Ao todo, foi um processo demorado, sobretudo a reposição das peças originais em falta, mas sabendo que fiz o salvamento e tudo o resto com as proprias mãos, no final deu muito mais prazer poder pedalar de novo numa máquina histórica que mais cedo ou mais tarde iria parar ao ferro velho.
Outra das questões importantes que estudei e ponderei bastante foi que método de recuperação utilizar. Sendo eu um apreciador de bicicletas e velharias em geral que tenham à vista as marcas do tempo e a patine, pus logo de parte fazer um restauro exaustivo. Desmontei a máquina peça a peça e dei-lhe uma limpeza seguida de uma lubrificação. O resultado final ficou muito do meu agrado, pois a ferrujem que ela tinha era maioritariamente de superfície e de fácil limpeza. Os cromados estavam ainda em muito bom estado e portanto após uma passagem com lã de aço, ficaram brilhantes de novo. O quadro levou um tratamento semelhante, seguido de um polimento.
Ao todo, foi um processo demorado, sobretudo a reposição das peças originais em falta, mas sabendo que fiz o salvamento e tudo o resto com as proprias mãos, no final deu muito mais prazer poder pedalar de novo numa máquina histórica que mais cedo ou mais tarde iria parar ao ferro velho.
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