Problema são prazos de entrega das declarações, assinala a associação
A Deco alertou hoje que milhares de pessoas poderão ser prejudicadas no reembolso do IRS, caso se mantenham os prazos de entrega das declarações, adiantando ter recebido já quatro mil registos na plataforma destinada aos contribuintes com dúvidas.
De acordo com Tito Rodrigues, da associação de Defesa do Consumidor, desde a criação da plataforma www.irssemcusto.pt, a 28 de janeiro, já se inscreveram cerca de quatro mil pessoas para acederem a um conjunto de perguntas e respostas sobre questões fiscais.
Segundo a Deco, a plataforma contém explicações "mais simples de compreender e dispostas de forma mais acessível, sobre as questões relativas à entrega do IRS, do que aquelas que estão no 'site' das finanças".
"Depois da abertura do portal, sentimos agora que há um desfasamento entre a informação e a forma como esta devia ser passada aos contribuintes e aquilo que está a ser apreendido. Todos os que nos têm contactado revelam que não têm informação ou que esta é contraditória", explicou Tito Rodrigues à Lusa.
O responsável considerou que os contribuintes se encontram "completamente perdidos" e avançou que, "sem grandes rasgos de futurologia", a Deco percebe que "vai ser uma grande confusão e que milhares, senão centenas, de contribuintes vão ver os seus reembolsos reduzidos ou até pagar mais em sede de IRS".
Questionado sobre soluções para minimizar as dificuldades dos contribuintes, Tito Morais avançou que se poderia prolongar o prazo, de forma a dar hipótese aos contribuintes apreenderem o que precisam de fazer para não serem penalizados aquando do reembolso.
"Ou então alarga-se a possibilidade de uma entrega mista [papel e internet] em março e em abril, de forma a mitigar o problema que vamos antecipando", referiu.
Tito Rodrigues lembrou ainda que, se para algumas despesas de saúde, educação e habitação é possível apresentar as faturas aquando da entrega da declaração de IRS final, para outras, como as despesas gerais e familiares, se a validação não for feita no e-Fatura, o valor que pode chegar aos 250 euros, "vai de facto perder-se para milhares de portugueses".
DN
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