Andei este fim de semana pelas páginas de opinião dos três diários portugueses e do semanário de “referência”. Movia-me a curiosidade de saber quem eram os colunistas residentes, por um lado, mas por outro confirmar uma impressão que tinha: não há gente do PCP a escrever nos jornais com colunas regulares. Não me enganei. Não há mesmo.
Na televisões, a mesma coisa. Apenas se convidam uns deputados para uns frente a frente, em especial na SIC Notícias, na RTP 3 e na TVI 24, canais do cabo, e pouco mais do que isso. Nos canais abertos nem sombra de debate plural… Isto para não falar da circunstância verdadeiramente extraordinária de continuarmos a ter dois ex-presidentes do PSD a fazer comentário político nas televisões. Já foram três…
Na Antena 1, rádio pública, havia, antes das nove da manhã, um espaço chamado “Conselho Superior” com deputados do Parlamento do Europeu eleitos de cada uma das força políticas representadas. Acabaram com o espaço antes do verão. Em substituição dão-nos com um painel de colunistas em que cada um fala do que muito bem lhe apetece, mas onde a pluralidade partidária deixou de existir, embora tenhamos que levar com aquele senhor de extrema-direita que se chama Rui Ramos e que fala disfarçado de historiador. Além disso, levamos com o Nicolau Santos durante uma semana a fazer comentário económico ao centro (menos mau…) e, na semana a seguir alterna a Helena Garrido, que nos últimos dias nos tem servido doses monumentais de catastrofismo perante o horror de um governo de esquerda.
Perante esta pequena amostra que acabo de aqui deixar, percebe-se bem que a pluralidade e isenção dos órgãos de comunicação social em Portugal é um verdadeiro mito.
Os painéis de comentadores do Expresso, do Diário de Notícias, do Correio da Manhã ou do Público não mentem…
pracadobocage.wordpress.com
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