Há 80 anos o mundo foi abalado pela execução de dois simples operários. Seus nomes eram Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti. Vítimas do anticomunismo primário que varria a sociedade estadunidense na década de 1920.
Os anos que se seguiram a 1ª Grande Guerra Mundial foram bastante conturbados para os norte-americanos. Haviam vencido a guerra, mas os soldados que voltavam do front tinham dificuldades de arranjar empregos numa indústria que tentava se re-converter para um tempo de paz. A inflação cresceu e agravou-se o arrocho salarial. Esta situação gerou descontentamentos, protestos e também criminalidade.
Em 1919 mais de 4 milhões de trabalhadores entraram em greve e foi criado o Partido Comunista nos Estados Unidos – na verdade foram criados dois partidos comunistas: um dirigido por Charles Rutenberg e outro por John Reed. Eles se unificariam apenas em maio de 1921.
Em 1919 mais de 4 milhões de trabalhadores entraram em greve e foi criado o Partido Comunista nos Estados Unidos – na verdade foram criados dois partidos comunistas: um dirigido por Charles Rutenberg e outro por John Reed. Eles se unificariam apenas em maio de 1921.
Setores do anarquismo partiram para ações terroristas. Em abril, o prefeito de Seatle afirmou ter recebido uma bomba pelo correio e outra explodiu quando aberta pela empregada de um senador – que havia sido presidente da comissão de emigração. Segundo a polícia, trinta e duas bombas foram endereçadas a autoridades e grandes empresários. Estranhamente nenhum deles se feriu.
Em maio de 1919 o líder anarquista Luigi Galleani foi expulso dos Estados Unidos. Em resposta a casa do procurador-geral dos Estados Unidos, Palmer, foi atingida por bombas. A opinião das classes médias se voltou contra os radicais estrangeiros. Exigiam-se leis mais severas e expulsões dos imigrantes suspeitos. O governo ordenou uma caça aos “vermelhos” no país inteiro.
A perseguição começou em 7 de novembro de 1919 – segundo aniversário da Revolução Russa. As sedes dos dois Partidos Comunistas, que nada tinham a ver com os atentados, foram invadidas e depredadas. Milhares de pessoas foram presas e processadas. Esse foi o prelúdio de uma perseguição ainda maior.
No dia 2 janeiro de 1920 realizou-se batidas policiais em 33 cidades. Foram expedidos mais de seis mil pedidos de prisão e relacionadas os nomes de mais de 3 mil estrangeiros para deportação. Em Boston cerca de 500 imigrantes marcharam acorrentados até a casa de correção.
Três meses depois, em 2 de maio, o corpo do líder anarquista André Salsedo caiu do 14º andar do prédio do Departamento de Justiça em Nova York. As autoridades afirmaram que ele havia se suicidado, mas houve quem duvidasse da versão oficial.
Vários liberais que haviam ficado assustados com os atentados terroristas, não concordaram com a repressão massiva e indiscriminada contra os imigrantes. Dezenas de advogados e jornalistas condenaram as práticas autoritárias e ilegais empregadas pelo procurador-geral. Se a repressão assustou os liberais, imagine o efeito terrível que causou entre a população de imigrantes pobres.
Tendo perdido parte do apoio dos operários e das classes médias, os democratas foram derrotados na eleição presidencial em 1920. Iniciou-se então uma Era Republicana, que duraria até 1933. O slogan do presidente eleito, Warren Harding, era “Primeiro os Estados Unidos!”. Uma onda nacionalista conservadora varreu o país de ponta a ponta.
O Caso Sacco e Vanzetti
A classe média – insuflada pela grande burguesia – temia pela sua situação privilegiada. Sentia-se ameaçada pela massa de imigrantes provinda da Europa. Eram espanhóis, portugueses e, especialmente, italianos. Além de sua fisionomia e língua latinas, traziam estranhas idéias que colocavam em risco a ordem e o modo de vida norte-americana: o anarquismo e o socialismo.
No dia 15 de abril 1920 ocorreu um assalto a uma fábrica de calçados na cidade de South Braintree, no Estado de Massachusets. Na ocasião o agente pagador e um segurança da empresa acabaram sendo mortos. Tudo indicava que este era mais um crime realizado por uma das muitas quadrilhas que infernizavam a vida de fabricantes e comerciantes. A “boa sociedade” impaciente e amedrontada com a escalada de violência exigia uma rápida solução para o caso.
Algumas semanas depois, em 5 de maio, dois homens foram presos próximos de Boston. Para sua desgraça estavam armados, coisa comum para a maioria dos norte-americanos. No entanto, havia três outros fatos graves que pesavam contra eles: eram operários, estrangeiros e anarquistas. O estereótipo de tudo aquilo que não deveria ser um cidadão estadunidense modelo. Seus nomes eram Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti.
Quando os prenderam os policiais perguntaram se eram socialistas, anarquistas ou sindicalistas. Isso reforçou neles a desconfiança de que se tratava de simples perseguição política. Não imaginaram que pudessem ser envolvidos numa conspiração visando imputar-lhes um duplo homicídio. Assim, negaram sua militância e procuraram não envolver os demais camaradas.
Imediatamente se montou um processo-farsa visando incriminá-los e conduzi-los à cadeira elétrica. Os inimigos da boa América precisavam receber uma lição exemplar. O preconceito de classe e de raça conduziu o júri a condenar à morte dois homens sem provas conclusivas.
O Promotor procurou apresentá-los como maus americanos, pois haviam se recusado a lutar na Primeira Guerra Mundial e se refugiado no México, como milhares de outras pessoas. Diante de tais acusações Sacco respondeu indignado: “durante treze anos, trabalhando duro, não consegui juntar dinheiro no banco. Não consegui que meu filho fosse para um colégio (...) Eu vi que os melhores homens (...) tinham sido presos e morreram na prisão e ninguém os tirou de lá. Debs, um grande homem em seu país, está preso por ser socialista. Queria que as classes trabalhadoras tivessem melhores condições de vida, mais educação (...) mas puseram-no na prisão. Por quê? Porque a classe capitalista é contra isto; a classe capitalista não quer que nossos filhos tenham educação superior ou que entrem em Havard (...) não querem que os trabalhadores se eduquem; querem que os trabalhadores fiquem sempre por baixo”.
Sobre suas posições diante da guerra afirmou: “Nós não queremos lutar com fuzis, nós não queremos destruir os jovens. A mãe sofre para criar o filho (...) quando chega o dia de obter uma recompensa daquele menino, os Rockefellers, os Morgans e outras pessoas da classe alta os mandam para a guerra (...) Não é uma guerra para a civilização dos homens. São guerras para negócios. Ganham-se milhões de dólares nestas guerras. Que direitos temos de nos matar uns aos outros? Trabalhei com irlandeses, com alemães, com franceses. Amo-os tanto quanto poderia amar minha mulher e o povo que me recebeu (...) por isso não acredito na guerra”.
Mais de 107 pessoas testemunharam que os acusados não estavam na cena do crime. Entre elas estava um garoto que vendia peixes com Vanzetti e um funcionário da embaixada italiana, a qual Sacco havia visitado no dia do crime. Tudo foi desconsiderado. As testemunhas de acusação, sob forte pressão de opinião pública conservadora se contradiziam. Um especialista em balística afirmou que a projétil que matou os funcionários poderia ser da arma de Vanzetti. Isso pareceu para os linchadores uma prova definitiva contra os réus.
No dia 14 de julho de 1921 Sacco e Vanzetti foram condenados à morte. “Estão matando um inocente. Não se esqueçam. Estão matando dois homens inocentes”, gritou Vanzetti. Sacco, por sua vez, escreveu uma carta para seu filho no qual afirmava: “eles podem crucificar os nossos corpos hoje, como estão fazendo, mas não podem destruir nossas idéias que permanecerão”.
O Comitê de Sindicatos de Roma enviou um apelo ao presidente solicitando que a pena fosse comutada. A Internacional Comunista conclamou a constituição de uma frente operária – com anarquistas, socialistas, comunistas e sindicalistas – em defesa de Sacco e Vanzetti.
Em outubro o Partido Comunista Francês organizou uma grande manifestação em frente da embaixada dos Estados Unidos. Foram necessários 10 mil policiais e 18 mil soldados para deter a multidão. Manifestações ocorreram na Itália, Suíça, Holanda, Espanha, Portugal, Inglaterra. Na cidade do México um grande ato público contou com a presença de comunistas e anarquistas. Ocorreram também manifestações no Chile, Argentina, Panamá e Brasil.
Os anarquistas, por sua vez, continuavam ameaçar com suas bombas e justiçamentos. Isso levou que o Comitê de Defesa de Sacco e Vanzetti lançasse uma nota que dizia: “Os planos sinistros e as ameaças atribuídas a pessoas presumivelmente ligadas ao movimento Sacco e Vanzetti são de tal maneira nocivos aos esforços envidados para salvar nossos companheiros da cadeira elétrica que só podem ter tido origem entre os nossos inimigos. Ou foram planejadas por pessoas desejosas em desmoralizar a causa dos dois prisioneiros”.
Logo após a decretação da sentença de morte, o português Celestino Madeiros confessou ter participado do assalto em South Braintree e apresentou uma versão bastante razoável do ocorrido. Negou também o envolvimento de Sacco e Vanzetti no crime. Um policial chegou a afirmar que na época do latrocínio havia sérias suspeitas em relação a uma quadrilha de assaltantes profissionais que atuava na região. Os Morelli, como era chamada, assaltava carretas de fretes. Uma das áreas onde atuava, e na qual tinha “olheiros”, era justamente South Braintree.
Outro policial, o agente Fred Weyand, afirmou que “era opinião corrente entre os agentes locais do Departamento de Justiça, que tinham algum conhecimento do caso, que o crime de South Braintree foi obra de um grupo de assaltantes profissionais”. Diante das novas provas, a defesa pediu novo julgamento. Entretanto, o juiz não considerou os novos fatos e rejeitou o pedido.
O processo foi tão viciado que começou a comover não somente a esquerda norte-americana e internacional, mas também amplos setores liberais. Intercederam por eles Romain Rolland, Thomas Mann, Albert Einstein, Anatole France, Madame Curie e Bernard Shaw. Até mesmo o vaticano pediu clemência para os dois condenados. Os editoriais dos principais jornais europeus, inclusive os mais conservadores, lamentaram a sentença e advogaram um novo julgamento.
Em junho de 1925 foi criado um ramo norte-americano do Socorro Vermelho. Esta entidade, sob direção comunista, produziu inúmeros materiais de propaganda e organizou comícios por todo o país. Vanzetti, agradecido, escreveu a Cannon, então dirigente do Partido Comunista: “O eco de sua campanha em nosso favor tocou-me muito fundo. Repito e repetirei sempre que somente o povo, nossos camaradas, nossos amigos, o proletariado revolucionário do mundo, é que poderão nos salvar do poder maligno das hienas capitalistas e reacionárias e vingar o nosso nome e o nosso sangue perante a história”.
Em maio de 1926 a Suprema Corte de Massachusets indeferiu os pedidos de novo julgamento. Em abril do ano seguinte – depois de sete anos de prisão – a sentença de morte foi confirmada. Nova onda de atentados e protestos se espalhou pelo país e pelo mundo. Afirmou Vanzetti: “não apenas não cometi um delito em toda a minha vida (...) como combati toda a vida para eliminar os crimes que a lei oficial e a lei moral condenam, como também o delito que a moral oficial admitem e santificam: a exploração do homem pelo homem”. E concluiu: “estou tão convencido que estou com a razão e que se vocês tivessem o poder de matar-me duas vezes e eu pudesse nascer duas vezes, voltaria a viver para fazer exatamente o que fiz até agora”.
Vanzetti fez um apelo de clemência ao governador de Massachusetts, Tufts Fuller. Crescia a pressão internacional. O próprio ditador italiano Mussolini escreveu uma carta a Fuller: “A agitação dos elementos de esquerda pelo mundo afora aumenta de intensidade, nestes últimos dias, como se pode depreender dos atentados em Buenos Aires contra a fábrica da Ford e a estátua de Washington (...) Espero que S. Excia. possa dar um exemplo à humanidade. Este exemplo demonstrará (...) a diferença entre os métodos bolcheviques e os da grande República norte-americana, ao mesmo tempo em que retirará das mãos dos elementos subversivos um instrumento de agitação”.
O grande ficcionista H. G. Wells provocava a justiça norte-americana: “Não posso compreender que pessoas de bom-senso (...) possam ter outra convicção senão a de que Sacco e Vanzetti são tão inocentes dos assassinatos de South Baintree, pelo qual foram condenados à morte, quanto Júlio César ou - para citar um nome mais próximo do assunto – Karl Marx”.
Formaram-se piquetes na frente da sede do governo que eram dispersos pela polícia. Em Nova York 100 mil trabalhadores fizeram greve de protesto. Para desembaraçar-se do problema o governador nomeou uma comissão especial de advogados, liderada pelo juiz Lowell, para estudar o caso e dar um parecer. Esta comissão, depois de alguns dias, confirmou a justeza sentença de morte. A suprema corte e o presidente dos Estados Unidos recusaram o indulto.
Bombas explodiram em Nova York e Filadélfia. Uma grande força policial, como há muito não se via, foi mobilizada nas grandes cidades norte-americanas. O Partido Comunista dos EUA organizou uma grande manifestação contra a execução.
O adiamento da execução ainda que por alguns dias criou expectativas. O jornal soviético Pravda afirmou: “A poderosa onda de protesto da União Soviética, juntando-se à voz da classe operária do mundo inteiro, forçou a burguesia plutocrata norte-americana a hesitar e transacionar”. O jornal do Partido Comunista Alemão, por sua vez, disse: “Os milhões de trabalhadores na frente avançada da batalha contra a injustiça social ganharam a primeira vitória. Sacco e Vanzetti estão provisoriamente salvos”.
Poucos dias depois eles voltaram ao corredor da morte da penitenciária de Charleston. Foram executados na madrugada do dia 22 para 23 de agosto de 1927. O primeiro a ser morto foi Celestino Madeiros, aquele que se dizia um dos culpados pelo crime. Logo em seguida foi a vez de Nicolau Sacco enfrentar o carrasco. Ao entrar no recinto da execução exclamou: “Viva a Anarquia!”. Enquanto o corpo do seu camarada era retirado, Bartolomeu Vanzetti ingressou na sala da morte. Suas últimas palavras foram: “Sou um homem inocente. Agora desejo perdoar algumas pessoas pelo que fizeram contra mim”. Em poucos segundos a tragédia estava consumada. Dois inocentes estavam mortos.
No dia seguinte o jornal comunista Humanité exibia em letras garrafais a manchete “Assassines!”. Uma grande indignação tomou conta dos operários que depredaram lojas e atacaram a polícia. Uma multidão tentou erguer barricadas em frente da embaixada norte-americana. Centenas de pessoas saíram feridas.
Na Alemanha foram realizados vários comícios e se seguiram choques com a polícia. No maior comício já visto na República de Weimar, o líder comunista Ernest Thalmann comparou a morte de Sacco e Vanzetti ao assassinato de Rosa de Luxemburgo e Karl Liebkneck. Em Londres uma multidão concentrou-se à frente do Palácio de Buckingham e cantou o hino socialista “Bandeira Vermelha”. O Partido Trabalhista protestou. O governo soviético deu a uma rua de Moscou o nome dos dois mártires, mais tarde eles virariam nomes de fábricas e escolas. Ocorreram conflitos em Portugal e na Espanha. Na Argentina foi decretada greve geral.
Entre os dias 22 e 23 de agosto ocorreram inúmeras manifestações de protestos também no Brasil. Deixemos a palavra com o historiador Clóvis Moura: “Na Lapa houve conflitos sério entre trabalhadores e policiais (...) No Ipiranga esses conflitos se repetiram: em Frente a Fábrica Nami Jaffer um piquete convidava os colegas a participarem da greve e do comício em solidariedade. A diretoria da empresa, no entanto, chamou a polícia que efetuou várias prisões. Entre os presos estavam três jovens operárias (...) Ma estamparia A Liberty, na rua Piratininga, a polícia agiu com violência (...) As onze horas foram pedidos reforços para as fábricas Matarazzo, na Água Branca, e Crespi, na Mooca.” Os grevistas se reuniram num grande comício na Praça do Patriarca.
Greves ocorreram também no Rio de Janeiro. A União dos Operários em Fábricas de Tecidos lançou manifesto que afirmava: “É hoje o dia designado pela justiça norte-americana para o assassínio de nossos companheiros Sacco e Vanzetti (...) É necessário que os operários em fábrica de tecidos não trabalhem hoje, dia 23 de agosto de 1927, como um protesto à eletrocução de Sacco e Vanzetti (...) Que nenhum operário trabalhe hoje em sinal de protesto pelo assassínio de dois inocentes, vítimas do capitalismo”. Além dos trabalhadores das indústrias de tecidos paralisaram os trabalhadores das indústrias de mobiliários. Houve uma greve geral e grande comício em Petrópolis. Ocorreram manifestações operárias, organizadas por anarquistas e comunistas, em vários estados brasileiros.
Ao velório dos dois mártires compareceram mais de cem mil pessoas, a maioria delas era de operários. Milhares de coroas de flores chegaram de todas as partes. O chefe da polícia proibiu que os caixões fossem carregados pelo povo, que o cortejo fosse acompanhado por uma banda de música e que passasse perto do palácio do governo. Os cartazes e qualquer manifestação política de protesto foram proibidos durante o féretro. Os participantes deveriam permanecer em silêncio.
Cerca de duzentas mil pessoas participaram do cortejo que seria denominado a “Marcha da Tristeza”. Em certos momentos do trajeto, bandos policiais atacaram a massa que trazia braçadeiras vermelhas com a inscrição “Recordem a justiça crucificada”. Somente 50 anos depois do assassinato de Sacco e Vanzetti, o governador de Massachusets, Michael Dukakis, reconheceu os erros do processo e retirou o estigma que pesava sobre os dois operários anarquistas.
Antes de morrer Nicolau Sacco deixou uma última mensagem para o seu filho Dante: “lembre-se sempre dos dias de alegria e não use tudo apenas para você, desça um degrau e ajude sempre os mais fracos que gritam por ajuda, ajude as vítimas e os perseguidos, porque estes serão os seus melhores amigos”. De fato, seriam os mais fracos e as vítimas das perseguições políticas impostas pelo capitalismo que, por décadas a fio, manteriam as lembranças dos que tombaram pela causa da emancipação humana e os sonhos que um dia sonharam.
VÍDEOS
Bibliografia:
Moura, Clóvis – Sacco e Vanzetti: O protesto brasileiro, Brasil Debates, SP, 1979
Russell, Francis – A tragédia de Sacco e Vanzetti , Civilização Brasileira, RJ, 1966
Russell, Francis – A tragédia de Sacco e Vanzetti , Civilização Brasileira, RJ, 1966
Filmografia
Sacco e Vanzetti – filme de Giulliano Montaldo – Itália – 1971
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