Banca teme governação "hostil" e reclama estabilidade
Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, Carlos Tavares, presidente da CMVM, Faria de Oliveira, presidente da APB, e Nuno Amado, presidente do BCP, na conferência que assinalou os 37 anos da UGT |José Coelho - Lusa
O governo que vier a cumprir os quatro anos de uma legislatura, com maioria à esquerda ou à direita, não poderá mostrar-se “hostil à banca”, advertiu esta quarta-feira o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB). Faria de Oliveira reclama uma solução governativa que acautele “a estabilidade do sistema bancário”. Já o presidente do BCP, Nuno Amado, alerta para a necessidade de garantir “condições de financiamento da República”.
“Independentemente do governo, creio que o que mais desejamos é que o governo governe bem, que atue de maneira a poder contribuir para que Portugal progrida, se aproxime mais dos países do centro da Europa, e não ande para trás, para se tornar numa curva da Europa”, enunciou Fernando Faria de Oliveira.
O Porto foi esta quarta-feira a cidade anfitriã de uma conferência sobre a banca e os sistemas de regulação e supervisão, por ocasião do 37.º aniversário da UGT.
No entender do antigo número um da Caixa Geral de Depósitos, a “estabilidade” deve ser encarada como o primeiro objetivo de qualquer solução de governo.
“Ainda temos muitas vulnerabilidades no país, temos que prosseguir o caminho do crescimento mantendo os nossos compromissos internacionais, é indiscutível que temos que o fazer. Desde que isso esteja assegurado, como português, o que desejo é que o próximo governo nos governe o melhor possível”, vincou.
O presidente da APB prestava declarações aos jornalistas após a conferência Setor Bancário Português: a Supervisão e a Regulação. Que regras para uma efetiva estabilização do sistema financeiro e a recuperação da sua credibilidade.
“Confiança” é outro dos substantivos em relevo no léxico da banca. O sistema, acentuou Fernando Faria de Oliveira, “necessidade absolutamente de confiança”.
“Nós vivemos numa economia de mercado e a experiência empírica, a história, demonstra-nos que, se no domínio político a democracia é o melhor dos sistemas, no domínio económico a economia de mercado é que gerou mais riqueza”, sustentou o responsável, para acrescentar que a “confiança nas instituições e a estabilidade são vetores fundamentais para sector bancário”.
“Fragmentação”
Sem querer alongar-se em “considerações sobre opções de natureza política”, Faria de Oliveira sublinhou que “o importante” é que “sejam devidamente ponderados todos os fatores que podem manter [Portugal] numa situação de incerteza e de instabilidade”.
Ainda assim, o presidente da APB apontou o que descreveu como “uma nova era” , colocando a “fragmentação política, com surgimento de novos partidos e a diminuição da posição dos partidos anteriores”, entre os elementos que levam “a maiores dificuldades de governabilidade”.
“A longo prazo”
Também Nuno Amado, presente no mesmo evento, disse querer evitar comentar “a parte política”, remetendo-a para “os deputados”. Para, todavia, expressar o desejo de “um governo estável a longo prazo”, que “cumpra de uma forma adequada com os compromissos de Portugal”.
Falhar tais “princípios-base”, propugnou o presidente do Millennium BCP, empurraria o país para um “clima de instabilidade”. O que seria “negativo para as condições de financiamento da República Portuguesa e das entidades que trabalham e atuam em Portugal”, assim como “para o investimento”.
Nuno Amado colocou ainda a tónica numa “preferência”, por contraste com “uma necessidade tão forte”: “Alguma estabilidade na componente fiscal”.
“Há um conjunto de processos de investimento e de análise que confiam numa certa estabilidade fiscal, pelo que seria na minha opinião positivo, pelo menos a curto prazo, para o país podermos manter essas condições”, frisou o banqueiro.
c/ Lusa
O Porto foi esta quarta-feira a cidade anfitriã de uma conferência sobre a banca e os sistemas de regulação e supervisão, por ocasião do 37.º aniversário da UGT.
No entender do antigo número um da Caixa Geral de Depósitos, a “estabilidade” deve ser encarada como o primeiro objetivo de qualquer solução de governo.
“Ainda temos muitas vulnerabilidades no país, temos que prosseguir o caminho do crescimento mantendo os nossos compromissos internacionais, é indiscutível que temos que o fazer. Desde que isso esteja assegurado, como português, o que desejo é que o próximo governo nos governe o melhor possível”, vincou.
O presidente da APB prestava declarações aos jornalistas após a conferência Setor Bancário Português: a Supervisão e a Regulação. Que regras para uma efetiva estabilização do sistema financeiro e a recuperação da sua credibilidade.
“Confiança” é outro dos substantivos em relevo no léxico da banca. O sistema, acentuou Fernando Faria de Oliveira, “necessidade absolutamente de confiança”.
“Nós vivemos numa economia de mercado e a experiência empírica, a história, demonstra-nos que, se no domínio político a democracia é o melhor dos sistemas, no domínio económico a economia de mercado é que gerou mais riqueza”, sustentou o responsável, para acrescentar que a “confiança nas instituições e a estabilidade são vetores fundamentais para sector bancário”.
“Fragmentação”
Sem querer alongar-se em “considerações sobre opções de natureza política”, Faria de Oliveira sublinhou que “o importante” é que “sejam devidamente ponderados todos os fatores que podem manter [Portugal] numa situação de incerteza e de instabilidade”.
Ainda assim, o presidente da APB apontou o que descreveu como “uma nova era” , colocando a “fragmentação política, com surgimento de novos partidos e a diminuição da posição dos partidos anteriores”, entre os elementos que levam “a maiores dificuldades de governabilidade”.
“A longo prazo”
Também Nuno Amado, presente no mesmo evento, disse querer evitar comentar “a parte política”, remetendo-a para “os deputados”. Para, todavia, expressar o desejo de “um governo estável a longo prazo”, que “cumpra de uma forma adequada com os compromissos de Portugal”.
Falhar tais “princípios-base”, propugnou o presidente do Millennium BCP, empurraria o país para um “clima de instabilidade”. O que seria “negativo para as condições de financiamento da República Portuguesa e das entidades que trabalham e atuam em Portugal”, assim como “para o investimento”.
Nuno Amado colocou ainda a tónica numa “preferência”, por contraste com “uma necessidade tão forte”: “Alguma estabilidade na componente fiscal”.
“Há um conjunto de processos de investimento e de análise que confiam numa certa estabilidade fiscal, pelo que seria na minha opinião positivo, pelo menos a curto prazo, para o país podermos manter essas condições”, frisou o banqueiro.
c/ Lusa
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