Ontem, ao ouvir Cavaco Silva, entendi bem esse sentimento. Tive profunda vergonha por ele. A vergonha que ele não tem.
É que se torna claro que aquele que pensávamos que se tratava de um Presidente da República estamos, afinal, em presença de um rei cristão, munido de uma cruz e de uma espada, que manda derramar azeite a ferver sobre os mouros, na sua nova versão de comunistas, bloquistas e socialistas (ainda que acenado a alguns destes últimos com a possibilidade de se tornarem cristãos novos).
O estigma que Cavaco Silva lançou sobre uma parcela, de resto bastante maioritária da população portuguesa é inaceitável. De todos os políticos decentes espero um clara condenação.Ironicamente, a sua impreparação intelectual não lhe permitirá compreender que, ao afirmar a superioridade moral da direita, tal como ele a proclama, assume a posição simétrica dos velhos partidos comunistas.
Os rudimentos que lhe terão ficado da disciplina de Organização Política da Nação dos tempos do fascismo não o deixam perceber o atentado à democracia e à Constituição, o golpe de estado que tenta organizar.
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