Há ilhas privadas mais baratas do que casas de luxo
por Joana Capucho
Fotografia © REUTERS/ALVIN BAEZ
Governos e ONG aproveitam preços mais baixos para preservar a biodiversidade dos locais. Há ilhas à venda por cem mil euros.
Comprar uma ilha privada pode parecer algo apenas acessível a um multimilionário como Cristiano Ronaldo. Mas não é. Se há ilhas que ascendem aos 50 milhões de euros, também há outras que não chegam a custar 100 mil euros. Na Grécia, por exemplo, os preços variam entre os três e os 50 milhões, o que quer dizer que um paraíso no Mediterrâneo pode custar menos do que uma casa de luxo no Algarve ou em Lisboa. Trata-se de uma baixa de preços, que não é exclusiva da Grécia. Em julho, a Little Bokeelia, ao largo da costa da Florida, foi vendida por cerca de 13 milhões de euros, menos nove do que o valor inicialmente pedido. E os saldos estão a atrair novos clientes.
Little Bokeelia contempla uma casa com quatro quartos do estilo espanhol que data de 1928, cascatas, campos de ténis, piscinas. Os proprietários começaram por pedir aproximadamente 22 milhões de euros, mas acabaram por vender a ilha a um preço bem mais reduzido. E este não é caso único. Farhad Vladi, vendedor de ilhas privadas, contou à The Economist que nas Bahamas o preço das ilhas pouco desenvolvidas, que representam cerca de 80% do mercado, caiu para metade com a crise.
Foi precisamente nas Bahamas que o ator Johnny Depp comprou uma ilha particular, há cerca de dez anos. Já neste ano, surgiram informações de que terá comprado também Stroggilo, na Grécia. Quem também aproveitou os saldos nas ilhas gregas foi Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, que comprou uma pequena ilha perto da costa de Atenas por 15 milhões de euros. Já o português Cristiano Ronaldo, escolheu uma ilha grega como prenda de casamento para o agente Jorge Mendes.
Mas comprar uma ilha paradisíaca parece ter deixado de ser um luxo apenas para famosos com dinheiro. Os baixos preços das ilhas têm vindo a atrair novos tipos de clientes: governos e organizações não governamentais, que entre 2007 e 2010 compraram 22 ilhas, adquiriram cerca de 60 nos quatro anos seguintes, essencialmente na América do Norte. Escolhem sobretudo locais pouco desenvolvidos, que são também os mais baratos, e com um objetivo em mente: a conservação dos espaços.
No Canadá, a associação Nova Scotia Nature Trust planeia comprar ou proteger mais de 200 ilhas, para salvaguardar os seus sistemas ecológicos. Já no estado de Maine, por exemplo, várias organizações sem fins lucrativos são proprietárias de 65 ilhas.
Quantos aos preços do terreno, EUA (141 euros) e Caraíbas (101 euros) têm os metros quadrados mais caros, enquanto o Norte da Europa (12 euros) e o Sul do Pacífico (37 euros) apresentam os mais baratos. Mas é no Sul da Europa e na Ásia que se situam as ilhas mais caras à venda nos portais Private Islands Inc e Vladi Private Islands
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por Joana Capucho
Fotografia © REUTERS/ALVIN BAEZ
Governos e ONG aproveitam preços mais baixos para preservar a biodiversidade dos locais. Há ilhas à venda por cem mil euros.
Comprar uma ilha privada pode parecer algo apenas acessível a um multimilionário como Cristiano Ronaldo. Mas não é. Se há ilhas que ascendem aos 50 milhões de euros, também há outras que não chegam a custar 100 mil euros. Na Grécia, por exemplo, os preços variam entre os três e os 50 milhões, o que quer dizer que um paraíso no Mediterrâneo pode custar menos do que uma casa de luxo no Algarve ou em Lisboa. Trata-se de uma baixa de preços, que não é exclusiva da Grécia. Em julho, a Little Bokeelia, ao largo da costa da Florida, foi vendida por cerca de 13 milhões de euros, menos nove do que o valor inicialmente pedido. E os saldos estão a atrair novos clientes.
Little Bokeelia contempla uma casa com quatro quartos do estilo espanhol que data de 1928, cascatas, campos de ténis, piscinas. Os proprietários começaram por pedir aproximadamente 22 milhões de euros, mas acabaram por vender a ilha a um preço bem mais reduzido. E este não é caso único. Farhad Vladi, vendedor de ilhas privadas, contou à The Economist que nas Bahamas o preço das ilhas pouco desenvolvidas, que representam cerca de 80% do mercado, caiu para metade com a crise.
Foi precisamente nas Bahamas que o ator Johnny Depp comprou uma ilha particular, há cerca de dez anos. Já neste ano, surgiram informações de que terá comprado também Stroggilo, na Grécia. Quem também aproveitou os saldos nas ilhas gregas foi Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, que comprou uma pequena ilha perto da costa de Atenas por 15 milhões de euros. Já o português Cristiano Ronaldo, escolheu uma ilha grega como prenda de casamento para o agente Jorge Mendes.
Mas comprar uma ilha paradisíaca parece ter deixado de ser um luxo apenas para famosos com dinheiro. Os baixos preços das ilhas têm vindo a atrair novos tipos de clientes: governos e organizações não governamentais, que entre 2007 e 2010 compraram 22 ilhas, adquiriram cerca de 60 nos quatro anos seguintes, essencialmente na América do Norte. Escolhem sobretudo locais pouco desenvolvidos, que são também os mais baratos, e com um objetivo em mente: a conservação dos espaços.
No Canadá, a associação Nova Scotia Nature Trust planeia comprar ou proteger mais de 200 ilhas, para salvaguardar os seus sistemas ecológicos. Já no estado de Maine, por exemplo, várias organizações sem fins lucrativos são proprietárias de 65 ilhas.
Quantos aos preços do terreno, EUA (141 euros) e Caraíbas (101 euros) têm os metros quadrados mais caros, enquanto o Norte da Europa (12 euros) e o Sul do Pacífico (37 euros) apresentam os mais baratos. Mas é no Sul da Europa e na Ásia que se situam as ilhas mais caras à venda nos portais Private Islands Inc e Vladi Private Islands
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