Há 40 anos, por esta hora, o centro de Lisboa preparava-se para uma grande manifestação dos SUV (Soldados Unidos Vencerão) – uma auto-organização política de militares, clandestina, que se definia com «frente unitária anticapitalista e anti-imperialista» e que nascera no início do mês, algures num pinhal entre Porto e Braga. Já falei dela, mas retomo o tema.
Já se tinham realizado alguns desfiles, outros viriam a ter lugar em várias cidades, mas julgo que nenhum teve a dimensão do de Lisboa, naquele 25 de Setembro, com apoio de partidos como o MES, a LCI, a UDP e o PRP. Centenas de soldados fardados, acompanhados por representantes das comissões de trabalhadores e de moradores e por uma multidão, subiram do Terreiro do Paço até ao Parque Eduardo VII, onde teve lugar um comício. No fim deste, foram desviadas dezenas de autocarros da Carris, que levaram quem quis até ao presídio da Trafaria, de onde, pelas 2:00 da manhã, foram libertados dois militares que se encontravam detidos, precisamente por terem distribuído panfletos de propaganda da manifestação.
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